Financiamento

Inadimplência do Fies aumentou cerca de 23% após renegociação

Dados obtidos fornecidos pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação mostram que, em dezembro de 2019, 700 mil contratos estavam com mais de 90 dias de atraso nas parcelas, ou 47% do total

Atualizada em 11/10/2022 às 12h21
As inscrições para o Fundo de Financiamento Estudantil ( Fies) foram abertas ontem
As inscrições para o Fundo de Financiamento Estudantil ( Fies) foram abertas ontem (Divulgação)

BRASÍLIA - O número de contratos do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) considerados inadimplentes aumentou cerca de 23% após a realização do programa de renegociação do governo federal.

Em abril do ano passado, quando foram estabelecidos os prazos para estudantes devedores, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) afirmou que 567 mil contratos estavam com pelo menos 90 dias de atraso no pagamento das parcelas da dívida e se encaixavam nos critérios para aderir à renegociação.

Segundo informações do FNDE na semana passada, em dezembro de 2019 esse número havia subido para 700 mil. Desse total, 190 mil, ou 27%, são contratos firmados por estudantes de São Paulo.

Os inadimplentes do Fies representam cerca de 47% do total de 1,5 milhão de contratos atualmente na fase da amortização, ou seja, depois que o estudante já terminou o curso de graduação e já passou do período de carência, e agora precisa devolver o dinheiro emprestado em pagamentos mensais. Os valores divulgados pelo FNDE para o mês de dezembro são aproximados.

O FNDE considera inadimplentes apenas os contratos que tenham a partir de 90 dias de atraso nos pagamentos. Mas, considerando todos os contratos com pelo menos um dia de atraso nas parcelas, o número de estudantes que não conseguem pagar o Fies em dia sobe para 909 mil.

Renegociação atraiu

Em abril de 2019, o governo federal começou a tirar do papel um plano para tentar reduzir a inadimplência do Fies. Segundo o FNDE, 567 mil deles se encaixavam no pré-requisito: estarem inadimplentes no segundo semestre de 2017.

A princípio, esses devedores teriam entre 29 de abril e 29 de julho do ano passado para aderir ao programa, que ofereceria novas formas de parcelamento da dívida.

No decorrer do ano, porém, o prazo de adesão acabou prorrogado até 10 de outubro. Em novembro, o MEC afirmou que 2% dos 567 mil inadimplentes haviam cumprido as condições de renegociação. Com isso, a iniciativa do governo conseguiu reaver 14% dos recursos atrasados, que somavam na época R$ 2,5 bilhões.

Financiamento em queda

O Fies existe desde 2001, mas foi só em 2010, quando o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) passou a operar o fundo, que ele cresceu exponencialmente. Além da Caixa Econômica Federal, o Banco do Brasil passou a atuar como agente financeiro do Fies, e a taxa de juros, que chegava a 6,5% ao ano para estudantes de alguns cursos, foi reduzida a 3,4% ao ano para todos os cursos. Além disso, não havia um período limite de inscrições ou um número limite de vagas oferecidas por semestre.

O programa chegou a ser, em 2014, a principal forma de calouros em cursos de graduação de instituições privadas financiarem sua faculdade. Mas as novas restrições impostas pelo governo federal fizeram com que a porcentagem de ingressantes com contrato do Fies caísse de 21,3% naquele ano para 5,7% em 2017.

Inscrições para o Fies

As inscrições para o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e para o Programa de Financiamento Estudantil (P-Fies) do primeiro semestre de 2020 foram abertas ontem,5. Por volta de 12h55, já era possível acessar o portal e cadastrar as informações.

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Mais cedo, candidatos relataram a demora na abertura do sistema. Em 2019, o cadastro no site já estava disponível por volta das 8h. Questionado, o Ministério da Educação afirmou que o edital não prevê um horário de abertura das inscrições, só de encerramento (às 23h59 de 12 de fevereiro).

Os programas oferecem financiamento para pagamento de cursos de graduação em universidades privadas. Os candidatos devem se inscrever até 12 de fevereiro.

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