Demissões

Governo de Jair Bolsonaro faz mudanças no INSS e na Casa Civil

Presidente da República demitiu secretário-executivo da Casa Civil, Vicente Santini, e mais tarde Ministério da Economia anunciou saída de Renato Rodrigues Vieira do comando do Instituto Nacional de Seguridade Social

Atualizada em 11/10/2022 às 12h21
Presidente Bolsonaro se irritou ao saber que número 2 da Casa Civil usou avião da FAB para missão oficial
Presidente Bolsonaro se irritou ao saber que número 2 da Casa Civil usou avião da FAB para missão oficial (Vicente Santini)

BRASÍLIA

E m um dia, a equipe do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) anunciou demissão de dois auxiliares. O primeiro foi Vicente Santini, secretário-executivo da Casa Civil. Na tarde de ontem, o Ministério da Economia anunciou a demissão do presidente do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), Renato Rodrigues Vieira. Segundo o governo, a saída acontece a pedido do próprio gestor.

“Ele consolidou sua disposição de sair do INSS a pedido. Foi uma conversa amadurecida ao longo dos últimos 15 dias”, afirmou o secretário Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Rogério Marinho.

“Ano passado foi bastante intenso, esse ano será muito desafiado. O Renato acha que precisa se dedicar a seus projetos, e nós aceitamos sua demissão. Comunicamos ao [ministro da Economia] Paulo Guedes e [ao presidente da República Jair] Bolsonaro, e amanhã haverá consolidação desse ato, com indicação do seu substituto”, declarou.

Segundo Marinho, a presidência do INSS será assumida pelo atual secretário de Previdência, Leonardo Rolim. Ainda não há definição de quem o substituirá no ministério.

“O substituto do Rolim, nós vamos com um pouco mais de cuidado buscar esse nome. existe todo um corpo técnico na Secretaria de Previdência capaz de aguardar esse substituto. A prioridade é o INSS e não podemos deixar ter descontinuidade. (..) a escolha do Rolim se deu por esses aspectos”.

Mais demissão
Mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro demitiu o Vicente Santini, considerado o número 2 da Casa Civil que é comandada por Onyx Lorenzoni. O novo secretário-executivo da Casa Civil vai ser Fernando Moura, atual adjunto da secretaria.

O presidente anunciou a destituição de Santini do cargo em entrevista na chegada ao Palácio da Alvorada, após retornar da viagem oficial que fez à Índia.

Santini utilizou voos da Força Aérea Brasileira (FAB) para acompanhar comitivas do governo em viagens oficiais à Suíça e à Índia. Ele viajou na condição de ministro em exercício, já que o titular da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, está em férias. Bolsonaro ficou irritado, e alegou que Santini poderia ter viajado em voo comercial, como outros ministros fizeram.

A escolha de Moura foi de Onyx. Mesmo em viagem aos Estados Unidos, ele comunicou Bolsonaro sobre o novo número dois da pasta. Ainda não há data para o ato ser oficialmente publicado.
Sobre a decisão de demitir Santini, o presidente da República disse que “foi inadimissível” a viagem de Vicente Santini no avisão da FAB. “Inadmissível o que aconteceu. Já está destituído da função de executivo do Onyx, decidido por mim”, disse Bolsonaro.

O presidente disse ainda que vai conversar com o ministro Onyx para ouvir os argumentos e ver quais outras medidas podem ser tomadas. Por enquanto, Santini continua no governo.

“O que ele fez não é ilegal, mas é imoral. Ministro antigo foi de comercial, de classe econômica. Eu já viajei, no passado, pela Ásia toda de comercial, classe econômica. A explicação é que ele teve que participar da reunião de ministros por isso a premissa [de usar o avião da FAB como ministro]. Essa desculpa não vale. Ele deixa de ser executivo da Casa Civil”, disse o presidente.

Propaganda

Depois de anunciar mudanças em sua equipe, o presidente Jair Bolsonaro indicou que não pretende demitir o secretário especial de Comunicação, Fabio Wajngarten, após o Ministério Público Federal de Brasília pedir a abertura de inquérito criminal para a Polícia Federal investigar suspeitas de peculato e corrupção passiva. Para Bolsonaro, até o momento não foi constatado "nada de errado" na conduta do chefe da Secom.

"O MP recebe uma série de ações diariamente. Vai ser dado o devido despacho por parte do MP. Desde que tenha um indicativo para investigar, vai ser investigado", afirmou Bolsonaro nesta terça. "Até o momento não vi nada de errado por parte do Fabio", disse.

O secretário de comunicação, responsável pelos contratos de publicidade do governo, também é sócio de uma empresa de marketing que vende serviços para emissoras de televisão. Por isso, é acusado de haver conflito de interesses nas duas atividades.

Amazônia

Bolsonaro falou rapidamente com jornalistas ao deixar almoço no Ministério da Defesa, acompanhado do ministro Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), e do vice-presidente, Hamilton Mourão. Segundo ele, o tema do encontro foi a criação do Conselho da Amazônia, que ainda não tem data para começar a funcionar.

Viagens

Bolsonaro foi o convidado especial do governo indiano para participar das celebrações do Dia da República, no último domingo (26).
A viagem incluiu a assinatura de 15 acordos com o governo indiano em diversas áreas, como segurança, bioenergia e tecnologia.

A comitiva também participou de café da manhã com empresários indianos sobre oportunidades de negócios no Brasil
e de um seminário entre empresários dos dois países.

Vicente Santini representou a Casa Civil para apresentar a carteira de concessões e privatizações do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI). Foi primeiro a Davos e depois para Índia no avião da FAB, o que irritou o presidente.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.