Prevenção

Vacinação contra sarampo é iniciada em postos de São Luís

Imunização nesta etapa abrange a faixa etária de 5 a 19 anos; no Maranhão, oito casos foram confirmados em 2019, sem mortes

Nelson Melo / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h21
Vacinação atende a pessoas que não se imunizaram ainda ou estão com cartão atrasado
Vacinação atende a pessoas que não se imunizaram ainda ou estão com cartão atrasado (Sarampo)

Seguindo orientação do Ministério da Saúde, foi iniciada, nessa segunda-feira, 10, no Maranhão, a primeira etapa, deste ano, de vacinação contra o sarampo, que é transmitido por secreções como gotículas eliminadas pelo espirro ou pela tosse. A ação está ocorrendo em todas as unidades federativas brasileiras, sob a coordenação do Movimento Vacina Brasil. A campanha terá prosseguimento até o próximo dia 13 de março. Na capital maranhense, as unidades de saúde já estão recebendo pessoas da faixa etária dos 5 aos 19 anos.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (Semus), todas as unidades de saúde com sala de vacina atenderão o público-alvo, cuja idade é dos 5 aos 19 anos. Conforme frisado pelo órgão, a campanha é seletiva. Serão aceitas apenas aquelas pessoas que ainda não vacinaram ou que estejam com cartão atrasado. “A Secretaria esclarece que sempre realiza campanhas educativas, trabalhando a conscientização da população em manter suas vacinas atualizadas”, pontuou.

Já a Secretaria de Estado da Saúde (SES) comunicou que o objetivo da campanha é alcançar crianças e jovens ainda não imunizados contra a doença. As doses estarão disponíveis em todos os postos de vacinação do Estado do Maranhão. “A Secretaria ressalta, ainda, que é importante comparecer as unidades básicas de saúde com a carteirinha de vacinação para que um profissional verifique a necessidade de aplicação da dose”, frisou.

No Centro de Saúde do Bairro de Fátima, em São Luís, as pessoas começaram a chegar por volta das 9h. À tarde, o movimento foi menos expressivo, como acompanhou o Jornal O Estado. A vacina tríplice viral protege contra sarampo, rubéola e caxumba. É importante comparecer aos postos de saúde com a carteirinha de vacinação, para que um profissional verifique a necessidade de aplicação da dose.

Surto do sarampo
Em 2020, ainda não houve notificações de sarampo no Maranhão, de acordo com a SES. Em outras unidades federativas do Brasil, o surto continua, como em São Paulo, que, este ano, já registrou 1.352 casos. Em 2019, no estado maranhense aconteceram oito situações envolvendo a enfermidade. Mas não houve ocorrências de mortes, como aconteceu em outros locais.

Os oito casos positivos foram confirmados durante exames realizados pelo Laboratório Central de Saúde Pública do Maranhão (Lacen/MA). Os números foram superiores, por exemplo, aos de Sergipe, que fechou 2019 com seis notificações do sarampo (60 suspeitas, sendo 54 delas descartadas). A Secretaria de Saúde do Maranhão frisou que, para evitar o surto, está realizando a capacitação de profissionais.

Campanha em 2019
A Campanha Nacional de Vacinação contra o Sarampo, coordenada pelo Ministério da Saúde, foi realizada de forma seletiva, e ocorreu em duas etapas. No período de 7 a 25 de outubro, o público-alvo foram as crianças de seis meses a menores de 5 anos. O Dia D (Dia de Mobilização Nacional) aconteceu em 19 de outubro. Já a segunda etapa, que aconteceu de 18 a 30 de novembro, teve como foco a população de 20 a 29 anos. O Dia D foi registrado em 30 de novembro.

Em São Luís, somente na primeira fase da ação, foram imunizadas quase 12 mil pessoas, segundo a Secretaria Municipal de Saúde (Semus).

