Desfecho

Após acusação de agressão, São Paulo decide rescindir contrato com o goleiro Jean

Jogador foi acusado pela esposa de agressão; clube também deverá emitir nota de repúdio; até ontem, atleta permanecia detido nos Estados Unidos, onde deverá pagar fiança e responder em liberdade

Atualizada em 11/10/2022 às 12h21
(Jean São Paulo )

SÃO PAULO - Horas depois da prisão do goleiro Jean nos EUA, acusado de agredir a esposa, o São Paulo decidiu pela rescisão de contrato do jogador – que era válido até dezembro de 2022.A diretoria e os advogados do São Paulo querem o rompimento por justa causa, já que, segundo os dirigentes, Jean feriu a imagem e os valores do clube. O goleiro foi contratado do Bahia no fim de 2017.

Jean agrediu a esposa Milena Bemfica com oito socos e foi algemado pela polícia, de acordo com a declaração de prisão registrada pelo Xerife do Condado de Orange, na Florida.

De acordo com o documento, o qual o GloboEsporte.com teve acesso, no registro, o policial responsável pela abordagem relata que Milena disse que os dois discutiram na madrugada de ontem (18) no quarto do hotel onde estão hospedados em Orlando, e ela tentou acalmar Jean.

Depois, os dois entraram no banheiro para discutir, mas uma das filhas quis ir para a cama. Nesse momento, o documento, baseado no relato de Milena, aponta que Jean seguiu a esposa e a puxou para a cama, onde subiu em cima da mulher e deu três socos no rosto dela. Depois, segundo o registro, o goleiro acertou outros cinco golpes na esposa.

O documento também relata que Milena pegou uma chapinha de cabelo para se defender e com o objeto feriu Jean em ato de legítima defesa. A chapinha quebrou ao atingir a cabeça de Jean.

O registro tem tarjas em informações consideradas confidenciais – entre elas, todo o relato de Jean feito ao policial no local do crime.

O policial que atendeu a ocorrência encaminhou Jean para a penitenciária do Condado de Orange e não apresentou acusações contra Milena, por entender que ela agiu em legítima defesa.

Jean está preso nos Estados Unidos e sua ficha já aparece no sistema do Departamento de Correções do Condado de Orange, na Florida.

Apesar da gravidade da acusação, Jean poderá ser liberado em menos de 48 horas, prazo máximo para que ele passe por uma audiência de custódia perante a um juiz dos Estados Unidos. "Foi uma prisão que pode ser enquadrada como um flagrante e, por isso, foi levado preso. Ele fica preso e no momento é fichado com o nome, número do processo, ação e pelo enquadramento da ação. Pelo fato de não ter agravante ou elemento a mais, não há necessidade de garantia, de uma fiança. Quando é assim, normalmente a pessoa dorme na cadeia e no dia seguinte vai ao juiz, o juiz fala qual é o crime e a pessoa é liberada. A prisão é no menor prazo possível e, se for excedida, é considerada abusiva", explicou o advogado Maurício Ejchel, especialista em direito internacional, a UOL Esporte.

A partir do momento que é liberado, o acusado responde em liberdade e não é monitorado pela polícia. Mesmo sendo estrangeiro, ele não seria abordado ao passar pela polícia de fronteira norte-americana e voltaria ao Brasil sem problemas. Há casos, no entanto, que o juiz decide apreender o passaporte do suspeito. "Como ele é liberado após a audiência de custódia, não existe controle posterior. Vai depender de uma decisão pessoal do acusado. O correto é estar lá até o julgamento, mas ele pode entender por sair do país. Como ele não tem uma sentença condenatória, sairia tranquilamente dos Estados Unidos. O problema é que se ele sai com uma situação irregular, quando quiser voltar será detectado a pendência e ele poderá ser preso", disse o advogado.

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