Coluna do Sarney

De volta ao Maranhão Novo

José Sarney

Atualizada em 11/10/2022 às 12h21

No meu último artigo sobre o meu governo do Maranhão, 1966-1970, terminei contando como constituímos um grupo de trabalho para planejar o que íamos fazer. Era o GTAP.

Faltava água, as ruas estavam destruídas e a energia eram quatro geradores a lenha da Ullen. Atacamos essas emergências. Asfaltei todas as ruas de São Luís, criei a Caema e fiz um novo sistema de abastecimento de água. Construímos a barragem do Batatã; no Sacavem, a adutora e a ampliação da Estação de Tratamento de Água; reformamos todos os sistemas de distribuição d’água, construindo quatro caixas-d’água - Calhau, Outeiro da Cruz, Tirirical e Galpão (atual início da Kennedy, onde existia um galpão com mercado de legumes e frutas) -; substituímos o encanamento da cidade. Trouxemos dois containers com geradores novos, evitando a continuidade do racionamento que existia até a chegada da energia da hidroelétrica que estávamos construindo no Rio Parnaíba - Boa Esperança.

Comecei a construção de grandes conjuntos de casas populares, criando a COHAB. Para estabelecer comunicação com o interior e melhorar a da capital, criamos a Telma, cujo presidente era o general Alexandre Colares Moreira, e iniciamos o primeiro plano de Comunicação do Brasil, preparado pelo coronel Goes, o mesmo que fez o Plano Nacional, grande autoridade na matéria.

Abrimos e construímos a Avenida Kennedy, transferimos a população da grande palafita que ocupava a área que hoje é a região da Areinha para o outro lado do Bacanga - onde estávamos construindo a Barragem -, e fundamos o Anjo da Guarda. A cidade mudava de aspecto, e os problemas urgentes estavam resolvidos com as novas vias. Para elaborar e implantar um plano de engenharia de tráfego, trouxemos o major Fontenelle, que fazia o mesmo plano no Rio no governo Carlos Lacerda. Assim, buscávamos, com grande antevisão, enfrentar os problemas que viriam no futuro.

Com a Barragem do Bacanga e a Ponte José Sarney, a cidade era outra, se expandia, abria as asas. Roseana completaria essa obra trabalhando por São Luís, construindo viadutos, abrindo novas avenidas, criando os Vivas, promovendo a Cultura com o renascimento das tradições culturais. Desse modo, o nosso objetivo de tornar a cabeça do Estado a sua capital, renovando-a, estava atingido. Tudo que temos hoje vem do passo inicial e, como dizem os chineses, toda corrida começa no primeiro passo.

Pense como seria hoje a São Luís sem nada disso, sem a visão do futuro, sem as obras de há 50 anos, que concebemos e iniciamos.

Depois veio a parte da Educação, com o Cema, a TV Educativa, a Universidade, os Ginásios Bandeirantes, as escolas João de Barros e a nova mentalidade que passou a existir, de progresso e futuro.

E calcule o que se sente ao ouvir dizer que vivemos 50 anos de atraso!!

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