Flávio resgata discurso de 2014 e defende aliança com siglas de centro
Comunista defende diálogo com o apresentador Luciano Huck para a construção de um projeto de oposição ao presidente Bolsonaro nas eleições de 2022; em 2014, ele juntou PSDB e PCdoB no palanque
O governador Flávio Dino (PCdoB) resgatou o discurso utilizado na campanha de 2014 para o Governo do Estado, e voltou a defender uma ampla aliança entre a esquerda e partidos de centro para a disputa da Presidência da República em 2022.
Em recente entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, o comunista admitiu a possibilidade de conversar com o apresentador Luciano Huck, considerado por analistas políticos como um dos potenciais pré-candidatos, para a disputa da próxima eleição presidencial.
“Ninguém tem força hoje para conter, sozinho, essa avalanche que está aí”, disse, referindo-se à ascensão de Bolsonaro e todo o seu grupo político junto ao eleitorado brasileiro e à rejeição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do PT, a uma eventual composição com Huck.
De acordo com Dino, para que os partidos de esquerda vençam a eleição, é preciso “sentar com quem pensa diferente”. “E não tem nada de pecaminoso”, completou.
Foi justamente quando argumentou o “pensar diferente”, que Dino fez referência ao apresentador da Rede Globo.
“O Brasil vive uma conjuntura de trevas. Nós temos uma ameaça objetiva à vida democrática, à dissolução da nação. O nazismo está entronizado como política de Estado daqui e de acolá. O vídeo desse secretário [Roberto Alvim] não é algo isolado. É preciso ter responsabilidade”, afirmou ao veículo.
O comunista se referiu ao vídeo com referências ao nazismo gravado por Alvim e que levou à sua demissão.
“Eu tenho responsabilidade com o Brasil e, por isso mesmo, não fico olhando preconceitos e rótulos, porque eu sei o tamanho dessa ameaça. O que estou procurando fazer é não deixar essa tal dessa bolha se cristalizar. Isso seria ruim para o Brasil”, disse.
2014
Em 2014, para convencer partidos políticos de centro-direita a uma ampla aliança no Maranhão, Dino utilizou o discurso de que o grupo adversário estava há muito tempo no poder e somente assim, conseguiria chegar ao comando do Palácio dos Leões.
Na ocasião, o PCdoB formou chapa majoritária com o PSDB, do presidenciável Aécio Neves, e incluía na mesma coligação, os partidos PSB, PPS, PP, SD, PDT, PTC e PROS, além dos tucanos. Carlos Brandão foi o candidato a vice-governador pelo PSDB.
Apesar de ter se aliado ao partido de Aécio Neves, Dino declarou apoio à Dilma Rousseff (PT) no processo eleitoral, que venceu o pleito daquele ano sobre o próprio Aécio.
Criticado por manter o PSDB e o PT no mesmo palanque, numa espécie de “vale-tudo” na política, Dino se defendeu, na ocasião: “Fizemos uma aliança plural, ampla, democrática, que era necessária naquele momento, para exatamente dar esse salto adiante”.
Lula rejeitou composição com Huck
O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT), rechaçou a possibilidade de composição com o apresentador Luciano Huck para a eleição de 2022, em entrevista concedida aos jornalistas Juca Kfouri, Talita Galli e José Trajano na semana passada.
Para Lula, Huck não representa a centro-esquerda do país e por isso, não faz parte dos planos para uma eventual aliança no futuro.
“O Luciano Huck não representa a esquerda, nem de centro-esquerda. Ele representa a central Globo de Televisão. É isso que ele representa neste momento. Porque, de um lado você tem o Ciro Gomes, de um partido historicamente de esquerda. Você tem o Flávio Dino, o Haddad, o PSOL que teve candidato. E quem é o do centro-esquerda? Ninguém”, disse.
O petista disse que uma possível pré-candidatura de Luciano Huck está sendo construída por grupo empresarial que atua no Brasil.
“Na verdade, o Luciano Huck está sendo discutido pelo dono da Ambev, que é o novo formador de quadros políticos do Brasil. Possivelmente ele gostaria de transformar o Brasil em uma Ambev. Ainda é cedo pra você dizer qual é o espectro político de Luciano Huck”, finalizou.
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