DAMASCO — O presidente da Rússia, Vladimir Putin, se encontrou ontem,7, em Damasco com o presidente da Síria, Bashar al-Assad, em sua segunda visita ao país desde que Moscou deu início a uma decisiva intervenção na guerra civil do país.
A visita acontece em um momento de elevadas tensões na região. O outro importante aliado militar de Assad, o Irã, afirmou que irá retaliar contra os Estados Unidos pelo assassinato do general iraniano Qassem Soleimani em um ataque com mísseis realizado pelos EUA na madrugada de sexta-feira no aeroporto internacional de Bagdá.
Soleimani dirigia as Forças Quds da Guarda Revolucionária do Irã, unidade de elite responsável pela articulação regional dos diversos grupos pró-Irã em países como Síria e Iraque. Ele foi assassinado junto ao iraquiano Abu Mahdi al-Muhandis, vice-comandante das Forças de Mobilização Popular (FMP), coalizão de milícias xiitas pró-Irã criadas no Iraque para combater o Estado Islâmico. Ambos haviam combatido o EI ao lado de forças americanas.
Apoiado pela Rússia e pelo Irã, Assad tem acumulado vitórias contra os rebeldes e os extremistas no país e recuperou o controle de dois terços do território nacional. O conflito na Síria, que eclodiu em março de 2011 com a repressão do regime de manifestações pró-democracia, tornou-se uma guerra complexa e sangrenta, envolvendo grupos jihadistas e potências estrangeiras.
Até o momento, o conflito deixou cerca de 380.000 mortos e milhões de refugiados e deslocados. Em dezembro do ano passado, uma nova ofensiva no Nordeste do país provocou a fuga de mais de 235 mil pessoas em duas semanas.
Progresso
Segundo o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, Putin elogiou o "imenso" progresso em direção à "restauração do Estado sírio e de sua integridade territorial".
"Durante seu encontro com Assad, Putin disse que hoje podemos constatar o imenso caminho que foi percorrido em direção à restauração do Estado sírio e de sua integridade territorial", afirmou Peskov, citado por agências russas. "Putin também enfatizou que está claro que a paz está retornando às ruas de Damasco".
Acompanhado por Assad, Putin visitou a Cidade Antiga de Damasco, incluindo a mesquita Umayyad, do século 8, e uma antiga igreja. A viagem anterior de Putin à Síria aconteceu em 2017, quando ele visitou a base aérea russa de Hmeimim.
Com o Irã, mas também com a Turquia — apoio tradicional dos rebeldes —, a Rússia deu início ao chamado processo de Astana para negociar uma saída para o conflito. Hoje, 8, Putin deve viajar à Turquia para se encontrar com o presidente Tayyip Erdogan.
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