Cinema

Maeve Jinkings de volta ao passado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h21
Cena do filme Açúcar
Cena do filme Açúcar (filme açúcar)

SÃO LUÍS- O filme “Açúcar”, escrito e dirigido por Renata Pinheiro e Sergio Oliveira, exibido no Festival de Rotterdam, chega ao circuito comercial em 30 de janeiro. No longa, Maeve Jinkings dá vida a Maria Bethânia, uma mulher que precisa voltar às suas origens renegadas e acaba enfrentando a si mesma, seu passado e futuro.

Numa visão contemporânea das relações coronelistas dos antigos engenhos de cana-de-açúcar, o longa acompanha a volta de Bethânia, uma mulher madura, miscigenada, criada em uma família branca, à fazenda da Zona da Mata onde nasceu.

Bethânia carrega em si a formação crucial do povo brasileiro, e se perde em um dilema onde nem o preto nem o branco se encaixam nela. Enquanto ela tenta se reconectar com o local, enfrenta os antigos empregados, agora donos de parte da terra.

A narrativa do filme flerta com elementos de realismo fantástico e adentra na dicotomia senhor de engenho versus escravos (branco versus negro, alta cultura versus cultura popular, realidade versus imaginação) presente em todo o filme, tanto psicologicamente quanto geograficamente, refletindo uma divisão social secular na qual o país ainda está preso.

Essa é a segunda vez que Renata Pinheiro e Sergio Oliveira trabalham com a atriz Maeve Jinkings. A primeira foi no longa “Amor, Plástico e Barulho”, dirigido por Renata e produzido por Sergio. No elenco estão, ainda, Dandara de Morais, Magali Biff e Zé Maria. O filme é uma produção da Aroma Filmes em coprodução com a Boulevard Filmes, Canal Curta e Synapse, e distribuição da Boulevard Filmes.

“Açúcar” é ambientado num universo de realismo fantástico, que cruza a história pessoal de Bethânia com a formação da identidade de um país que é, ao mesmo tempo, moderno e arcaico, contemporâneo e ancestral, branco e muito, muito mais negro.

Diretores
Renata Pinheiro, graduada em Artes Visuais, tem como característica de suas obras cinematográficas a construção visual como um dos principais elementos da construção da narrativa. Seu primeiro longa, “Amor, Plástico e Barulho” foi selecionado para o IndieLisboa (2014) e venceu mais de 15 prêmios, entre eles Melhor Atriz, Melhor Atriz Coadjuvante e Melhor Direção de Arte no Festival de Brasília (2013), Melhor filme no festival Brafftv, Melhor filme pela ABRACINE, entre outros. “Superbarroco”, seu primeiro curta, foi selecionado para a Quinzaine des Réalisateurs - Cannes (2009) e ganhou mais de 30 prêmios ao longo de sua carreira. Assina também a direção de arte do filme Zama da diretora argentina Lucrecia Martel.

Sergio Oliveira iniciou sua carreira já nos anos 90, é diretor e roteirista de diversos projetos. Seu documentário Super Orquestra Arcoverdense de Ritmos Americanos ganhou Melhor Direção e Melhor Fotografia no Festival Internacional do Rio (2016).

Juntos os diretores Renata Pinheiro e Sergio Oliveira codirigiram e corroteirizaram o longa-metragem documentário Estradeiros, ganhador do Prêmio de Melhor Filme na Semana dos Realizadores (RJ - 2011) e do Prêmio de Contribuição Artística no Festival Internacional Olhar de Cinema, Curitiba, 2011. E o curta-metragem documentário “Praça Walt Disney” que teve sua estreia internacional no Festival de Locarno (2011) e recebeu ao longo da sua carreira mais de 45 prêmios.

Sinopse

Bethânia retorna a suas terras onde funcionou o antigo engenho de açúcar da sua família, o Engenho Wanderley. Entre fotos, criaturas fantásticas, contas a pagar e trabalhadores reivindicando seus direitos sobre a terra, Bethania enfrenta o presente onde o passado e o futuro são ambos ameaçadores.

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