Eleições 2020

Vereadores de São Luís estão em negociação para troca de partidos

Pelo menos 10 parlamentares estão conversando com PDT, PCdoB e Podemos para mudança de legenda; período para troca de partido para ter validade nas eleições deste ano é início de abril

Carla Lima/Editora de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h21
Astro de Ogum e Paulo Victor vão para o PCdoB e Beto Castro decidiu se manter no Avante para a disputa; Concita Pinto e  Gutemberg Araújo devem ingressar no PDT como já fez o vereador Nato Júnior
Astro de Ogum e Paulo Victor vão para o PCdoB e Beto Castro decidiu se manter no Avante para a disputa; Concita Pinto e Gutemberg Araújo devem ingressar no PDT como já fez o vereador Nato Júnior (Vereadores)

As mudanças feitas com a reforma eleitoral em 2015 serão aplicadas este ano na disputa proporcional em todo o Brasil. Uma das mudanças é a proibição de partidos coligarem para a eleição pra as Câmara Municipais. Isto está levando os vereadores de São Luís a organizar novas estratégias para garantir a reeleição em outubro. E uma das ações dos parlamentares é a mudança de partido que possa garantir quadros competitivos pra garantir vaga no legislativo da capital.

São três partidos que estão sendo buscados por parte dos detentores de mandatos na Câmara Municipal de São Luís. O Podemos, PDT e PCdoB estão sendo cobiçados pelos vereadores.

Para o PDT, que já tem cinco vereadores em seus quadros, há a possibilidade de mais quatro parlamentares se tornarem pedetista. Na lista estão Edson Gaguinho, que pode deixar o PHS para entrar no PDT, Gutemberg Araújo (PRTB), Concita Pinto que deixará o Patriota e Marquinhos Silva, que está descontente no DEM do deputado estadual e pré-candidato a Prefeitura de São Luís, Neto Evangelista.

Por enquanto, as negociações estão fechadas para Concita Pinto, que vai acompanhar o marido, o ex-deputado Jota Pinto, que deixou o Patriota na semana passada para se filiar ao PDT, partido pelo qual deverá disputará a Prefeitura de São José de Ribamar.

Um outro vereador que se tornou pedetista no fim de janeiro foi Nato Júnior. O parlamentar se filou ao PDT na esperança de compor a chapa proporcional e ter chances de garantir a sua reeleição.
Os demais vereadores estão em conversa com o senador Weverton Rocha, presidente estadual pedetista. As conversas ainda não foram fechadas porque os quatro vereadores do partido que se elegeram por lá – Raimundo Penha, Osmar Filho, Ivaldo Rodrigues e Pavão Filho – pressionam para não dá o espaço para outros parlamentares.

Menos cobiçados

Até o fim do ano passado, havia previsão de que, pelo menos, 10 vereadores se filiariam ao PCdoB, que no Maranhão é comandado pelo deputado federal Márcio Jerry. No entanto, as negociações não avançaram com a maioria dos pretendentes a comunistas no estado.
O motivo maior é o fraco desempenho do pré-candidato a prefeito da capital pelo partido, Rubens Júnior, que não conseguiu ainda viabilizar sua candidatura junto a aliados.

Por enquanto, a previsão é de que somente dois vereadores passem a ser dos quadros do PCdoB em São Luís. Astro de Ogum deve deixar o PL do deputado federal Josimar de Maranhãozinho para ser um comunista. O vice-presidente da Câmara, nas redes sociais e em eventos políticos, já demonstrou sua preferência pela candidatura de Rubens Júnior.

Outro vereador que deve ingressar no PCdoB é Paulo Victor. Atualmente ele é do PTC. A O Estado, o vereador garantiu que a decisão sobre sua filiação na legenda depende somente da direção municipal e estadual. “Estou aguardando somente o chamado para a filiação”, disse Paulo Victor.

Se estes dois parlamentares ingressarem nos quadros comunistas, o partido do governador Flávio Dino passará a ter quatro vereadores em São Luís. Atualmente, na Câmara, o PCdoB tem Marcelo Poeta e Fátima Araújo.

