Sem chance

"Não há viabilidade para impeachment de Bolsonaro", diz Dino

Em entrevista na manhã de ontem, governador disse que torce por melhorias na gestão federal; gestor aproveitou para cobrar, segundo ele, atraso no repasse de valores da União

Thiago Bastos / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h21
Flávio Dino
Flávio Dino (Flávio Dino)

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), em entrevista na manhã de ontem (16) concedida à Rádio Timbira, descartou qualquer movimentação por parte do bloco de oposição federal para requerer o impeachment do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido). Segundo ele, por enquanto, não há fundamento no pedido. O comunista também afirmou que torce por avanços na gestão federal a partir do ano que vem.

Segundo Dino, por enquanto, não há elementos que configurem crime de responsabilidade para justificar pedido de saída do presidente Jair Bolsonaro. “É preciso que haja crime de responsabilidade. É uma apreciação que cabe à Câmara dos Deputados. Até o presente momento, não é o caso”, disse o governador.

Para ele, o processo não deve ser motivado por fatores pessoais. Ele citou, por exemplo, a articulação no Congresso Nacional que culminou, em 2016, com a saída da então presidente Dilma Rousseff. “É preciso olhar para a Constituição. Você não pode fazer impeachment por que você não gosta do Governo. Quem deve fazer este processo é a urna”, defendeu Dino.

Apesar de descartar qualquer pedido de saída do atual presidente da República, Dino criticou a gestão Bolsonaro. De acordo com o governador, setores como a saúde e a educação necessitam de mais investimentos da administração pública. “O Brasil é o único do mundo que possui teto de gastos. Não há como você avançar em setores fundamentais sem que haja investimentos.

Na entrevista, em nenhum momento Dino se colocou como possível pré-candidato à presidência da República em 2022. Ao citar as ações indigenistas e as mortes recentes de lideranças silvícolas no Estado, o governador disse que o papel do estado é “ser orientado” pelas instituições federais. Ele disse ainda que a administração local trabalha com melhorias em setores, como a segurança pública, mesmo sem receber investimentos da União.

A mudança do papel de Dino na configuração das próximas eleições presidenciais tem a ver com a libertação, em novembro deste ano, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nos primeiros discursos pós-prisão, Lula disse que o PT deverá ser protagonista no próximo pleito presidencial, o que obrigaria Dino a mudar de legenda ou, como opção distante, angariar apoio petista para se viabilizar como candidato da esquerda.

No início deste ano, Dino chegou a falar abertamente sobre possibilidade de candidatura ao cargo máximo do país. Em evento partidário em fevereiro deste ano, o gestor chegou a dizer que estava “emagrecendo” para combater o “laranjal e a turma do mal”, em deferência aos casos de candidaturas laranjas do PSL, então partido de Bolsonaro.

Meses depois, o comunista mudou o tom e disse que ainda era cedo para se manifestar sobre futuros cenários eleitorais e que “ainda havia muito o que fazer” pelo Maranhão. Sobre a relação com o Governo Federal no ano que vem, Flávio Dino disse que está aberto ao diálogo.

Correlata – Dino não se manifesta sobre processo eleitoral em São Luís

Durante a entrevista à Rádio Timbira, o governador Flávio Dino (PCdoB) preferiu se omitir e não se manifestou sobre as movimentações do processo eleitoral de São Luís. O comunista não foi questionado sobre apoios e tampouco se o partido, de fato, lançará candidatura própria para o Executivo no ano que vem.

Sobre a atual gestão, o gestor disse que a capital maranhense vive período de amplo benefício à população, com a realização de obras de saneamento básico e infraestrutura. Flávio Dino também não citou nomes para sucedê-lo em 2022.

Nos bastidores, o gestor tem preferência inicialmente pelo lançamento do atual secretário de Cidades, Rubens Pereira Júnior (PCdoB). No entanto, outros nomes como Bira do Pindaré (PSB), Duarte Júnior (PCdoB) e Neto Evangelista (DEM) tentam angariar o apoio governamental.

Por ora, não há um nome de consenso para a sucessão do atual prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT). Apoiadores comunistas estão incomodados com a “demora” na indicação.

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