Cobertura vacinal
Em dezembro do ano passado, o Ministério da Saúde informou que o Maranhão estava entre as nove unidades federativas que não atingiram a meta mínima de 95% de cobertura vacinal contra o sarampo. O estado conseguiu 90%, de acordo com informações divulgadas pelo órgão do governo federal. Em 2019, foram realizadas duas campanhas nacionais para prevenir e combater a doença. A primeira foi destinada a crianças de 6 meses a menores de 5 anos. Já a segunda teve como foco a população de 20 a 29 anos.

O Ministério da Saúde informou que, além do Maranhão, não conseguiram a meta mínima os estados do Pará (85,4%), Roraima (87,9%), Bahia (88,9%), Acre (91,4%), Piauí (91,9%), São Paulo (93,7%) e Amapá (94,9%). O Distrito Federal, com 93,7%, também apareceu na lista. As unidades federativas que ultrapassaram a meta de vacinação foram: Mato Grosso do Sul (115,92%), Alagoas (115,7%), Rondônia (114,4%), Paraíba (110,2%), Pernambuco (109%), Ceará (108,2%), Minas Gerai (106,7%), Espírito Santos (105,7%), Santa Catarina (105,4%), Paraná (102,8%), Tocantins (102,5%), Rio de Janeiro (101,7%), Sergipe (99%), Rio Grande do Sul (101,1%), Goiás (103,4%), Mato Grosso (97,2%), Amazonas (96,4%) e Rio Grande do Norte (96,2%).

Casos no Maranhão
No Maranhão, oito casos foram confirmados em 2019, mas sem registros de óbitos, como foi confirmado pela Secretaria de Estado da Saúde. As duas últimas situações aconteceram em dezembro. Antes desses casos, o surto afetou uma criança de um ano, do município de Lima Campos, e um homem, de 32 anos, vindo de São Paulo, em visita à família em Pedreiras. Nesses dois episódios, as pessoas não eram vacinadas.

Os quatro casos anteriores foram registrados nos municípios de Vitorino Freire, onde uma mulher de 40 anos, vinda de São Paulo, contraiu a doença; em Lago da Pedra - um bebê de oito meses; em São Luís - um homem de 33 anos, vindo de Santos (SP), e em Caxias - uma criança, de sete meses. Em todos os casos, a Vigilância Epidemiológica dos municípios realizou as ações de bloqueio, com imunização dos contatos diretos.

SAIBA MAIS

IMPORTÂNCIA DA VACINAÇÃO

Muitas doenças comuns no Brasil e no mundo deixaram de ser um problema de saúde pública por causa da vacinação massiva da população, de acordo com o Ministério da Saúde. Poliomielite, sarampo, rubéola, tétano e coqueluche são só alguns exemplos de doenças frequentes no passado, que as novas gerações só ouvem falar por meio de histórias. Por isso, é importante que o cidadão não deixe de buscar as vacinas disponíveis nas salas de vacinação, nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). São 300 milhões de doses das vacinas incluídas no Calendário Nacional de Vacinação.
O Calendário Nacional de Vacinação contempla não só as crianças, mas também adolescentes, adultos, idosos, gestantes e povos indígenas. Ao todo, são disponibilizadas 19 vacinas para mais de 20 doenças, cuja proteção inicia ainda nos recém-nascidos, podendo se estender por toda a vida.

SINTOMAS DO SARAMPO

Os sintomas do sarampo podem ser percebidos de 10 a 12 dias após o contato com o vírus. Por esse motivo, muitas vezes a infecção não é percebida no curto prazo, o que auxilia na sua proliferação. Em estágios mais avançados da doença, complicações graves podem começar a expressar-se no indivíduo, como cegueira, encefalite, diarreia, vômito, infecções de ouvido e respiratórias.
Os sintomas são febre alta; mal-estar; secreções no nariz; tosse; olhos vermelhos; manchas brancas dentro das bochechas e manchas vermelhas na pele (inicialmente no rosto e pescoço).

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