Inspeção

Marinha monitora litoral maranhense em busca de novas manchas de óleo

Por enquanto, limpeza não está sendo realizada; para o monitoramento, a Marinha do Brasil está utilizando embarcações e helicópteros; já são 48 os pontos afetados pela substância tóxica no estado do Maranhão

Nelson Melo / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h21
Manchas de óleo foram limpas na área dos lençóis, ainda no fim do ano passado; monitoramento prossegue
Manchas de óleo foram limpas na área dos lençóis, ainda no fim do ano passado; monitoramento prossegue (óleo santo amaro)

As manchas de óleo continuam afetando o litoral nordestino e parte do sudeste do Brasil, desde o dia 30 de agosto de 2019, quando o material foi detectado, pela primeira vez, na costa da Paraíba. No Maranhão, o Centro de Operações de Incidentes de Poluição por Óleo, coordenado pela Capitania dos Portos do Maranhão (CPMA), está realizando mais uma etapa das ações, caracterizadas apenas pelo monitoramento dos pontos atingidos. No ano passado, várias intervenções de limpeza da substância tóxica foram registradas.

De acordo com o capitão de Mar e Guerra Marcio Ramalho Dutra e Mello, comandante da CPMA, as operações de monitoramentos estão sendo feitas por meio de embarcações e também pelo ar. Helicópteros da Marinha do Brasil estão sendo utilizados nos sobrevoos no litoral maranhense. Na região do Delta do Parnaíba, na divisa com o estado do Piauí, foram feitas diversas inspeções aéreas.

Manchas no Maranhão
Segundo último relatório do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), subiu para 48 o número de pontos afetados pela substância tóxica no Maranhão. Dentre os pontos atingidos pelas manchas de óleo, estão a Litorânea, em São Luís; Praia de Itatinga, em Alcântara; Praia da Travosa, em Santo Amaro do Maranhão, e Ilha dos Poldros, em Araioses, na região do Delta do Parnaíba.

Do total de 48 trechos afetados, 27 foram classificados como “Oleada (vestígios/esparsos)” e 21 foram colocados como “não observado na última revisita”. Essas categorias foram criadas pelo próprio Ibama como referência para a dimensão do problema em cada ponto inspecionado pelas equipes. O que chama a atenção é que locais já limpos pelos agentes, em conjunto com outros órgãos, são novamente afetados pela substância.

Monitoramento com mergulhos
No ano passado, em uma das operações feitas para monitorar as manchas de óleo, equipes da Capitania dos Portos do Maranhão, do Corpo de Bombeiros Militar e outros órgãos realizaram diversos mergulhos no litoral maranhense, durante vários dias, com o objetivo de verificar a existência de óleo no fundo do mar. Além da parte submersa, as inspeções aconteceram na superfície da água. As incursões ocorreram no Parque Estadual Parcel de Manuel Luís, vinculado à cidade de Cururupu/MA, em uma região considerada o maior conjunto de corais da América do Sul. O local é conhecido como “Triângulo das Bermudas Brasileiro”.

As inspeções foram feitas com o apoio de dois navios chamados de “Bacuri” e “Guanabara”, pertencentes ao Comando de Grupamento de Patrulha do Norte, unidade operativa vinculada ao Comando 4º Distrito Naval. De acordo com a Marinha do Brasil, as verificações foram realizadas na superfície da água e no fundo mar, para detectar possíveis manchas de óleo, que estão se espalhando pelo litoral nordestino, embora alguns trechos fiquem livres, momentaneamente, da substância devido à força da maré.

“A realização de atividades de mergulho nas proximidades do Parque Estadual Parcel de Manuel Luís foi efetuada em três posições diferentes. Paralelamente, foram prestados os apoios necessários para a realização de mergulhos exploratórios nas localidades conhecidas como ‘Banco do Tarol’ e ‘Banco do Álvaro’. Durante a operação, os militares e agentes embarcados chegaram à conclusão da inexistência de indícios de manchas de óleo durante o período no qual foram realizadas as atividades”, frisou a Marinha em nota.

Conforme a Marinha, as ações integraram a operação “Amazônia Azul – Mar Limpo é Vida”, realizada em conjunto com o CBMMA, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis, Secretaria do Meio Ambiente do Maranhão (Sema) e Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

PRIMEIRAS MANCHAS

O primeiro caso no território maranhense, como acompanhou O Estado, ocorreu no dia 18 de setembro, quando a substância foi encontrada na Ilha dos Poldros, em Araioses, na divisa com o estado do Piauí. Ali, só foi recolhido, nas primeiras ações, cerca de 1kg do material, ou seja, pouca quantidade, segundo o Ibama. Devido à presença das manchas de óleo no Delta do Rio Parnaíba, uma tartaruga marinha impregnada da substância morreu.
Já no dia 23 de setembro, ocorreu o segundo caso, na Praia de Itatinga, em Alcântara, onde uma tartaruga foi encontrada suja de óleo na faixa de areia. Um universitário achou o animal quando fazia uma caminhada. A partir dali, surgiram novos pontos. Então, o Ibama, o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) e Corpo de Bombeiros fizeram as operações conjuntas.

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