SÃO LUÍS - O mês de agosto será movimentado no Estado do Maranhão, por conta de uma grande disputa de robótica que acontecerá em São Luís, entre os dias 8 e 14. A “Copa FIRA RoboWorld 2020” é a mais antiga competição de futebol de robôs do mundo, que foi iniciada em 1996 na Coreia do Sul. No Brasil, será a primeira vez que o evento é realizado, a partir de uma cooperação técnica envolvendo o Centro Universitário Eniac de Guarulhos. O concurso ocorreria no Irã, mas, devido à tensão com os Estados Unidos da América (EUA), o local foi alterado para a capital maranhense.

A Federação da Associação Internacional de Esportes confirmou, em seu site oficial, que decidiu trocar o Irã pelo Brasil em virtude dos acontecimentos recentes envolvendo aquele país do Oriente Médio e os EUA. Mas enfatizou que isso não reflete, de maneira alguma, o trabalho que o Capítulo FIRA iraniano fez na preparação para o evento deste ano. “Toda a comunidade iraniana da FIRA trabalhou duro na preparação do FIRA 2020 e tenho certeza de que teria recebido calorosamente seus convidados internacionais. Esperamos que no próximo ano a incerteza na região tenha diminuído e esperamos ansiosamente o FIRA 2021 em Teerã”, publicou a entidade.

Ao mesmo, a Federação desejou sinceras gratidões ao Capítulo Brasil FIRA, por ter oferecido o seu território, mais precisamente a capital maranhense, para a realização do evento.

Evento na capital

Em São Luís, participarão mais de 200 equipes de 25 países. A competição se concentra em três objetivos: fornecer problemas de referência desafiadores e motivadores para pesquisas de ponta em robótica inteligente; dar aos alunos seniores habilidades e experiências valiosas que lhes permitam ser produtivos e desenvolver suas carreiras na nova economia, e apresentar aos alunos juniores os fundamentos da ciência, tecnologia, engenharia e matemática.

O lançamento do evento aconteceu nessa segunda-feira, 3, na capital maranhense, no antigo prédio do Colégio Marista.

Os robôs

A Federação da Associação Internacional de Esportes (FIRA) foi fundada pelo professor Jong-Hwan Kim, KAIST, na Coreia do Sul, em 1996. A “Copa FIRA RoboWorld 2020” é considerada a mais tradicional competição de futebol de robôs do planeta. Desde um começo humilde, a entidade que promove esse torneio cresceu para uma grande disputa robótica com o objetivo de usar o esporte como problemas de referência para pesquisas de ponta nesse ramo e outras áreas relacionadas.

A FIRA também inclui a competição FIRA Air para robôs voadores autônomos, o FIRA Challenge para pesquisa em robótica com grandes benefícios sociais e robôs de busca e resgate urbanos, além do FIRA Youth para a próxima geração de pesquisadores. Em 2018, a FIRA RoboWorld Cup foi realizada em Tai Chung, Taiwan, e atraiu mais de 1.200 participantes. Com o crescente aumento do número de robôs em um ambiente industrial, os cientistas e tecnólogos eram frequentemente confrontados com questões de cooperação e coordenação entre diferentes robôs e sua “autogovernança” no espaço de trabalho.

Isso levou ao desenvolvimento de sistemas autônomos cooperativos de vários robôs. Os proponentes dos sistemas autônomos de vários robôs precisavam de um modelo para testar as teorias propostas para testar sua eficácia e eficiência. Não é surpresa que eles tenham começado a se concentrar no futebol dessas máquinas. O futebol em questão exige muito em todas as áreas da tecnologia, mecânica, sensores e inteligência de robôs. E isso acontece em um ambiente competitivo por meio do qual as pessoas em todo o mundo podem entender e desfrutar.

O MiroSot envolve vários robôs que precisam colaborar em um ambiente adversário para alcançar objetivos específicos. Assim, nasceu o Torneio de Futebol da Micro-Robot Wold Cup (MiroSot), o que levou à origem de nova área de pesquisa interdisciplinar, na qual cientistas e tecnólogos de diversos ramos, como controle inteligente, comunicação, tecnologia de computadores, tecnologia de sensores, processamento de imagens e mecatrônica, vida artificial e outros trabalham juntos para tornar os sistemas de robôs uma realidade.

Os robôs usados são de tamanho pequeno (7,5 cm x 7,5 cm x 7,5 cm), totalmente/semiautônomos e sem operadores humanos. Em sistemas com vários robôs, outros, além da incerteza que podem ser inerentes ao domínio, podem determinar a dinâmica do ambiente, uma vez que outros robôs afetam intencionalmente o espaço de maneira imprevisível. O aspecto principal é a necessidade dessas máquinas não apenas para se controlar, mas também para rastrear e controlar a bola, que é uma parte passiva do ambiente.

A questão teórica interessante por trás dos experimentos MiroSot é o uso do futebol como exemplo de protótipo de um sistema complexo e adaptativo.

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