Em alerta

Casos notificados de dengue dobram em 2019 na capital maranhense

Dados foram apurados por O Estado com o setor de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde; ações como o Dia D e reforço nas visitas domiciliares serão prioritárias

Thiago Bastos

Atualizada em 11/10/2022 às 12h21
Depósito de lixo nos bairro de São Luís contribuiu para o aumento da dengue
Depósito de lixo nos bairro de São Luís contribuiu para o aumento da dengue (Dengue)

O número de casos notificados de dengue na capital maranhense em 2019 dobrou em comparação ano de 2018. Foi o que revelaram fontes do setor de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde (Semus) procuradas por O Estado. Somente no ano passado, de acordo com dados do Município, foram 1.053 ocorrências do gênero, contra 525 do ano anterior.

Em relação aos casos de febre chikungunya, enfermidade também provocada pelo mosquito Aedes Aegypti, a elevação dos casos de um ano para outro foi menor, ou seja, de 53,2%. A pasta não informou acerca das ocorrências de zika, no entanto, em 2019, foram 175 registros da doença em São Luís.

Devido à elevação nos casos de dengue, a Secretaria Municipal de Saúde (Semus) prepara uma série de atividades. Até 2018, com base no Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa), São Luís estava “em estado de alerta” contra a dengue. Em 2019, a pasta ainda não se pronunciou, pois os dados do LIRAa estão sendo finalizados.

Dentre as ações previstas pela Semus, estão o reforço das visitas domiciliares em residências nos sete distritos da cidade Vila Esperança, Centro, Tirirical, Coroadinho, Itaqui-Bacanga, Bequimão e Cohab – e a circulação dos carros fumacê nas áreas consideradas mais vulneráveis.

A preocupação da gestão pública é com o início do período chuvoso na Ilha. De acordo com os meteorologistas, a época de elevação dos índices pluviométricos começou neste mês de janeiro, o que propicia a concentração de água parada em objetos. “Nossas equipes estão permanentemente nas ruas, seja visitando as residências e orientando a população. A gestão fora bem avaliada pelo Ministério da Saúde que, por sua vez, norteará nosso trabalho especificamente neste primeiro semestre”, disse ao site da Prefeitura o secretário de Saúde de São Luís, Lula Fylho.

Para Pedro Tavares, coordenador do Programa de Arborivoses de São Luís, o trabalho na cidade é realizado em parceria com o Governo Federal. Em novembro do ano passado, gestores do Ministério da Saúde estiveram em São Luís e elogiaram as ações executadas na cidade, apesar dos dados de elevação. “O reforço se dará pela ampliação das áreas de cobertura e controle dos possíveis focos”, afirmou o gestor a O Estado.

Além da visita às casas, em parceria com o Comitê Gestor de Limpeza Urbana, será feito o recolhimento de pneus velhos, um dos locais preferidos para desenvolvimento das larvas do mosquito Aedes. Segundo o Município, estão sendo organizadas as diretrizes para a promoção do Dia D de combate à dengue e outras enfermidades no próximo mês.

Entre os dias 2 e 13 do mês passado, a Semus promoveu a Semana de Mobilização de Combate ao Aedes. O foco do trabalho foi o bairro do Monte Castelo, uma das localidades com maior incidência de casos.

Correlata – Bairros de São Luís ainda apresentam criadouros do mosquito

Apesar dos esforços do poder público, em determinados bairros da capital maranhense, ainda é possível ver focos do mosquito Aedes. Um exemplo disso é a Areinha. Em pelo menos dois trechos da localidade, na tarde de ontem (8), O Estado flagrou focos do transmissor das doenças. Procurada, a Semus informou que tomará providências nos próximos dias.

Na avenida 2 do bairro, existe um lixeiro improvisado em que um vaso sanitário serve de “casa” para o mosquito. Nele, foi possível ver larvas e pequenos mosquitos. Em pneu velho ao lado do vaso sanitário, também havia ovos. Na rua 25 do mesmo bairro, em outros pneus descartados por borracharias fixadas nos arredores, havia ovos do mosquito.

Moradores afirmaram que há várias semanas não é visto grupo de agentes de endemias. “Faz tempo que ninguém vem na minha casa”, disse José Santos, aposentado e morador do bairro há mais de vinte anos. Sobre o fato relatado pelo morador, a pasta municipal informa que a Areinha e adjacências estão no plano de contingência contra o Aedes.

Números

525 foi o número de ocorrências notificadas de dengue em 2018

1.053 foi o quantitativo de casos da doença em 2019 na capital maranhense

53,2% é o aumento no percentual de ocorrências de febre chikungunya em SL em um ano

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