As recentes movimentações de pré-candidatos a prefeito de São Luís da base do governador Flávio Dino (PCdoB) tendem a reforçar o clima de beligerância entre o atual vice-governador do Maranhão, Carlos Brandão (PRB), e o senador Weverton Rocha (PDT).

Ambos almejam uma candidatura a governador em 2022 e, para isso, buscam cenários que os favoreçam já nas eleições de 2020 na capital, maior colégio eleitoral do Maranhão.

Brandão é o atual presidente do PRB no estado e, como tal, deve garantir legenda para o deputado estadual Duarte Júnior, que está de saída do PCdoB - ele recebeu na segunda-feira, 3, aval de Dino para “seus novos projetos e ideias”, uma sinalização clara de mudança de rumos.

De outro lado, Weverton é o presidente do PDT, e deve levar o partido para uma composição com o também deputado estadual Neto Evangelista, pré-candidato pelo DEM.

Dependendo do resultado de cada um dos possíveis candidatos no pleito deste ano, um dos aliados terá alguma vantagem no debate sobre a sucessão estadual de daqui a quatro anos.

Dilema

Em meio à guerra surda travada entre Weverton e Brandão, o governador Flávio Dino vive um dilema. Ele tem sido pressionado por aliados a convencer o deputado federal Rubens Júnior (PCdoB) a abdicar da candidatura, para preservar sua imagem, de olho na disputa presidencial de 2022.

Para estes comunistas, lançar um candidato que corre o risco de perder - e de sequer passar a um 2º turno na disputa em São Luís - seria um risco aos planos nacionais de Flávio Dino.

“Seria uma derrota pessoal do governador, jogando em casa. E isso não é bom para quem quer apresentar uma imagem vitoriosa em 2022”, declarou a O Estado um graduado comunista na terça-feira, 4.
Segundo essa corrente, o ideal seria o PCdoB apoiar o candidato do DEM, deputado Neto Evangelista, também de olho no plano nacional.

“Seria uma demonstração prática de que, aqui em casa, ele faz o que prega quando defende uma frente ampla nacional”, completa.
Dino, no entanto, sabe que apoiar Evangelista é fortalecer Weverton Rocha. Mas a preferência do governador, já se sabe, é por Carlos Brandão.

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