Evento

Ação Resgate faz alerta e combate ao uso de álcool e drogas no Carnaval

Evento foi realizado na área central da capital maranhense, onde ocorre a concentração das festas de prévia e do Carnaval; ações terão continuidade

Ismael Araújo / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h21
Atendimentos foram feitos a pessoas da comunidade e usuários de entorpecentes, na ação na Deodoro
Atendimentos foram feitos a pessoas da comunidade e usuários de entorpecentes, na ação na Deodoro (operação resgate)

A semana que antecede o Carnaval acaba exaltando os ânimos das pessoas em busca de diversão. Neste momento, os foliões ficam mais propensos ao consumo em demasia do álcool e drogas. Uma pesquisa feita pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) mostrou que mais de oito milhões de brasileiros têm dependência química. Com um dos objetivos de prevenir, alertar e combater o uso de álcool e droga durante o período carnavalesco na Grande Ilha, além de retirar os dependentes químicos da rua, aconteceu ontem a 3ª edição da Operação Resgate.

O evento foi promovido pela Polícia Civil e o Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS AD) do Monte Castelo, na praça Deodoro, na área do centro, onde estão concentradas as festas que antecedem o Carnaval na Região Metropolitana de São Luís. “A Deodoro, a Beira-Mar e a Praia Grande são os pontos onde ocorrem, com frequência, as festas carnavalescas, inclusive, os eventos de prévia do Carnaval. Então, os transeuntes, os comerciantes e o público em geral da área precisam ser alertados para o uso de álcool e drogas, principalmente, no tocante às consequências”, alertou
Marcelo Costa, um dos coordenadores da ação. Ele ainda informou que o evento também tem como propósito retirar os dependentes químicos das ruas e possam fazer o tratamento.

Marcelo Costa informou que durante o evento de ontem foram oferecidos vários serviços para a população, como café da manhã, consultas clínicas, psiquiátricos, aferição de pressão, teste de glicemia, vacinação, exames laboratoriais e atendimento de enfermagem. A meta era atender mais de 500 pessoas. “Os profissionais da área de saúde estão alertando a população, principalmente, no que diz respeito ao uso de drogas e álcool, além de doença sexualmente transmissível no decorrer do Carnaval”, frisou.

O outro coordenador da ação, delegado Joviano Furtado, frisou que antes de ocorrer o evento é feito um levantamento da área com o apoio da equipe da Secretaria Municipal da Criança e Assistência Social (Semcas). Neste ano vão ocorrer várias atividades de forma rotativa na área central da cidade e em outros bairros. “Fazemos um levantamento prévio do local e analisamos a necessidade de ocorrer a ação naquela área”, contou o delegado.

A doméstica, Ana Cláudia Silva, de 34 anos, disse que estava há um mês tentando fazer exame de sangue que havia sido requisitado pelo médico e somente conseguiu fazer, durante o evento. “Não tinha como pagar os exames e estava tentando fazer pelo governo”, contou.

O educador Paulo André Gomes, de 45 anos, disse que evento como esse é de suma importância, principalmente, ao alertar a população sobre o uso de entorpecente durante o período carnavalesco. “Os jovens precisam ser alertado sobre o uso abusivo de droga”, frisou.

Outras ações
A primeira edição deste ano ocorreu no dia 15 de janeiro, na área do Mercado Central, no Centro, e fez alusão as campanhas Janeiro Branco, que faz referência a saúde mental; e Janeiro Roxo, à hanseníase. Enquanto, no ano passado, foram realizadas 17 ações na Ilha e resultaram em mais de oito mil atendimentos, 86 dependentes químicos retirados das cracolândias e 90 pacientes capacitados para o mercado de trabalho.

O delegado Joviano Furtado disse que foi escolhido o Mercado Central para realizar a primeira ação devido ser um local onde ainda há um maior número de dependentes químicos na cidade. “Os usuários têm como zona de conforto esse ponto da cidade. Eles conseguem local para dormir e adquirem dinheiro, na maioria das vezes por meio do trabalho braçal, para comprarem, logo em seguida, droga”, pontuou Joviano Furtado.

Ele ainda declarou que no decorrer desse evento sete dependentes químicos aceitaram a fazer o tratamento, enquanto, na segunda ação, ocorrida na Feira do João Paulo, também realizada no mês passado, oito usuários de droga foram resgatados e levados para o hospital. “No João Paulo, havia cinco casebres feitos de plástico e papelão que abrigavam os dependentes”, disse o delegado.

NÚMEROS
3 Edições da Ação Resgate já ocorreram durante este ano na Grande Ilha

MAIS

A Ação Resgate vem sendo realizada desde o ano de 2011 e o ponto de partida foi a cracolândia, localizada no bairro João Paulo. Na época, esse local era considerado um dos pontos onde havia maior número de dependentes químicos. No decorrer da ação, vários usuários de drogas foram retirados daquela área. A maioria deles aceitou fazer o tratamento.

Uso de drogas durante o período carnavalesco

A busca da droga na diversão: Pessoas que mesmo não tendo o costume de ingerir álcool acabam fazendo por influência dos amigos principalmente. O que ocorre é um tipo de pressão social para o consumo da droga nesse período festivo.

Efeitos da droga: acaba levando a alterações psíquicas devastadoras contribuindo para a vulnerabilidade do sujeito. Há ainda interferências diretas na coordenação motora do indivíduo. Outras pessoas ficam mais agressivas, o que coloca em risco não somente quem consome, mas também outras pessoas ao redor.

Livre comércio das drogas: Em época de Carnaval, mesmo não sendo permitido, sabe-se que a venda de álcool e drogas acontece de modo desenfreado. Pelos locais da festividade do Carnaval, homens e mulheres vendem livremente drogas diversas nas folias.

Amenizar o consumo das drogas: O Governo trabalha para evitar e fiscalizar o consumo de drogas, mas suas políticas e medidas ainda não são suficientes para conter a circulação e o consumo. O Governo Federal em parceria com o Ministério da Cidadania tem lançado campanhas nas redes sociais, seminários e outras mídias na tentativa de advertir sobre os danos causados pela dependência química e a importância de buscar o tratamento de drogas para quem já tem a dependência.

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