Homicídios

Dezembro encerrou com registro de 24 mortes violentas na Grande Ilha

Com relação aos homicídios dolosos, foram 18 casos; foram três latrocínios além de dois confrontos com a polícia

Nelson Melo / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h21
Raimundo da Silva, uma das vítimas do mês de dezembro na Ilha
Raimundo da Silva, uma das vítimas do mês de dezembro na Ilha (Ciclista)

SÃO LUÍS - Foram registradas, em dezembro do ano passado, 24 mortes violentas na região metropolitana de São Luís. Os dados, disponibilizados no portal da Secretaria de Segurança Pública do Maranhão (SSP/MA), mostram que, somente com relação aos homicídios dolosos, ocorreram 18 casos. A maioria das vítimas foi assassinada por arma de fogo. No mês, apenas um adolescente foi morto, em uma situação que aconteceu no bairro Camboa, na capital.

Em dezembro, aconteceram três latrocínios, que, no Direito Penal, significam roubos que resultam em morte. Em um dos casos, mataram, em São José de Ribamar, o ciclista Raimundo Da Silva Brandao, de 46 anos, o “Raimundinho Pedal”, no início da noite do dia 21, por volta das 18h30. De acordo com esclarecimentos do Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops), ele teria sido abordado por dois assaltantes, que pediram o seu celular. Como a vítima reagiu, os criminosos desferiram disparos de arma de fogo no tórax do homem, que não resistiu no Hospital Municipal Doutor Clementino Moura (Socorrão 2).

Segundo apurado pelo Ciops com a família da vítima, o ciclista morava na Vila Jota Lima, em Ribamar. Em outra situação, ocorrida na Rua 17 de Agosto do bairro Santa Cruz, em São Luís, por volta das 18h do dia 27, mataram Simone Costa Vanderei, de 32 anos. Ela foi atingida por um disparo de arma de fogo na cabeça. Dois homens em uma motocicleta tentaram assaltá-la, mas a vítima teria se recusado a entregar o celular.

Simone, segundo o Centro Integrado de Operações de Segurança, estava em um salão de beleza, quando os bandidos chegaram e anunciaram o assalto. Outro latrocínio aconteceu na mesma noite, pouco depois das 19h, na Rua dos Expedicionários, bairro João Paulo, na capital, nas proximidades de uma farmácia popular. O vigilante Flavio Fernando Santos Arouche, de 39 anos, fazia a segurança de algumas lojas da região, quando foi baleado no peito ao tentar impedir um assalto em um dos comércios.

Ele não resistiu no Hospital Municipal Djalma Marques (Socorrão 1). Com a vítima, os policiais apreenderam um revólver calibre .38, com numeração suprimida.

Confronto policial

No mês passado, foram registradas duas mortes em confronto com a polícia. O último caso dessa categoria da SSP/MA ocorreu no dia 29, depois que o sargento Viana foi alvejado na perna, no Coroadinho, em São Luís. Mesmo ferido, ele ainda seguiu até a Unidade Mista da região. Em virtude desse caso, várias equipes da Polícia Militar do Maranhão se deslocaram ao local, para fazer levantamentos e prender os envolvidos.

Um deles foi identificado como Carlos André Félix Pacheco, o “Moreninho”, de 23 anos, que, depois de atirar no militar, fugiu em direção à vegetação que fica ao lado do Batalhão de Polícia Ambiental (BPA). Conforme o delegado Felipe Freitas, do Plantão da Superintendência de Homicídios e Proteção à Pessoa (SHPP), o suspeito foi localizado em uma casa da região. Dentro do imóvel, ocorreu um confronto, que resultou na morte do jovem.

O rapaz, que tinha passagens por desacato, foi encaminhado ao Hospital Municipal Djalma Marques, onde o óbito foi confirmado pelos médicos.

Morte de auxiliar

No dia 29 de dezembro, por volta das 19h, ocorreu a morte do auxiliar penitenciário Antônio Magno Reis Duarte, 45, na Vila Mauro Fecury 2, perto da casa onde morava. Ele estava sem camisa, ingerindo bebida alcoólica, sentado em uma cadeira, quando dois homens em uma motocicleta apareceram. O garupa desceu e, com bastante tranquilidade, como disse o delegado, sacou uma arma de fogo e efetuou os tiros contra a vítima.