Quem chegou a negociar com o PCdoB para se filiar foi o vereador Beto Castro (Avante), no entanto, as conversas não avançaram. Segundo relatou a O Estado, O PCdoB não deu “importância” as conversas para sua filiação. “Sim [conversou com o PCdoB], mas os mesmos não deram muita importância”, disse Beto Castro.

Com isto, o vereador vai permanecer no Avante. “Meu partido é indiscutivelmente o Avante”. Pela legenda, comporá para a reeleição a chapa proporcional somente Castro.

O Podemos, no fim do ano passado, conseguiu uma bancada de três vereadores. Quando o deputado federal Eduardo Braide decidiu pela legenda para se filiar e disputar a Prefeitura de São Luís, os vereadores Marcial Lima, Sá Marques e Cézar Bombeiro também ingressaram na sigla.

Mas a bancada da legenda pode aumentar até abril deste ano. Ainda há negociações para que outros três parlamentares de São Luís se filiem a legenda.

Francisco Chaguinhas, Marquinhos Silva – que também conversa com o PDT – e Silvino Abreu estão conversando com a direção do partido para decidirem se irão ser dos quadros do Podemos para a disputa eleitoral de outubro.

Mais

Prazo é até abril

Os postulantes a mandato eleito ou que querem buscar a reeleição têm até 4 de abril para definirem seus partidos políticos caso queiram mudar de legenda. No caso de vereadores que podem ser pegos pela lei da fidelidade partidária, a janela irá abri no início de março e assim ficará até abril quando termina o prazo para filiações.

Parlamentares de São Luís organizam o plano B

O fim das coligações é uma incógnita para os vereadores de todo o Brasil. Pela legislação, cada partido poderá compor uma chapa para a disputa com até 150% do total de vagas das Câmaras Municipais. No caso de São Luís, serão até 47 candidatos por partido.

A nova legislação fortalece as legendas. Com isto, em são Luís, têm vereadores que já programaram um plano B caso não consigam o espaço necessário para tentar a reeleição ou não consigam as condições para entrar na disputa.

Este é o caso de Francisco Chaguinhas, que filiou o filho no Patriotas, comandado no Maranhão pelo deputado federal Marreca Filho.

O mesmo fez a vereador Bárbara Soeiro do PSC. Ela filiou o filho, Otávio Soeiro, no PTB, comando pelo deputado federal Pedro Lucas Fernando.

A ideia é deixá-los na disputa caso eles não consigam condições para tentar a reeleição.

DEM não se organiza para a disputa proporcional, diz vereador do partido

O DEM em São Luís, ainda na metade do ano passado, lançou a pré-candidatura a Prefeitura de São Luís o deputado estadual Neto Evangelista. O parlamentar e o presidente da legenda no Maranhão, deputado federal Juscelino Filho, de lá até o momento estão em constantes negociações para fechar apoio a candidatura de Evangelista na capital.

Conversam com o PDT, abriram diálogo com o PCdoB e até buscam um acordo com o PSL do vereador Chico Carvalho.

Na contramão desta postura pela eleição majoritária, o DEM não tem investido na disputa proporcional. É o que garante o vereador Marquinhos Silva, que é do partido, mas quer deixar para se filiar ou ao Podemos ou ao PDT. “Ainda não tenho definição. Estou conversando”, disse o parlamentar a O Estado.

Segundo Marquinhos, o DEM não tem quadros para uma disputa proporcional o que pode levar a legenda a não alcançar a votação mínima do coeficiente eleitoral e assim fica sem a vaga da Câmara.
“O DEM hoje não é um partido com quadros competitivos para uma disputa eleitoral. Se continuar no partido que não recebe a atenção nem de Neto Evangelista e nem de Juscelino Filho, não tenho condições de buscar a reeleição”, disse.

Pelo que descreveu o vereador, o DEM no Maranhão não existe de fato. O partido está somente no papel. “Gosto da proposta do DEM, mas é um partido que não tem a estrutura de um partido. O presidente e o pré-candidato estão se importando somente com a disputa majoritária”, reclamou o vereador.

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