Editorial

Que a volta às aulas seja para todos

Atualizada em 11/10/2022 às 12h21

Nesses tempos em que todos os olhares se voltam para temas da educação, com a volta às aulas, matrículas, resultado do Enem 2019, inscrições no Sisu, expectativa sobre o Fies e tantos outros, um ponto importante foi colocado na pauta pelo Unicef: os milhões de meninos e meninas que estão fora da sala de aula.

Segundo dados da Pnad Contínua 2017, 1,9 milhão de crianças e adolescentes correm o risco de não voltar às aulas em 2020. Para mudar essa realidade, é necessário ir atrás de cada estudante que não está frequentando a escola.

Assim, os municípios devem realizar a Busca Ativa Escolar para encontrar essas crianças que deixaram as salas de aula, ou que nunca sequer chegaram a elas. Atualmente, três mil municípios estão na iniciativa do Unicef e parceiros para ajudar os municípios e estados nesse esforço de inclusão escolar. Por meio dessa ação, equipes da administração pública e da sociedade civil vão de casa em casa localizando e levando para a escola os estudantes que estão fora dela.

Fora da escola, essas crianças e jovens têm um futuro ainda mais limitado, sem o aprendizado necessário e sem acesso a todo o conhecimento que ajudaria com que crescesse e se desenvolvesse. Sem educação também haverá formação de cidadão apto para enfrentamento das agruras da vida. O despreparo educacional pode fazer com que entre num ciclo e esse tipo de prática seja perpetuada.

Outro dado importante é que a exclusão escolar afeta, principalmente, crianças e adolescentes das camadas mais vulneráveis da população, na qual outros direitos não são respeitados. A maioria é formada por pobres, negros, indígenas e quilombolas. Muitos vivem nas periferias de grandes centros urbanos e em regiões de Semiárido, Amazônia e também zonas rurais.

Alguns até passaram pela escola, mas não tiveram as condições e o acolhimento necessário ao aprendizado. Assim, foram ficando reprovados até que deixaram a sala de aula. Grande parte foi vítima de bullying, preconceito, violência, e não conseguiu continuar os estudos.

Há ainda a enorme parcela que abandona a escola porque precisa trabalhar para contribuir com a renda da família. Essa é uma realidade ainda comum em todo o país. Por isso é necessário a transformação desse quadro negro na educação brasileira.

O próprio Unicef alerta que, para atrair esse público específico, não adianta abrir novas vagas, pois ninguém do segmento vai procurar a escola de livre e espontânea vontade. O esforço para trazer essas crianças para as salas de aula deve ser conjunto, em áreas diversas, como educação, assistência social e saúde, entre outras. O fundo avalia que é necessário descobrir as causas por trás desse afastamento dos muros escolares, enfrentar o problema e fazer com que esse jovem permaneça.

A intenção é fazer com que crianças e jovens desalentados voltem a ter esperança e a acreditar que um futuro melhor depende da educação, fazendo com que não abandonem a escola logo no primeiro entrave. Tudo para que se formem cidadão mais conscientes e conhecedores de seus direitos, incluindo o de garantia ao acesso à educação de qualidade.


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