Carnaval 2020

Batucada afro em lançamento

Bloco Afro Akomabu homenageará no Carnaval 2020 o militante da causa negra Luís Alves Ferreira, um dos fundadores da agremiação

Atualizada em 11/10/2022 às 12h21
Bloco Afro Akomabu durante um dos desfiles carnavalescos
Bloco Afro Akomabu durante um dos desfiles carnavalescos (Akomabu)

São Luís - O bloco Afro Akomabu lança amanhã, às 19h, na sede do Centro de Cultura Negra do Maranhão (CCN-MA), no bairro João Paulo, o tema “Luisão: guerreiro quilombola, símbolo da luta contra o racismo” para o Carnaval 2020. Trata-se do encerramento das comemorações pelos 40 anos do CCN por meio de homenagem a Luís Alves Ferreira, um dos fundadores da entidade.

Este ano, o bloco vem com cerca de 1.500 componentes, sendo 80 ritmistas na percussão tocando instrumentos como atabaques, agogôs, cabaças e timbaus. Os cantores Paulinho Akomabu, Tadeu de Obatalá, Paula Guterres, Luís Carlos Guerreiro, Carlão Rastafari, Careca do Akomabu, entre outros puxam a agremiação que tem agenda pré-Carnaval e também se apresenta durante os dias oficiais da Folia Momesca. Durante o lançamento serão apresentadas novas músicas, assinadas pelos cantores e compositores da agremiação.

Airton Ferreira, membro da comissão organizadora do bloco, explica que o Akomabu realiza, todos anos após o Carnaval, uma reunião de avaliação e planejamento na qual são recebidas e votadas as propostas de temas para o bloco no ano seguinte. “Este ano, por meio de votação, decidimos prestar esta homenagem a um dos nossos fundadores, Luís Alves Ferreira, pela importância da luta contra o racismo e todo o seu legado”, destaca Airton Ferreira.

A história e contribuições do homenageado serão retratadas também nas vestimentas, com tecido produzido exclusivamente para o bloco, uma produção do artista designer e militante negro Caoca Cruz.

Luiz Alves Ferreira nasceu em 1944, em Saco das Almas, comunidade quilombola nos municípios de Brejo e Buriti, no Baixo Parnaíba, leste do Maranhão. Em 1966 passou no vestibular para Medicina. Participou, em Ribeirão Preto, das reuniões com lideranças negras para a criação do Movimento Negro Unificado (MNU). No fim de 1978 voltou para o Maranhão reencontrando o amigo João Francisco, conheceu Mundinha Araújo e com outros e outras militantes iniciaram os primeiros movimentos e articulações para a criação do Centro de Cultura Negra do Maranhão, com apoio da Sociedade Maranhense de Direitos Humanos.

Bloco

O bloco Afro Akomabu foi criado pelo Centro de Cultura Negra do Maranhão em 3 de março de 1984 e significa “a cultura não deve morrer”. O bloco leva para as ruas de São Luís, durante o Carnaval o ritmo dos toques dos terreiros de Mina do Maranhão. Desenvolve ainda um trabalho político e sociocultural voltado para enaltecer e preservar as raízes africanas e divulgação da cultura negra feita coletivamente por seus integrantes e comunidade.

Airton Ferreira explica que o bloco é um instrumento de mobilização da população negra em São Luís. “Pela nossa música e cultura, passamos uma mensagem que a população negra sofre racismo, inclusive institucional. Abordamos a luta dessa população tanto urbana quanto rural. Além disto é uma forma de atrair jovens e adolescentes”, diz.

Para se preparar para o Carnaval, o bloco mantém uma rotina de ensaios que começou em outubro do ano passado, aos sábados, na sede do CCN. O grupo também realiza ensaios externos, normalmente aos domingos, em comunidades tradicionais.

Serviço

O quê

Lançamento do tema 2020 do bloco Afro Akomabu

Quando

Amanhã, às 19h

Onde

Na sede do CCN - Rua dos Guaranis s/n - Barés – João Paulo

Acompanhe a agenda de apresentações do bloco
Sábado - dia 25

Sede do Centro de Cultura Negra, às 19h

Domingo - dia 26

Residencial João do Vale – Aurora, às 16h

Fevereiro
02/02

Apresentação em Itapecuru Mirim

08/02

Apresentação no Bloco da Imprensa, às 17h
Local: Praça do carreiros
Apresentação no bloco Os Comunas
Local: Praça Nauro Machado, às 18h30

09/02
Ensaio de rua
Concentração: Casa de Nagô - Rua Cândido Ribeiro, às16h

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