Empreendendorismo

Produção de mel de Bacabeira agora vai para todo o MA

Associação de Criadores e Produtores Rurais de Bacabeira obteve o Serviço de Inspeção Estadual

Atualizada em 11/10/2022 às 12h21
Produção cooperada de mel, de Bacabeira, pode ir para o estado
Produção cooperada de mel, de Bacabeira, pode ir para o estado (Mel)

Quando começou a trabalhar com a produção de mel, em 2007, seu Nerivaldo executava um processo rudimentar. Não havia ambiente isolado, nem conhecimento técnico sobre normas sanitárias. Ainda diante das dificuldades, já sonhava com a projeção de chegar formalmente ao mercado brasileiro.

A Agência Estadual de Defesa Agropecuária do Maranhão (Aged/MA) concedeu o certificado de Serviço de Inspeção Estadual à Associação de Criadores e Produtores Rurais de Bacabeira, entidade que ele preside hoje. A associação foi criada em 2001, e conta com 105 associados, sendo 35 apicultores, que serão beneficiados com o registro, que certifica o que é produzido na associação ser inserido no mercado formal.

“Com a certificação sanitária, nós vamos ter condições de comercializar o nosso produto, como produto acabado. Obtínhamos R$ 5,00 ou R$ 6,00 por quilo da matéria-prima. Com a certificação, vamos chegar a R$ 35,00 o quilo do mesmo produto e isso, para o produtor, para o agricultor, é um ganho muito grande. Eles terão condições de ampliar a atividade e levar mais bem-estar para suas famílias”, avaliou Nerivaldo Carvalho.

Apoio Vale
Em 2018, a Associação de Criadores e Produtores Rurais de Bacabeira recebeu aporte da Vale para adaptações físicas da sede de acordo com os requisitos necessários para a certificação e além de realizar uma parceria com o Sebrae/MA para apoiar no processo de desenvolvimento do negócio. Em março de 2019, o projeto passou a receber incubação pela Fundação Vale, quando foi intensificado o suporte técnico e de governança para a obtenção do Selo de Inspeção Estadual.

“Identificamos um potencial projeto na comunidade de Zé Pedro, em Bacabeira. Fomos visitar, vimos a oportunidade de melhoria e desenvolvimento e definimos pela contribuição não apenas na parte da estruturação física, como também com apoio de gestão, organização e mercado. Colocamos os produtos disponíveis no Vagão Social do Trem de Passageiros”, explicou Daniel Florenzano, gerente de Sustentabilidade da Vale.

O analista de Responsabilidade Social da Fundação Vale, Marcelo Peixoto, explicou que o trabalho foi feito de maneira segmentada e criteriosa. “Depois que a Associação foi incubada pela Fundação Vale, fizemos e executamos um planejamento para obtenção do selo. Fizemos oficinas de gestão de negócio, organizamos departamentos de comercialização, de extração do mel, de gestão do negócio, contribuindo com a governança e estrutura orgânica do negócio. Só que o nosso trabalho ainda não terminou. Pretendemos em 2020 aprofundar o que já temos feito, trabalhar melhor a capacidade produtiva. Já identificamos possíveis compradores do mel. Mas estamos focando agora em aumentar a força produtiva da associação”, disse.

O negócio social que integra a Rede Mulheres do Maranhão (RMM), também apoiada pela Fundação Vale, é a única associação de produtores do estado a receber o SIE. Uma conquista inédita para a cadeia do mel maranhense, que agrega valor ao produto, aumentando a geração de emprego e renda.

Atualmente, são produzidos mensalmente cerca de 300 kg de mel. A tendência é que a demanda do mercado aumente e, por consequência, a produção também. São mais de 30 produtores beneficiados diretamente.

O negócio
A Unidade de Beneficiamento de Produtos de Abelhas e Derivados tem previsão de processamento de 20 toneladas, considerando apenas a produção dos próprios associados e o período de julho a dezembro (florada local).

Mas o estabelecimento pode chegar a envasar até 70 toneladas de mel, atendendo municípios como São Luís, Santa Rita, Anajatuba, Araguanã e Colinas. O consumidor final terá acesso a mel puro envasado em garrafas de vidro contendo 700 gramas do produto.

“Queremos crescer. Nós já produzimos e precisamos agora de uma estrutura de comercialização, apoio nesse processo. Se nos tornarmos conhecido no Maranhão vai ser maravilhoso. Se nos tornarmos conhecidos em outros estados brasileiros, como o Rio de Janeiro, melhor ainda. Vamos manter a qualidade que atingimos para expandirmos”, projetou Nerivaldo Carvalho, presidente da Associação de Criadores e Produtores de Bacabeira.

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