Precaução

Perícia em prédio do Fórum busca detectar danos após tremor

Devido à vibração repentina, houve correria; equipamento usado na construção do estacionamento ao lado do Fórum foi apontado como causa do tremor

Nelson Melo / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h21
Com compactação do solo no estacionamento ao lado, prédio do Fórum tremeu, gerando pânico no Calhau
Com compactação do solo no estacionamento ao lado, prédio do Fórum tremeu, gerando pânico no Calhau (tremor fórum)

Uma grande agitação aconteceu, na manhã desta quarta-feira, 18, no Fórum Desembargador Sarney Costa, em São Luís, provocada por um tremor no prédio, localizado no bairro Calhau. A vibração na estrutura, que foi causada por uma obra de construção do estacionamento nas dependências do Ministério Público do Maranhão (MPMA), durou alguns minutos, mas o suficiente para que servidores, magistrados, advogados e visitantes saíssem correndo para o lado de fora. O Corpo de Bombeiros Militar (CBMMA) realizou uma perícia no edifício, para verificar possíveis danos.

Primeiramente, os bombeiros militares que trabalham no edifício averiguaram a situação, mas, por precaução, uma equipe da Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil foi enviada ao local, para fazer o procedimento pericial. “Tem uma equipe de engenheiros do Fórum que também participou da averiguação. Inicialmente, verificaram que a trepidação teria sido causada por uma obra ao lado do prédio, em um terreno”, pontuou o major Lisboa, do CBMMA.

A vibração
O tremor foi registrado por volta das 8h40, quando algumas pessoas entravam e outras saíam do local. De acordo com relatos de servidores, o episódio tenso teve duração de poucos minutos. A diretora do Fórum Sarney Costa, Diva Maria Barros Mendes, explicou que, apesar do momento de pânico, não houve necessidade de evacuação. “O evento causou pânico entre os servidores, magistrados e demais pessoas que transitavam no prédio. Foi tudo muito rápido. As próprias pessoas desceram transtornadas e saíram”, esclareceu.

Mesmo depois que a vibração cessou, ninguém se arriscou, de imediato, a entrar novamente no Fórum. A normalidade dos serviços retornou aos poucos durante o turno matutino. Quando o prédio sacudiu, casamentos estavam sendo realizados lá. Do lado de fora, na escadaria da edificação, algumas pessoas, ainda nervosas, comentaram que o tremor fora causado por um terremoto.

De acordo com Emmanuel Guterres, diretor-geral da Procuradoria-Geral de Justiça do Maranhão (PGJMA), o tremor foi registrado em virtude de uma obra do estacionamento nas dependências do MPMA, sob a responsabilidade de uma empresa contratada para o serviço de compactação do terreno, ao lado do Fórum. Para o trabalho, foi utilizada uma máquina conhecida como “pé de carneiro” (rolo compressor), cuja atividade provocou a vibração na estrutura.

O tremor ocorreu, segundo Emmanuel Guterres, depois de uma pressão no solo, para permitir o posterior calçamento do terreno. “A vibração no solo ocasionou o tremor sentido nas dependências do Fórum de São Luís, enquanto a máquina estava em funcionamento. Após o desligamento do rolo compressor, a vibração cessou. Não houve nenhum risco à integridade física de quem frequenta o local”, disse o diretor-geral da PGJMA.

Ainda conforme Emmanuel Guterres, devido o problema, o Ministério Público do Maranhão solicitou, do Corpo de Bombeiros Militar, a realização de perícia nas instalações do Fórum. O objetivo é atestar a regularidade e segurança do prédio. Ele informou que a empresa efetuou o serviço de compressão sem aviso prévio à administração superior do Ministério Público, que ficou impossibilitada de comunicar o Poder Judiciário.

O diretor das promotorias da capital, Paulo Avelar, ressaltou que o serviço foi realizado sem a anuência da direção-geral do MPMA. “Foi uma atitude tomada por um engenheiro da obra, que determinou que fosse feito esse tipo de trabalho. Todas as providências legais e sociais foram tomadas, para que voltássemos à normalidade. Apuraremos o fato, para que não aconteça novamente”, justificou.

Prédio rígido
O engenheiro Augusto Otoni, da diretoria de Engenharia do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJ/MA), confirmou que a obra de compactação foi realizada com o rolo compressor. Ele disse que o equipamento transmitiu uma grande vibração no solo, devido à proximidade com o prédio do Fórum Sarney Costa. Na avaliação do profissional, o tremor pode ser classificado como de pequena monta, cujos danos não podem ser comparados, por exemplo, aos provocados por um terremoto.

“O prédio está seguro, pois é rígido. Não teve problema estrutural. Simplesmente aconteceu o que geralmente acontece em estrutura submetida a vibração. Na Ponte do São Francisco, por exemplo, quando passa um veículo pesado, como um caminhão, transmite a vibração para a ponte. Os carros que passam também sentem o tremor, mas a ponte em si não quebra, porque tem rigidez suficiente para aguentar aquilo”, observou.

SITUAÇÃO NA KENNEDY

Em outubro deste ano, o Corpo de Bombeiros Militar foi acionado para se deslocar até a Avenida Kennedy, no Bairro de Fátima, em São Luís, depois de relatos de que a estrutura de um prédio municipal estremeceu. Nas redes sociais, áudios sugeriram que pessoas saíram correndo do edifício. Os militares souberam no local que foi sentido um tremor em um determinado momento. Mas, ao fim da inspeção, o CBMMA concluiu que não houve nenhuma anormalidade, muito menos registro de abalo sismológico, como foi divulgado na internet.

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