Governo Bolsonaro

Com relatório de filho de Vidigal, comissão pune Weintraub

Ministro da Educação foi punido por declarações ofensivas a autoridades e a oposicionista do governo; Erick Vidigal disse que Abraham Weintraub não pode ser uma "autoridade impulsiva, destemperada"

OEstadoMA/O Antagonista

Atualizada em 11/10/2022 às 12h21
Vidigal criticou postura de ministro
Vidigal criticou postura de ministro (Abrahan Weintraub)

No ano passado, quando petistas criticavam o governo pelo caso do sargento que foi preso com 40 kg de cocaína na comitiva presidencial para a Espanha, Weintraub escreveu no Twitter: “Tranquilizo os 'guerreiros' do PT e de seus acepipes (...) Vocês continuam com a exclusividade de serem amigos de traficantes como as Farc”. Weintraub é alvo de vários processos no mesmo colegiado

O ministro ainda chamou o presidente francês Emmanuel Macron de “calhorda oportunista”, disse que a mãe de um cidadão seria uma “égua sarnenta e desdentada”, e que universidades públicas têm “plantações extensivas de maconha”.

Em seu voto, acolhido por unanimidade pela Comissão, o relator Erick Vidigal - filho do ex-ministro do STJ e ex-candidato a governador do Maranhão Edson Vidigal - diz que o ministro da Educação não pode ser uma “autoridade impulsiva, destemperada, que ofende quem quer que critique ou questione o seu trabalho, seja cidadão ou autoridade”.

Visibilidade

Para Vidigal, Weintraub usa a “visibilidade que o cargo público lhe dá para ampliar a divisão existente atualmente na sociedade brasileira, incitar o ódio, a agressividade, a desarmonia, em total afronta ao que dispõe o preâmbulo da Constituição Federal e o CCAAF”.

“Para este Conselheiro, é absolutamente inconstitucional – e por via de consequência imoral e antiético – todo ato praticado por autoridades que promovam a desarmonia e que ofendam as ideias de decoro, de fraternidade, de pluralidade e de combate aos preconceitos”, destacou.

Em outro trecho de seu voto, acolhido integralmente pela Comissão de Ética Pública da Presidência, o conselheiro Erick Vidigal resolveu enviar um recado a todo o governo Bolsonaro, do qual ele próprio faz parte.

“É absolutamente inconstitucional, imoral e antiético todo ato praticado por autoridades que promovam a desarmonia e que ofendam as ideias de decoro, de fraternidade, de pluralidade e de combate aos preconceitos”, escreveu, no voto acolhido.

“O Brasil precisa de união, de transparência, de solidariedade, enfim, precisa de uma liderança que o retire da quadra atual, caracterizada pelo ódio nas redes sociais, pela falta de educação generalizada, pelas fake news e pela utilização da máquina pública para a elaboração de dossiês mentirosos com o intuito de ofender a reputação das pessoas ou mesmo de prejudicá-las com demissões descabidas ou com a exposição pública”, completou.

Erick trabalhava até o ano passado na Subchefia de Assuntos Jurídicos da Casa Civil. Ele integrava a equipe jurídica do governo Temer e foi mantido por Jorge Oliveira.

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