Restauração

Obra no Palácio das Lágrimas será retomada após longa paralisação

Técnicos da UFMA e do Iphan realizaram visita técnica no prédio, onde avaliaram as condições físicas e estruturais; há muito lixo e será feito mutirão de limpeza, além de catalogação de obras

Ismael Araújo / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h21
Obras de reforma ficaram paradas por cinco anos
Obras de reforma ficaram paradas por cinco anos (palácio das lágrimas)

A obra de reforma do Palácio das Lágrimas, localizado no Centro, após mais de cinco anos parada, deve ser retomada ainda neste mês. A reforma começou em junho de 2014 e deveria ter terminado no mês de fevereiro de 2015. O prédio é de propriedade da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e já abrigou a Faculdade de Farmácia e Odontologia.

Os técnicos do Iphan e a equipe da Superintendência de Infraestrutura da UFMA estiveram, no último dia 27, no Palácio das Lágrimas, onde avaliaram as condições físicas e estruturais do local. Um dos objetivos da visita técnica era catalogar o que precisa, de imediato, ser feito para continuar a reforma e restauração da edificação.

O diretor de Planejamento e Controle da Sinfra, Geovane Bezerra Jr, afirmou que o Iphan está fazendo um projeto de revitalização do local e avaliou o estado em que se encontra. “Foi observado muito lixo, então, vamos organizar um mutirão de limpeza da área, resguardar peças históricas. Elas serão acondicionadas de forma adequada, enquanto as obras estiverem sendo realizadas, retornando quando o local estiver pronto para abrigá-las”, explicou Geovane Bezerra Jr.

O superintendente do Iphan no Maranhão, Maurício Itapary, informou que o órgão federal ficará responsável pela elaboração do projeto, fachada e restauração, enquanto, a universidade, por meio da Sinfra, fará a parte da estrutura e levantamento do telhado.

Maurício Itapary também informou que a UFMA deve fazer a catalogação das peças históricas para que o Iphan faça a seleção do que será mantido, restaurado ou recolhido para guarda. “Faremos todos os ajustes para darmos início à obra muito em breve, tendo como primeiro passo um levantamento arquitetônico e de bens móveis e integrados existentes no imóvel para adequar o projeto à nova intervenção”, pontuou o superintendente do Iphan.

Foi criado recentemente um grupo de trabalho formado por profissionais das duas instituições para a revitalização de todo o acervo arquitetônico que a universidade tem no Centro Histórico da capital, como o Teatro Tablado, o prédio do antigo Serviço de Imprensa e Obras Gráficas do Estado (Sioge), e o Palácio das Lágrimas. O grupo é coordenado pelo representante institucional da UFMA, Arkley Bandeira.

Situação
O prédio está abandonado e o piso de madeira está quebrado. Ainda no local, há bastante mato e colunas com rachaduras. Um guardador de carro, que não quis se identificar, disse que a obra foi abandonada anos e o local está cheio de lixo.

A obra do prédio começou em junho de 2014, mas, acabou tendo atraso. No ano de 2015, o Iphan alegou que a UFMA havia tido um problema no orçamento da demolição do anexo contemporâneo. Um termo aditivo foi assinado pela universidade, governo do estado e o Iphan prorrogando a restauração do palácio por mais 240 dias. No mês de agosto de 2017, a obra deveria ter sido finalizada.

Outras obras

A UFMA ainda tem duas obras para serem realizadas. Uma delas é a reforma do Sioge, no centro. A ordem de serviço foi assinada no dia 6 de fevereiro de 2017, em uma parceria entre a Universidade Federal do Maranhão, a Petrobras e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Ainda ontem havia operários no local realizando o trabalho de pintura do prédio.

O outro serviço é a construção da Biblioteca Central da UFMA, no campus do Bacanga. A obra foi iniciada há oito anos, continua paralisada na parte estrutural e estava prevista para ser concluída no segundo semestre do ano de 2013. O prédio abrigará o Núcleo Integrado de Bibliotecas (NIB) da universidade.

Saiba mais

O Palácio das Lágrimas foi construído no início do século XIX e foi demolido no final do mesmo século, dando lugar a um prédio para abrigar um instituto de ensino superior, o que nunca aconteceu, porque o seu idealizador, Joaquim Manuel de Sousa Andrade (o poeta Sousândrade), morreu antes de ver o sonho realizado. Outra versão é a de que o prédio era para abrigar a Escola Modelo Benedito Leite, que ali funcionou por algum tempo e depois foi para um prédio maior, na Praça de Santo Antônio, onde até hoje funciona. Ali passou a funcionar a Faculdade de Farmácia e Odontologia da Universidade Federal do Maranhão.

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