Para o delegado Felipe Freitas, da SHPP, o garupa, provavelmente, tem conhecimentos específicos em tiros. “Os disparos que foram efetuados tinham uma concentração no corpo. Isso mostra que o autor tem manejo em armas. Ele teve uma precisão no que estava fazendo”, pontuou o delegado da Superintendência de Homicídios. Até o momento, a investigação não conseguiu fazer relação entre o trabalho da vítima no sistema penitenciário com o crime.

“Os autores estavam em uma motocicleta preta. Dizem que uma Pop, mas isso está sendo verificado”, assinalou Felipe Freitas.

Assassinato de comerciante

Na manhã do dia 10, aconteceu um homicídio na Rua Doutor Carlos Macieira, no bairro Coroado, em São Luís. O comerciante Edcarlos Costa de Sousa, de 43 anos, foi morto na porta de sua loja de material de construção, onde também era sua casa. O suspeito do crime foi identificado como sendo o vigilante Jailson Costa da Silva, 29, que cometeu suicídio pouco depois em uma praça.

“Mundico”, como era conhecido na comunidade, estava na calçada de sua residência, quando o autor se aproximou e desferiu os disparos de arma de fogo. Os tiros atingiram o rosto do comerciante, segundo informações apuradas pelo 9º Batalhão de Polícia Militar (BPM) no local. No chão, os peritos criminais recolheram algumas cápsulas de uma pistola que seria .40. O calibre, porém, só será confirmado após análise forense no Instituto de Criminalística (Icrim).

Após o assassinato, de acordo com o delegado Marcos Amorim, do 2º Distrito Policial (DP), o vigilante seguiu até a casa dele, no Barés, na região do João Paulo, com o intuito de matar sua esposa, que, antes desse relacionamento, se envolveu amorosamente com Edcarlos Costa. Como o portão do imóvel estava trancado, Jailson se deslocou até a Praça São Marçal, na mesma região, onde cometeu o suicídio na frente de pessoas que aguardavam ônibus e outras que passeavam pelo logradouro.

O disparo atingiu o ouvido de Jailson, conforme o delegado. A a pistola .40 utilizada no homicídio e suicídio era roubada.

Adolescente morto

Na noite de sábado, 21, ocorreu um assassinato no bairro Camboa, em São Luís, embaixo da Ponte Bandeira Tribuzzi, por volta das 23h35. No local, foi morto George Washington Brito Sousa, 15, com mais de cinco disparos de arma de fogo na cabeça. O corpo dele ficou estirado em cima de um pneu de ônibus. A Superintendência de Homicídios e Proteção à Pessoa está apurando esse caso como sendo “tribunal do crime” de uma facção criminosa.

De acordo com informações de um policial do 9º Batalhão de Polícia Militar, o garoto foi conduzido por vários homens armados, por algumas ruas da Camboa, até chegar ao local onde o palco para sua execução já estava montada pela facção. Em um trecho onde há vários pneus de ônibus e caminhões, o rapaz foi assassinado com tiros na cabeça. Moradores que estavam com janelas e portas abertas as fecharam rapidamente quando ouviram os disparos.

Depois de confirmarem que a vítima estava morta, os autores saíram e deixaram o corpo estendido em cima de um dos pneus. A SHPP está apurando o que motivou a execução do rapaz no “tribunal do crime”. Há informações de que ele estaria cometendo assaltos na comunidade.

Logo após o recolhimento do cadáver pelo Instituto Médico Legal (IML), guarnições do 9º BPM capturaram suspeitos do crime, incluindo dois adolescentes. Os adultos foram identificados como Carlos Eduardo Soares, de 19 anos, e Antônio Pereira Silva, 23. Todos eles residem na Camboa. Segundo o Centro Integrado de Operações de Segurança, o grupo foi conduzido ao Plantão da SHPP.

Com os conduzidos, os policiais militares apreenderam uma arma de fogo que teria utilizada na execução da vítima.

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