Imaginário infantil

Papai Noel traz a magia do Natal às famílias

Dirceu Luiz, de 69 anos, trabalha como relojoeiro no Paraná, mas, na época natalina, atua como Papai Noel no São Luís Shopping

Nelson Melo / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h21

O Natal, como é evidente, não é um instante resumido em um dia do ano. É, acima de tudo, um momento, que se inicia antes de 25 de dezembro e prossegue após essa data. Durante essa época, marcada por reflexões, comemoração e espiritualidade, alguns símbolos proporcionam alegria às pessoas. O Papai Noel, por exemplo, encanta com sua personalidade. No São Luís Shopping, o curitibano Dirceu Luiz de Souza, de 69 anos, diverte as famílias ao interpretar o “bom velhinho”.

Ainda sem suas roupas de Papai Noel, Dirceu Luiz é reconhecido no shopping como o personagem típico do Natal. As crianças, ao se depararem com o curitibano, sorriem e pedem para fazer fotos com ele. Elas o identificaram pela barba. Em seu camarim, o relojoeiro, sua profissão no Paraná, se prepara com muita elegância, para tornar a vida de várias pessoas mais animada. À frente do espelho, ele ajeita o gorro e equilibra os óculos no nariz.

Quando o semblante e o vestuário o deixam satisfeito, Dirceu Luiz sai e desce no elevador, com a convicção de que sua performance será em grande estilo. Na Praça de Eventos, sua fantasia se transforma em curiosidade. As crianças não perdem a oportunidade e dão um abraço no Papai Noel. Algumas deixam cartas, nas quais pedem presentes, que variam de brinquedos a passeios. A cada carinho que recebe, o curitibano fica emocionado, como admitiu a O Estado.

“Sempre é especial. Cada minuto que trabalho fantasiado de Papai Noel é mágico. Não é igual. A emoção é grande. Eu me sinto feliz ao saber que as crianças e seus pais têm um momento de alegria quando estão aqui. O Natal é assim: tem esse encanto, que reúne todos em prol de uma data com vários significados”, declarou Dirceu Luiz.

Sobre o Papai Noel
Dirceu Luiz de Souza trabalha desde 2009 fantasiado do “bom velhinho”. A interpretação começou em Fortaleza, no Ceará. Mas sua fama como Papai Noel já veio do Paraná, por causa de sua aparência. “Eu fazia o personagem em casa, no tempo do Natal. Com a barba grande, as pessoas me chamavam assim. Então, não cortei mais a barba”, relembrou o relojoeiro.

Em Curitiba, ele faz consertos, compra, vende e monta relógios. Nos momentos livres às vezes atua como motorista particular. Dirceu Luiz está em São Luís desde o dia 14 deste mês, quando começou a se apresentar no shopping. “Nesse tempo todo, eu já passei por muita coisa, já presenciei muita coisa. Em um hospital, lembro de um garoto de 17 anos, que tinha corpo de bebê. A enfermeira fazia o cabelo e a barba dele. A mãe do garoto colocou o bebê na caixa de sapatos e entregou no hospital. Foi uma criança abandonada”, recordou o Papai Noel.

Um dos momentos que mais emocionou o relojoeiro, como ele mesmo mencionou, ocorreu em Fortaleza, quando conheceu uma menina que não tinha braços nem as pernas. O nome da jovem é Débora. “Ela é adulta e lançou um livro. Ela me deu o primeiro exemplar da obra, que se chama ‘Um milagre chamado Débora’. Isso aconteceu em 2009. Lembro bem disso. Foi marcante para mim”, expressou o curitibano.

Segundo o Papai Noel, há milhares de cartas de crianças na casa dele. Elas fazem pedidos que, mais do que a inocência da faixa etária, representam a sinceridade de quem almeja uma noite feliz de Natal. “Eu as guardo com carinho. É uma recordação muito legal. Não coloco nenhuma fora. Deixo tudo arrumadinho”, admitiu Dirceu Luiz.

Para esse Natal, o relojoeiro não pretende observar as horas enquanto estiver trabalhando no shopping. A sua única preocupação é ter proporcionado um momento de descontração, de felicidade e interação para quem ainda entende que o Papai Noel é tão real quanto a vontade de abraçá-lo.

BOM VELHINHO

Uma das figuras mais populares do Natal é o Papai Noel, um idoso barbudo e barrigudo, que se veste de vermelho. Na tradição natalina, ele é o personagem que traz presentes para as crianças bem comportadas na véspera natalina. O “bom velhinho”, como é chamado carinhosamente, é conhecido por voar em seu trenó puxado por oito renas, que são suas ajudantes na tarefa de entregar presentes em todos os lares.
A lenda diz que o Papai Noel passa de casa em casa, desce pela chaminé e coloca os presentes dentro de meias, que são depositadas perto da lareira, ou debaixo da árvore de Natal. Segundo as histórias, o “bom velhinho” reside no Polo Norte, mas outras versões da história afirmam que ele mora na Lapônia, região localizada no extremo norte da Finlândia.
A origem histórica do Papai Noel está diretamente relacionada com São Nicolau de Mira, também chamado de Nicolau Taumaturgo, um bispo cristão que viveu entre os séculos III d.C. e IV d.C. São Nicolau viveu na Ásia Menor (região que corresponde, atualmente, à Turquia) e ficou conhecido por sua generosidade. Esse religioso era filho de uma família abastada. Após a morte prematura de seus pais, herdou a riqueza da família.
Passou, então, a utilizar a herança para distribuir presentes entre os pobres, sobretudo para as crianças órfãs. Desde então, a fama se espalhou no mundo, culminando na consolidação de um personagem que sempre está em outro patamar.

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