Estado Maior

Nem tudo são flores

Atualizada em 11/10/2022 às 12h21

Um processo que parecia que duraria anos, dá demonstração de que sairá do papel e dará frutos finalmente. A Base de Alcântara, ao que tudo indica, voltará a funcionar e, se a promessa de retorno financeiro do mercado aeroespacial de bilhões se concretizar, começará a gerar recursos para o Brasil e para o Maranhão.

Assim pensam os deputados federais que participaram diretamente da aprovação do Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST), que foi assinado entre os Brasil e os Estados Unidos em março do ano passado.

Mas nem tudo são flores, como tentam passar os parlamentares. Houve resistência sim. Quando a proposta tramitou na Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, os aliados do governador Flávio Dino (PCdoB) buscaram em várias sessões obstruir a votação.

PSB, PT e PCdoB buscaram de todas as formas adiar a votação do relatório do deputado Hildo Rocha (MDB), que foi elaborado 10 dias após o emedebista ser escolhido como relator.

O próprio Dino, nas redes sociais, fez críticas e mais críticas ao AST, alegando que atingiria a soberania nacional.

Uma live nas redes sociais com ameaças do presidente Jair Bolsonaro de encerrar o AST com Alcântara e buscar outro estado, como o Amapá, fez com que – do dia para a noite – petistas e comunistas decidirem agir a favor. O desenrolar da história foi a aprovação do acordo na Câmara e no Senado num intervalo de cerca de dois meses.

Agora é esperar os frutos dessa negociação e que sejam bons, principalmente, para o Maranhão.

Do contra

O único deputado da bancada do Maranhão que votou contra o Acordo de Salvaguardas Tecnológicas foi Bira do Pindaré (PSB).

Na verdade, ele foi o único parlamentar do grupo de Flávio Dino que manteve o discurso de se posicionar contra.

Outros colegas de grupo e parlamento criticaram o AST, fizeram audiência pública para condenar o acordo, mas no fim mudaram de opinião.

Repercussão

Nota divulgada pelo senador Roberto Rocha (PSDB) sobre a posição de seu partido nas eleições de 2020 em São Luís repercutiu no meio político ontem.

O tucano, após declarar a O Estado que é necessário o apoio a Eduardo Braide (Podemos) para que a eleição finde no primeiro turno, decidiu amenizar sua fala.

Confirmou que o PSDB tem um pré-candidato e disse que em 2020, o seu partido e o Podemos deverão estar juntos na capital ou no primeiro ou segundo turno.

Intenções

Claro que o senador não mudou totalmente a opinião dada a O Estado. Rocha quis deixar claro que há um diálogo dos tucanos com Eduardo Braide e que esta conversa passa por 2020, mas com olhos voltados para 2022.

Ou seja, o senador busca, na verdade, enfraquecer o grupo de seu adversário, Flávio Dino, que pode tentar o Senado em 2022, se tornando o principal concorrente do tucano.

A nota também foi uma resposta à mídia ligada ao Palácio dos Leões, que insiste em tachar Roberto Rocha de traidor por ele ter deixado o grupo dinista.

Esta é a história

Essa história da suposta traição de Rocha veio um ano após o resultado das eleições de 2014. Roberto decidiu deixar a aliança com o comunista depois da divulgação de um suposto cheque de agiota que seria do filho do senador.

A questão parece ter sido a gota d’água numa relação que desde 2012 – após eleição em São Luís – foi metralhada pelo PCdoB com articulações para derrubar a candidatura de Roberto Rocha ao Senado.

Se for considerar traição de Rocha a Dino, é preciso considerar que o governador, em 2018, traiu o ex-governador Zé Reinaldo Tavares, que tinha a garantia de Flávio Dino para disputar o Senado, mas foi rifado em nome de Weverton Rocha e Eliziane Gama.

Indefinido

O presidente estadual do PSL, vereador Chico Carvalho, falou à coluna que o partido ainda não tem posição definida para as eleições deste ano em São Luís.

Segundo o parlamentar, ele vai se reunir no próximo dia 4 de fevereiro com a Direção Nacional da legenda para saber dos caminhos que deverão ser seguidos.

Enquanto isso, Carvalho garante que aguarda posição do ex-prefeito Tadeu Palácio e, como político, tem recebido outros pré-candidatos, como Neto Evangelista (DEM) e Eduardo Braide (Podemos), e ainda Rubens Pereira, pai do secretário e pré-candidato a prefeito da capital, Rubens Júnior.

De olho

R$ 140 milhões é o valor da verba que o Governo do Estado recebeu da Empresa Maranhense de Administração Portuária (EMAP) na primeira gestão.

Agenda

E falando Rubens Júnior, ele busca de todas as formas intensificar agenda política de pré-candidato a Prefeitura de São Luís.

Paralelamente a reuniões com lideranças em bairros, o comunista tem apostado numa aliança com o vice-presidente da Câmara, Astro de Ogum (PL).

É por esta costura com o vereador, que Rubens Júnior tenta conseguir o apoio de 10 parlamentares na Câmara Municipal.

E mais

- Decisão da 1ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) deve deixar o sinal de alerta ligado no Palácio dos Leões.

- O colegiado, por maioria, decidiu manter condenação de um ex-funcionário dos Correios e de outras duas pessoas que subtraíram 40 caixas de papel da empresa.

- Como a decisão foi de que a restituição ou ressarcimento dos bens subtraídos não desfaz a improbidade administrativa, parece que a devolução de mais de R$ 140 milhões ao Porto do Itaqui pelo Governo do Estado não vai desfazer o ato irregular da Emap de repassar dinheiro do Porto para a gestão estadual.

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