Estado Maior

Seis reajustes

Atualizada em 11/10/2022 às 12h21

A Prefeitura autorizou, na noite da última sexta-feira, novo reajuste das tarifas de ônibus que operam no sistema de transporte público da capital.

A medida ocorreu após os rodoviários que atuam no sistema (motoristas, cobradores e fiscais) terem ameaçado realizar greve por tempo indeterminado em São Luís, como forma de pressionar empresários a conceder aumento salarial de 15%.

Ocorre que a medida foi adotada sem qualquer diálogo com a sociedade e sem anúncio prévio, e pegou o usuário de surpresa - o lado mais fraco em todo esse contexto -, penalizado com aumento de mais R$ 0,30 centavos para ter acesso ao serviço.

Com o aumento, o valor da tarifa nas linhas não integradas passou de R$ 2,95 para R$ 3,20. Já nas linhas integradas, o valor cobrado nas catracas passou de R$ 3,40 para R$ 3,70.

Foi o sexto reajuste de tarifa concedido pelo prefeito de São Luís, em exatos 7 anos e 2 meses de gestão pública. Eleito para o primeiro mandato em 2012, Edivaldo concluirá o seu governo em dezembro deste ano.

O primeiro aumento de tarifa ocorreu em 2014, no segundo ano de mandato do pedetista. Naquela ocasião, o usuário também teve de arcar com um aumento considerável de R$ 0,30 centavos. A tarifa mais barata era cobrada no valor de R$ 1,30 e passou para R$ 1,60. A mais cara, passou de R$ 2,10 para 2,40.

Em março de 2015, novo aumento. Medida repetida em março de 2016; janeiro de 2018; janeiro de 2019 e agora, fevereiro de 2020.

No mesmo período, pouco investimento que justificasse os reajustes. Apenas parte dos ônibus em circulação dispõe de sistema de ar-condicionado. Outra parte está em situação precária. Empresas que detêm a concessão para explorar o serviço tem responsabilidade sobre os coletivos e são alvos de críticas diárias dos usuários.

Profissionais foram demitidos, com a decisão de retirada de cobradores e, pelo menos um terminal de integração (Praia Grande), precisou ser interditado após intervenção do Ministério Público.

Há muito para melhorar.

Contínua

Empresários que atuam no sistema de transporte público de São Luís garantiram “vida longa” na exploração do serviço na capital.

A licitação realizada abriu um prazo de vigência de mais 20 anos de concessão para as empresas. Esse prazo pode ser estendido por mais de 10 anos.

Vale ressaltar que algumas das companhias já exploram o serviço de transporte público em São Luís desde o fim dos anos 1980 e início dos anos 1990.

Reação

O deputado estadual Adriano Sarney (PV), pré-candidato a prefeito de São Luís, afirmou que a política de aumento da tarifa é um desrespeito com a população.

Ele gravou um vídeo em frente ao Terminal de Integração da Cohama e questionou a medida adotada pela Prefeitura.

Ele lembrou que o novo aumento foi de 10% e conclamou a população a protestar contra a decisão do prefeito.

Sentiu

O governador Flávio Dino (PCdoB) sentiu o golpe e decidiu reagir à “pancada” que levou da revista Veja na edição de fim de semana.

Depois de a publicação atestar o aumento da miséria e do desemprego no Maranhão sob sua gestão, o comunista recorreu às redes sociais para protestar.

Ele apresentou dados da sua administração e chamou de “inverdades” análises de números que apontam piora em vários setores do estado. “Só me resta lamentar as inverdades”, reclamou.

Faltou

Depois de Dino reclamar da imprensa nas redes sociais, a comunicação do Governo do Estado começou a trabalhar para tentar desconstruir o que os institutos atestam desde 2017.

A mídia institucional divulgou uma suposta redução do desemprego no Maranhão durante o quarto trimestre de 2019.

A mesma assessoria só esqueceu de apresentar o relatório completo, que faz referência aos últimos 12 meses.

Fundeb

A comissão especial que analisa a PEC do novo Fundeb na Câmara Federal deverá retomar esta semana a análise da matéria.

A expectativa de alguns parlamentares é de que o colegiado consiga fazer a votação da proposta antes do período de Carnaval.

O objetivo é fazer com que no mês de março a matéria já entre em tramitação no Plenário da Casa.

Prioridade

A bancada maranhense está atenta ao tema e coloca a votação da PEC do Fundeb como uma das prioridades para este primeiro semestre.

Foi o que revelaram os deputados Eduardo Braide, Edilázio Júnior, Juscelino Filho, Hildo Rocha e André Fufuca na edição especial do último fim de semana.

Além da PEC do Fundeb, os deputados acreditam na apreciação da Reforma Tributária.

De Olho

R$ 7,5 bilhões foi o valor do contrato de licitação do transporte público aprovado em 2016 em São Luís, somados quatro diferentes lotes.

E Mais

- O governador Flávio Dino não conseguiu cumprir o que prometeu na campanha de 2014: diminuir a desigualdade no estado.

- Pelo contrário, todos os indicadores sociais mostram aumento da extrema pobreza e do desemprego no estado durante o período da gestão comunista.

- Deputados de oposição devem levar a discussão do reajuste de tarifa de ônibus em São Luís para a tribuna da Assembleia Legislativa.

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