Tradição cultural do Maranhão

Caixeiras, benzedeiras e rezadeiras: força religiosa e misticismo popular

Personagens peculiares da cultura maranhense possuem diferentes características e formas únicas de ver o mundo e de lidar com aspectos da fé; O Estado conheceu algumas delas e traz um pouco de sua experiência e vivência

Thiago Bastos / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h21
Dona Graça benze mulher com ramo de arruda
Dona Graça benze mulher com ramo de arruda

Influência indígena no saber das benzedeiras

Além da influência indígena neste costume secular no Brasil e no Maranhão, para a historiadora Mary Del Priore, há a participação nas benzedeiras dos elementos africanos, massificados com o período escravocrata no território então colonizado pelos portugueses. Assim como em outras partes do estado, no Maranhão – que também registrou a presença dos negros africanos como mão-de-obra - estas personagens também continham elementos de mescla de sobrenaturalismo e saber popular, baseados no “emprego de talismãs”, além de amuletos e fetiches. É a partir daí e deste conhecimento que também são fabricados medicamentos e surgem, a grosso modo, pessoas que usam da crença e costumes para, por exemplo, convencerem “pacientes” de que o simples gesto de ter contato com alguma erva “poderosa” cura males e afasta espíritos nocivos. De acordo com o artigo “O Poder das Rezadeiras de Fé”, de Pai Paulo de Oxalá, “existe reza para tudo”.

No contexto de umbanda, sacerdotes defendem que existe oração para mau-olhado, “espinhela” caída, “vento virado”, e reza para a paz familiar. Enfermidades que atualmente são controladas por medicamentos considerados de complexa fabricação e composição, como bronquite, asma, insônia e outros são também incluídos no rol dos que são combatidos por ervas e raízes “manipuladas” por rezadeiros e rezadeiras.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.