São Luís - A arte para quebrar barreiras e preconceitos. É o que propõe o espetáculo “O Som e a Sílaba”, escrito e concebido por Miguel Falabella e interpretado pelas atrizes Alessandra Maestrini e Mirna Rubim, que estão surpreendendo a plateia. O musical será apresentado hoje, às 21h, no Teatro Arthur Azevedo (Rua do Sol).

Aplaudida em várias cidades brasileiras, a peça (um dos musicais nacionais mais celebrados e premiados), retrata a história de Sarah Leighton, uma mulher com diagnóstico de autismo altamente funcional. Ela tem habilidades específicas em algumas áreas, como a música, e conta com a ajuda de Leonor Delis, sua professora de canto. Após a morte dos pais, Sarah, que é uma Savant (possui uma grande habilidade intelectual aliada a um deficit de inteligência), busca alguém que lhe ajude a dar algum sentido à vida.

A atriz Alessandra Maestrini conta que a mensagem é repassada quando a professora diz a Sarah “Você não tem condições de fazer isso. Você não pode dar um passo maior do que a sua perna”. Sarah responde com uma pergunta: “Desde quando você conhece o tamanho da minha perna?”. “Esta foi a resposta que o autor e diretor do espetáculo deu a sua própria mãe, quando esta o desencorajou a investir na vida artística. Se ele não tivesse respondido assim e lutado por si mesmo, hoje o Brasil não teria um de seus principais atores, dramaturgos e diretores. Nós não teríamos Miguel Falabella”, frisa.

Alessandra Maestrini acrescenta que toda essa sensibilidade do espetáculo é contada com muito humor e leveza. “Como só Miguel Falabella sabe fazer. Somos três amigos brincando. Sempre com um humor cúmplice, ou seja, do humor do rir ‘com’. O público vai sorrir muito e se emocionar. Para a composição da personagem eu fiz questão de conhecer uma pessoa com autismo e fui apresentada a uma jovem formada em cinema e li o texto para ela. Eu perguntei se ela se sentia representada e ela aprovou. Quis conhecer ela porque sou sinestésica e, dessa maneira, eu poderia tentar compreender mais aquele universo”, destaca.

Maestrini afirma que a plateia se diverte muito, se encanta, sai com orgulho de ser quem é, com orgulho de sua individualidade e de sua singularidade. E se emociona muito também. “A frase que mais ouvimos na saída da peça é ‘muito obrigada!. Essa história que vocês acabaram de contar, essa é a história da minha vida!’”.

A personagem tem consciência de suas limitações nas relações pessoais, sabe que precisa romper as barreiras da síndrome para se ajustar ao mundo lá fora e busca autonomia. A professora de canto é uma diva internacional da ópera com mais de 50 anos que, por acasos da vida, começou a dar aulas. Ela é direta, elegante, refinada e aparentemente bem resolvida.

Mensagem - Entre outras coisas, o espetáculo traz uma mensagem de valorização das diferenças, promove o amor e estimula a esperança. O público surpreende-se quando assiste à Alessandra Maestrini cantando ópera ao vivo, que no palco se mostra leve e agradável, com piadas de humor intercaladas com os números musicais. Mirna Rubim, por sua vez, apresenta-se com uma voz densa e encorpada de meio-soprano, que agrada a plateia.

O espetáculo conta com um elegante cenário, concebido por Zezinho Santos e Turíbio Santos. A a luz dramática de Wagner Freire complementa os figurinos de Lígia Rocha e Marco Pacheco que, ao lado do visagismo de Wilson Eliodoro, constroem os cativantes personagens do musical. “O Som e a Sílaba” conta com o design de som de Mario Jorge Andrade, que leva a experiência auditiva do espetáculo para um novo patamar de excelência.

Serviço

O quê

Espetáculo O Som e a Sílaba

Quando

Hoje, às 21h

Onde

Teatro Arthur Azevedo (Rua do Sol)

Ingressos: R$ 100 (plateia), R$ 80,00 (frisa e camarote) e R$ 50,00 (balcão e galeria), à venda na bilheteria do teatro e pelo www.ingressodigital.com e na loja Bdagaggio (Shopping da Ilha e São Luís Shopping)

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