Homicídio

Suspeito da morte de maranhense no Piauí deve ser pronunciado a júri popular

A audiência sobre o caso aconteceu nessa segunda-feira, 16, em Teresina, capital do Piauí, onde o estudante Gabriel Brenno foi assassinado em julho deste ano

Daniel Matos

Atualizada em 11/10/2022 às 12h21
Deivid Ferreira de Sousa confessou ter matado Gabriel Brenno
Deivid Ferreira de Sousa confessou ter matado Gabriel Brenno (Assassino confesso)

A juíza Zilnar Coutinho Leal, da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Teresina/PI, deu prazo de cinco dias para as alegações finais escritas no que diz respeito ao assassinato do estudante maranhense Gabriel Brenno Nogueira, de 21 anos, ocorrido em julho deste ano, quando ele foi baleado na capital piauiense. O suspeito do crime, o mestre de obras Deivid Ferreira de Sousa, pode ser pronunciado a júri popular. A audiência sobre o caso ocorreu na última segunda-feira, 16, no Estado do Piauí.

A magistrada aguardará apenas os argumentos do Ministério Público do Piauí e da defesa do mestre de obras para decidir se o suspeito do homicídio será pronunciado a júri popular por ter matado o maranhense. Deivid Ferreira, que está preso desde o dia 8 de agosto na Casa de Custódia, foi ouvido na audiência, assim como a ex-mulher dele, com quem Gabriel Brenno mantinha um relacionamento amoroso, o que motivou o assassinato.

A audiência

Na audiência, que aconteceu no Fórum Cível e Criminal de Teresina, a ex-esposa do mestre de obras confirmou que, de fato, mantinha um “caso” com o estudante maranhense, que fazia cursinho preparatório na capital piauiense, para provas da Escola de Sargentos das Armas (ESA), do Exército Brasileiro. Segundo ela, isso realmente motivou Deivid a cometer o homicídio, conforme observou o advogado Júnior Torres, assistente de acusação. Ele frisou que esse foi o único fato novo levado ao processo durante a sessão, que começou por volta das 10h.

Durante a audiência, os proprietários da pensão onde Gabriel se hospedava contaram que a então esposa do suspeito esteve uma vez no local para se encontrar com o maranhense, conforme o advogado. “A versão dela é que teria contado à vítima sobre o seu relacionamento, mas que tinha se separado”, afirmou Júnior Torres.

Prisão do autor

Deivid foi preso no dia 7 de agosto, na residência de uma amiga, localizada na região do Vale do Gavião, zona Leste de Teresina. Após o crime, o suspeito foi para a casa do pai, em Timon/MA. Em seguida, seguiu até Matões, também no Maranhão. Ele, então, retornou a Teresina para articular uma nova fuga com ajuda de amigos e familiares, que tentavam vender uma casa por R$ 80 mil para conseguir o dinheiro, segundo o delegado Carlos César Camelo, diretor do Núcleo de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Piauí.

Em entrevista coletiva, depois de preso, o mestre de obras chorou e disse que estava arrependido de ter matado o maranhense. Antes da localização dele, a polícia fez várias buscas na capital piauiense, com o intuito de encontrá-lo. De acordo com explicações do delegado Joatan Gonçalves, coordenador do Grupo de Apoio Operacional (GAO), as incursões foram realizadas no Parque Universitário, na zona leste de Teresina. Lá, foi apreendido um computador, que foi submetido a exames forenses, para auxiliar na investigação policial. Àquela altura, Deivid, no entanto, não estava na casa.

Conforme o delegado, as equipes do GAO e do 1º Distrito Policial e Gerência de Polícia Metropolitana (GPM) estiveram, ainda, na residência da mãe do suspeito.

Morte do maranhense

Gabriel morreu na madrugada do dia 23 de julho, no Hospital de Urgência de Teresina (HUT), no Piauí, após ser baleado na cabeça na porta da pousada onde estava hospedado no dia 17 do mesmo mês. Ele morava no município maranhense de Caxias, na Região dos Cocais, e estava fazendo um curso preparatório para sargento do Exército Brasileiro.

Segundo a Polícia Militar do Piauí, Gabriel foi alvejado ao sair da pensão, no Centro de Teresina. A Polícia Civil disse que o jovem se relacionou amorosamente com a mulher do mestre de obras, que descobriu e planejou o assassinato do amante.

A morte de Brenno foi confirmada pelo HUT logo nas primeiras horas da manhã daquele dia. O falecimento ocorreu por volta das 5h25. Ele sofreu um grave ferimento no cérebro, o que comprometeu múltiplos órgãos, afetando os rins e pulmões devido à repercussão sistêmica. O rapaz era natural de Caxias e estavam em Teresina estudando para provas da Escola de Sargentos das Armas das Forças Armadas, um sonho do garoto, que pretendia ingressar nas fileiras do Exército.

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