Estrutura

Buracos e ferros expostos deixam precária a Ponte Marcelino Machado

O guarda-corpo da ponte sobre o Estreito dos Mosquitos continua danificado desde a queda de um caminhão, que transportava milho, em outubro do ano passado; quem trafega no local está exposto a riscos iminentes

Nelson Melo / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h21

[e-s001]A situação da Ponte Marcelino Machado, sobreo Estreito dos Mosquitos, na entrada de São Luís, está precária. Na pista, nos dois sentidos, muitos buracos estão dificultando o tráfego de veículos. Em alguns pontos a estrutura de ferro está exposta. No guarda-corpo (proteção lateral), uma parte continua destruída, desde a queda de um caminhão, que transportava milho, no dia 6 de outubro do ano passado. Um objeto elástico semelhante a uma corda está “emendando” os dois pontos da mureta, que ficaram afastados, no trecho danificado.

O Estado verificou que, no sentido São Luís/Bacabeira, na BR-135, o grande problema são os buracos no asfalto. Alguns motoristas desviam ao passarem pelas aberturas. Em alta velocidade, essa manobra pode ser fatal. Do outro lado, a preocupação dos condutores é a precariedade do guarda-corpo da ponte. A parte deteriorada deixa a estrutura desprotegida. E ainda aumenta a fragilidade do concreto, que está cedendo ao longo da Marcelino Machado.

Uma fita zebrada foi colocada no começo de um dos lados quebrados, mesmo que não sirva de isolamento no local. Com o balanço da ponte, em decorrência do tráfego de veículos pesados, como caminhões e carretas, os pedaços se despedaçam cada vez mais. Segundo os moradores que residem no bairro Estiva, zona rural de São Luís, desde a queda do caminhão, nenhuma equipe do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit) esteve no lugar para consertar o guarda-corpo.

“Do jeito que quebrou, ficou. Quando ocorrer outra tragédia, aí vão resolver esse problema. Daquela altura, se alguém cair, é morte na certa”, comentou Antônio Moreira, que mora na Estiva há quase 50 anos.

[e-s001]Aumento do fluxo
O risco de acidentes aumenta na ponte também por causa do fluxo de veículos, que, no período do Carnaval, vai aumentar. Muitas pessoas saem da capital maranhense em direção ao interior para divertir-se em outros municípios do Maranhão e até fora do estado, como sempre destaca a Polícia Rodoviária Federal (PRF). Aliado a isso, nesse momento de férias, a quantidade de carros que saem da ilha é muito grande.

O tráfego de veículos pesados, que é constante no Estreito dos Mosquitos, juntamente com o aumento do fluxo de carros, na época de férias e Carnaval, pode contribuir para o risco de acidentes na ponte, cujas condições precárias apenas favorecem essa possibilidade.

SAIBA MAIS

CAMINHÃO

Em outubro de 2019, um caminhão que transportava milho perdeu o controle do veículo e caiu da Ponte Marcelino Machado, quando chegava a São Luís, na madrugada do dia 6, por volta das 2h. O condutor ficou preso às ferragens. Ele só foi retirado perto das 9h, depois que o Corpo de Bombeiros esteve no local. Os militares foram auxiliados pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). A Polícia Rodoviária Federal informou na época que, possivelmente, o motorista dormiu ao volante, pois não foram encontradas marcas de frenagem na pista. Devido às características do terreno, composto de mangue, os militares e socorristas encontraram dificuldades para retirar o condutor das ferragens. Ele sofreu fraturas nas duas pernas.

RACHADURAS

Em 2016, O Estado denunciou uma rachadura na Ponte Marcelino Machado. Na ocasião, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Maranhão (Crea/MA) disse que o caso era preocupante, uma vez que a construção estava comprometida. Antes disso, de 2004 a 2006, a ponte foi interditada por problemas estruturais, depois que a passagem de um caminhão fez com que uma parte cedesse. Em agosto de 2004, foram descobertas fissuras nas bases de concreto da Ponte Marcelino Machado e ela foi interditada parcialmente. Apenas veículos de carga, com até 24 toneladas, puderam passar pelo estreito. Aqueles com peso superior utilizaram a ponte ferroviária Benedito Leite, que foi adaptada com pranchas de madeira para receber o trânsito rodoviário.

INTERDIÇÃO EM 2018

Entre o fim de 2017 e início de 2018, ocorreu outra interdição na ponte. O tráfego de veículos foi interrompido devido a serviços emergenciais de recuperação da estrutura. A prorrogação do período de bloqueio foi justificada pelo Dnit por conta da interrupção de energia elétrica no final de novembro de 2017, após um incêndio que ocasionou a derrubada de três postes de iluminação pública. O tráfego de veículos foi novamente desviado para a ponte da direita. Placas de sinalização foram instaladas na BR-135.

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