Tragédia aérea

Irã não enviará para Ucrânia caixas-pretas de avião abatido

Governo iraniano havia anunciado no sábado que enviaria das caixas-pretas para a Ucrânia, para análise internacional, mas mudou de ideia

Atualizada em 11/10/2022 às 12h21
Parentes e amigos comparecem a uma cerimônia fúnebre de homenagem à 11 ucranianos que morreram no acidente
Parentes e amigos comparecem a uma cerimônia fúnebre de homenagem à 11 ucranianos que morreram no acidente (Homenagem)

TEERÃ - O oficial que lidera as investigações sobre o avião da Ukraine International Airlines que foi abatido por engano pelo Guarda Revolucionária do Irã no último dia 8 de janeiro, matando todas as 176 pessoas a bordo, negou a informação que vai enviar as caixas-pretas para análise por Kiev.

De acordo com a agência de notícias estatal IRNA, Hassan Rezaeifar disse que "as caixas-pretas do Boeing ucraniano estão em mãos iranianas e não temos planos de enviá-las para fora do país". Ele disse que as informações do voo ainda estão sendo recuperadas e que elas podem ser mandadas para a Ucrânia ou França em algum momento, mas que "ainda não há planos para isso"

O mesmo oficial disse no sábado, para outra agência de notícias estatal, a Tasnim, que os documentos seriam enviados para a Ucrânia, onde especialistas franceses, norte-americanos e canadenses vão ajudar a analisar o material em Kiev.

Há hesitação do governo de Teerã em enviar as caixas pretas para análise internacional por medo dos detalhes sobre o acidente que possam surgir, principalmente nos 20 segundos que separaram o primeiro do segundo impacto dos mísseis disparados pela bateria antiaérea que derrubou o avião.

Em 8 de janeiro, a Guarda Revolucionária do Irã acidentalmente derrubou um avião de passageiros da Ukraine International Airlines que havia acabado de decolar de Teerã, matando todas as 176 pessoas a bordo. Horas antes, a Guarda havia lançado mísseis balísticos contra tropas dos Estados Unidos no Iraque em reposta ao ataque norte-americano que matou o comandante da Guarda Revolucionária do Irã, general Qassim Suleimani. Oficiais iranianos dizem que a aeronave foi confundida com um míssil de cruzeiro dos EUA.

Inicialmente, o governo iraniano disse que a queda tinha sido provocada por problemas técnicos e convidou especialistas dos países que perderam cidadãos no acidente a ajudar nas investigações. Três dias depois, porém, o país admitiu a responsabilidade pelo acidente, após autoridades do Canadá, Reino Unido e EUA afirmarem ter fortes evidências de que a aeronave foi derrubada por um míssil de curto alcance disparado por militares iranianos.

O avião era um Boeing 737-800 desenhado e construído nos EUA. O motor da aeronave foi desenvolvido pela CFM International, joint venture formada pelo grupo francês Safran e a norte-americana GE Aviation. Investigadores dos dois países já foram convidados para participar do inquérito.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.