Investimento em GNL

Distribuição de gás natural liquefeito deve impulsionar indústria

Protocolo de intenções assinado ontem entre a empresa Golar Power Latam e a Gasmar, é o primeiro passo no sentido de viabilizar o GNL no estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h21
Dirigentes da Golar Power apresentaram as ações para a distribuição do GNL no Fórum sobre Gás Natural
Dirigentes da Golar Power apresentaram as ações para a distribuição do GNL no Fórum sobre Gás Natural

Empenhada em viabilizar a distribuição de gás natural liquefeito (GNL) no Maranhão, no sentido de impulsionar indústrias e abastecer veículos, a Golar Power Latam assinou, ontem, protocolo de intenções com a Companhia Maranhense de Gás (Gasmar), durante o Fórum Maranhense de Distribuição de Gás Natural, realizado no Palácio Henrique de La Rocque.

Na ocasião, o vice-presidente da Golar Power, Marcelo Rodrigues, e o diretor-geral da Alliance GNLog, Ricardo Rezende, apresentaram as ações para a distribuição do GNL no estado, incluindo estudo de viabilidade para uma Unidade Flutuante de Armazenamento e Regaseficação (FRSU) da Companhia no Porto de Itaqui, e seu transporte por meio dos caminhões movidos a GNL, inédito no Brasil.

Segundo o CEO Global da Golar, Eduardo Antonello, o Maranhão está entre os estados prioritários na estratégia da empresa para interiorização do GNL no Nordeste, onde a empresa estuda parcerias, tanto na logística, quanto no abastecimento de postos com GNV para carros e GNL para caminhões.

“Enxergamos grande sinergia com as distribuidoras de gás para interiorizar o GNL em todo o Nordeste. No Maranhão, avaliamos a possibilidade de instalar um terminal de regaseificação no Porto de Itaqui onde vai funcionar o hub da operação de distribuição de GNL da Golar, propiciando maior competitividade no fornecimento de gás natural a todas as cadeias produtivas do estado”, comentou.

De acordo com o diretor-presidente da Gasmar, Deoclides Macedo, a empresa tem interesse em avaliar a aquisição para a distribuição no Maranhão do gás natural proveniente da operação de GNL da Golar. “Nosso intuito é discutir as viabilidades da utilização do gás natural, a partir do GNL, para nosso estado e suas potencialidades e benefícios para a economia e para a população”, pontuou.

Interiorização do gás

Importados da fabricante chinesa Shacman, os caminhões a GNL fazem parte da estratégia da Golar Power, de distribuição do gás natural liquefeito em pequena escala, elaborado em parceria com a empresa de logística Alliance GNLog. Um destes veículos estavam em exposição ontem no estacionamento do Palácio Henrique de La Rocque.

Os caminhões a GNL são menos poluentes do que os similares a diesel e vão ser utilizados para a levar o gás liquefeito (cujo volume é reduzido em 600 vezes, facilitando tanto o transporte, quanto o desempenho dos caminhões) aos municípios desprovidos de gasodutos, a fim de fomentar o desenvolvimento econômico nestas regiões. Hoje, 95% dos municípios brasileiros não recebem gás natural.

Para viabilizar o uso dos caminhões movidos a GNL, a Golar vai implementar, nas principais rotas de transporte e escoamento de produção, os chamados corredores azuis, vias de tráfego com pontos de abastecimento a gás. O uso de GNL no transporte de carga reduz as emissões de gases do efeito estufa. Estima-se que a conversão de um caminhão a diesel pelo GNL equivale ao plantio de sete mil árvores.

O uso do GNL nesses moldes já é realidade na Europa, nos EUA e na China, que conta atualmente com uma frota de mais 300 mil caminhões movidos a GNL. “Enquanto o Brasil se prepara para a nova onda, a China hoje já movimenta mais GNL em caminhões do que o Brasil consome através de dutos, e metade disso é justamente usado para abastecer a frota de caminhões movidos a GNL”, ressalta o diretor-geral da Alliance GNLog, Ricardo Rezende.

Mais

Investimentos da Golar

O projeto do GNL no Maranhão está contemplado no Plano para o Desenvolvimento Regional para o Nordeste, e foi apresentado aos governadores da região pelo vice-presidente executivo da Golar Power, Marcelo Rodrigues, durante a Missão Internacional do Consórcio Nordeste, realizado em Paris.

De acordo com Rodrigues, a empresa pretende investir R$ 100 milhões nos próximos três anos no Brasil em terminais de regaseificação, postos de combustíveis para venda de GNV e GNL e distribuição do gás natural liquefeito por cabotagem.

A Golar Power está à frente da construção de três terminais de regaseificação, que somam capacidade de suprimento de quase 60 milhões m³/dia, em Barra dos Coqueiros (Sergipe), Barcarena (Pará) e Babitonga (SC).

A empresa também é sócia das Centrais Elétricas de Barcarena (Celba), no Pará, onde possui um segundo terminal com previsão de início de operação no final do ano de 2021, e do Terminal Gás Sul (TGS) com capacidade de regaseificar até 15 milhões m3/dia.

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