Editorial

Hanseníase, importante prevenir

Atualizada em 11/10/2022 às 12h21

O mês de janeiro é marcado pela campanha Janeiro Roxo, de prevenção e conscientização da Hanseníase, uma doença antiga e infectocontagiosa, transmitida pelas vias áreas superiores (tosse ou espirro), através do convívio prolongado de uma pessoa doente que ainda não esteja em tratamento, a doença causa incapacidades físicas permanentes, principalmente nas mãos, pés e olhos. Os primeiros sintomas da doença são identificados através do aparecimento de manchas na pele, geralmente lesões brancas ou vermelhas com perda de sensibilidade. O período de incubação do vírus da doença, ou seja, tempo em que os sinais e sintomas se manifestam desde a infecção, dura em média de 2 a 7 anos. Assim que os sinais aparecem, progridem lentamente.

Embora tenha cura e tratamento gratuito por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), o país ainda ocupa dados alarmantes na prevenção de novos casos da doença. Segundo dados do Ministério da Saúde, o Brasil ainda ocupa o 2º lugar no ranking de países com mais casos da doença, perdendo apenas para a Índia e, muitos dos fatores está relacionado à falta de informação dos pacientes e também a abandonos do tratamento ainda na metade do processo. A grande parte dos infectados pela doença vivem em áreas vulneráveis, mas não é uma doença que afeta apenas pessoas em situação socioeconômica baixa.

Outro problema que dificulta o tratamento é o preconceito em relação à doença, por muito tempo, as ações de saúde no Brasil para o controle da hanseníase era de isolamento dos pacientes e, devido as deformações no corpo, eram vistos de forma muito negativa pelo resto da sociedade, esses pacientes eram chamados de forma pejorativa de leprosos.

Embora esse tipo de tratamento não seja mais empregado, o preconceito em torno das características da doença ainda ecoa na memória coletiva e se torna um desafio para os profissionais de saúde, pois muitas pessoas, ao identificarem as lesões na pele sentem medo de procurar um médico.

O Maranhão também registra índices altos da doença. No ano passado registrou 2.997 novos casos da doença no estado, embora seja um número expressivo apresentou uma queda de 3,5% em relação a 2018, quando foram registrados 3.105 casos. Ações como programa de controle da doença oferecidos pela rede pública de saúde tem apresentado uma sensível melhora nos casos.

No entanto, por ser o país ainda endêmico é necessário que ações educativas sejam feitas de forma permanente, para desmistificar estigmas em relação à doença e facilitar o diagnóstico precoce, o que diminui, por exemplo, os efeitos da doença, principalmente, em relação ao dano neural, comum em casos avançados da doença. Embora, mesmo com a doença avançada, é possível a cura, os efeitos de deformação física serão permanentes. Uma ida periódica ao médico para a realização de todos os exames é possível obter um diagnóstico precoce.

Espera-se que embora intensificada no mês de janeiro devido ao mês de conscientização, é importante que ações educativas de Hanseníase sejam permanentes não apenas no Maranhão, mas no resto do Brasil, um desafio que precisa ser assumido para tirar o Brasil do topo desse ranking.


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