Editorial

Choque de gestão na PM?

Atualizada em 11/10/2022 às 12h21

O governador Flávio Dino (PCdoB) realizou, nessa quarta-feira (12), a quinta cerimônia de troca de comando da Polícia Militar desde que assumiu seu primeiro mandato à frente do Poder Executivo estadual, em 1º de janeiro de 2015. O coronel Pedro de Jesus Ribeiro dos Reis assumiu o posto que, na era comunista, já foi ocupado, pela ordem, pelos coronéis Marco Antônio Alves, Frederico Pereira, Jorge Luongo e Ismael Fonseca.

A quinta mudança de comando da PM em pouco mais de cinco anos de hegemonia comunista ocorreu menos de 10 meses desde a ascensão do coronel Ismael de Sousa Fonseca ao mais alto posto da Polícia Militar do Maranhão. Coincidência, ou não, o comandante que deixa o cargo foi exonerado pelo governador após retornar das férias, junto com a maioria dos demais membros da cúpula da corporação.

A propósito, o gozo de férias coletivas pelos oficiais de mais alta patente da PM não foi bem assimilado pela tropa, principalmente pelos praças. Nos quartéis, o comentário recorrente era de que enquanto os comandantes curtiam, ao mesmo tempo, o recesso, a corporação estava acéfala. A onda de crimes que assolou o estado em janeiro, alguns com envolvimento direto de policiais militares, foi outro fato a revelar que algo estava fora de controle.

Como se não bastasse ao Maranhão ser um dos estados com maior déficit de policiais militares por habitante, o que representa uma dificuldade a mais no enfrentamento da criminalidade, as constantes trocas de comando da PM revelam desacertos na cúpula. As consequências dos erros de gestão são as piores possíveis para a base da tropa, já enfraquecida por ter contingente reduzido. Mais preocupante ainda é constatar que as sucessivas mudanças no mais alto posto da corporação não surtiram o efeito esperado, até o momento.

Outro fator que atrapalha o bom andamento das ações militares é a falta de harmonia com a Secretaria de Segurança Pública (SSP). Nos bastidores policiais, é voz corrente entre membros do sistema dos mais diferentes graus de hierarquia que a relação entre a chefia da pasta e o Comando Geral da PM frequentemente é minada por desgastes. O conflito decorre de divergências muitas vezes inconciliáveis, que dão margem a atos condenáveis, desde gestos de indelicadeza, omissões e, em casos extremos, sabotagens.

A quinta troca de comando da PM é uma medida drástica. É também, acima de tudo, a constatação de que o governo comunista mais uma vez não acertou a mão ao tentar otimizar a atuação da instituição militar com a nomeação de um novo chefe. Pelo visto, as férias coletivas do alto comando teriam sido recebidas com reprovação do Palácio dos Leões e podem ter sido o estopim para a inesperada mudança na instituição. Ao determiná-la, o governador demonstra que está disposto a promover um choque de gestão na caserna. Menos mau.

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