Acidente aéreo

Ucrânia diz ser cedo para conclusões sobre queda de avião no Irã

Embaixada ucraniana informa que causas serão esclarecidas após investigação

Atualizada em 11/10/2022 às 12h21
Destroços do Boeing 737-800 da Ukraine International Airlines
Destroços do Boeing 737-800 da Ukraine International Airlines (Reuters)

TEERÃ — Em meio à escalada das tensões entre EUA e Irã, com o ataque de mísseis na noite de terça-feira,7, contra bases americanas no Iraque, a queda de um Boeing 737-800 da Ukraine International Airlines em Teerã levantou especulações. Logo após o incidente, a embaixada ucraniana no Irã descartou a tese de ataque terrorista ou por míssil, dizendo se tratar de um acidente provocado por “falha do motor do avião”. Entretanto, o comunicado foi substituído por outro, dizendo ser cedo para tirar conclusões.

“Informações sobre as causas da queda do avião serão esclarecidas por uma comissão”, afirma a embaixada ucraniana. “Quaisquer declarações sobre as causas antes das investigações não são oficiais”.

Na madrugada, o Irã disparou 22 mísseis balísticos contra duas bases do Iraque. A ofensiva foi a resposta de Teerã ao assassinato — por parte dos Estados Unidos — do general iraniano Qassem Soleimani, semana passada, no Iraque.

Em entrevista coletiva no Aeroporto Internacional de Kiev-Boryspil, horas após o incidente, executivos da Ukraine International afirmaram que o avião estava em boas condições e a tripulação era experiente. Eles não especularam sobre possíveis causas e se recusaram a comentar se o avião pode ter sido derrubado.

O Boeing 737-800 era novo, com pouco mais de três anos de operação. Segundo o site planefinder.net, que monitora voos em todo o mundo, a aeronave foi entregue em julho de 2016. A companhia aérea informou que a última manutenção aconteceu no dia 6.

O primeiro-ministro ucraniano, Oleksiy Honcharuk, seguiu a mesma linha, pedindo que “todos que evitem especulações e versões não verificadas da catástrofe”.

Problemas técnicos

De acordo com a agência Reuters, a substituição do comunicado aconteceu a pedido de autoridades iranianas. Mas na imprensa iraniana, a tese que circula é a de problemas técnicos. Qassem Biniaz, do Ministério de Estradas e Desenvolvimento Urbano, afirmou à Islamic Republic News Agency (IRNA), agência de notícias oficial do governo, que os motores pegaram fogo e o piloto não conseguiu recuperar o controle da aeronave.

O voo 752 da Ukraine International Airlines decolou do aeroporto internacional Imam Khomeini, em Terrã, em direção a Kiev, na Ucrânia, às 6h12 desta quarta-feira, pelo horário local, e perdeu contato logo após a decolagem, às 6h14. A companhia aérea informou que foram vendidas 169 passagens, mas duas pessoas não embarcaram. Estavam a bordo 167 passageiros e nove tripulantes. Ninguém sobreviveu.

Entre as vítimas estavam 82 iranianos, 63 canadenses, 11 ucranianos — incluindo os nove tripulantes —, dez suecos, quatro afegãos, três alemães e três britânicos.

O ministro de Relações Exteriores do Canadá, Francois-Philippe Champagne, afirmou que está em contato com autoridades ucranianas.

"Trágica notícia sobre o voo 752 da Ukraine International Airlines", afirmou o premiê, pelo Twitter. "Nossos corações estão com os familiares das vítimas, incluindo muitos canadenses".

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