Forças americanas

EUA atacam milícia xiita apoiada pelo Irã no Iraque e na Síria

Pentágono disse que bombardeios foram resposta a ataque no Iraque que matou empreiteiro americano; fontes de segurança e milícias iraquianas disseram que pelo menos 25 combatentes da milícia foram mortos e pelo menos 55 ficaram feridos

Atualizada em 11/10/2022 às 12h21
Iraquianos em manifestação contra bombardeio dos EUA, em 30 de dezembro de 2019
Iraquianos em manifestação contra bombardeio dos EUA, em 30 de dezembro de 2019 (Reuters)

WASHINGTON / BAGDÁ - As Forças Armadas dos EUA realizaram ataques aéreos no Iraque e na Síria contra o grupo de milícias Kataib Hezbollah, em resposta ao assassinato de um empreiteiro civil americano que estava em uma base militar iraquiana, disseram autoridades dos EUA neste domingo.

O Pentágono afirmou que atingiu três locais do grupo de milícias apoiadas pelo Irã no Iraque e dois na Síria. Os locais incluem instalações de armazenamento de armas e locais de comando e controle que o grupo usou para planejar e executar ataques às forças americanas.

Fontes de segurança e milícias iraquianas disseram que pelo menos 25 combatentes da milícia foram mortos e pelo menos 55 ficaram feridos após três ataques aéreos dos EUA no Iraque no domingo.

Pelo menos quatro comandantes locais do Kataib Hezbollah estavam entre os mortos, disseram as fontes, acrescentando que um dos ataques atingiu a sede do grupo perto do distrito de Qaim, na fronteira com a Síria. Uma autoridade dos EUA, falando sob condição de anonimato, disse que os ataques foram realizados por caças F-15.

Em reação, o Irã afirmou que os ataques demonstram o "apoio ao terrorismo" de Washington, já que a milícia pertence à coalizão de grupos paramilitares formada para lutar contra o Estado Islâmico e que foi integrada às forças de segurança iraquianas.

A influência do Irã no Iraque aumentou após a derrubada de Saddam Hussein, um sunita, na invasão americana de 2003, que levou ao poder representantes da maioria xiita iraquiana. Na Síria, o Irã apoia o regime de Bashar al-Assad no combate a grupos fundamentalistas sunitas, incluindo o EI.

Os Estados Unidos acusaram o Kataib Hezbollah de realizar um ataque com mais de 30 foguetes na sexta-feira que matou o empreiteiro civil dos EUA e feriu quatro militares americanos e dois membros das forças de segurança do Iraque, perto da cidade de Kirkuk, rica em petróleo.

"Em resposta aos repetidos ataques do Kataib Hezbollah às bases iraquianas que hospedam as forças da coalizão da Operação Resolução Inerente (OIR), as forças dos EUA realizaram ataques defensivos de precisão (...) que prejudicarão a capacidade do KH de conduzir futuros ataques contra as forças da coalizão", disse o porta-voz chefe do Pentágono, Jonathan Hoffman, em um comunicado.

Mais ataques

O secretário de Defesa dos EUA, Mark Esper, disse que os ataques aéreos contra um grupo pró-Irã no Iraque e na Síria foram bem-sucedidos, e não descartou ataques adicionais se "necessário".

"Os ataques foram bem-sucedidos. Os pilotos e as aeronaves retornaram à base com segurança", disse Esper a repórteres.

No início deste mês, o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, culpou as forças apoiadas pelo Irã por uma série de ataques a bases no Iraque e alertou o Irã de que qualquer ataque de Teerã ou de um de seus “procuradores” que prejudicasse americanos ou aliados seria "respondido com uma resposta decisiva dos EUA".

As tensões aumentaram entre Teerã e Washington desde o ano passado, quando o presidente Donald Trump retirou os Estados Unidos do acordo nuclear firmado pelas potências globais com Teerã em 2015 e restabeleceu sanções que prejudicaram a economia do Irã.

Trump foi informado dos ataques no seu resort em Mar-a-Lago, Palm Beach, Flórida, disse o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo.

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