Editorial

Taxa de juros mais baixa da história do país

Atualizada em 11/10/2022 às 12h21

A Selic, conhecida como Sistema Especial de Liquidação e Custódia, e mais ainda como a taxa de juros básica da economia brasileira chegou a um patamar jamais imaginável. Ela que em 2015 tinha alcançado o patamar de 14,25%, permanecendo nesse nível por 15 meses, a partir de outubro de 2016 começou a baixar de forma gradual e hoje encontra-se em 4,5% ao ano.

A decisão anunciada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) de cortar a Selic em 0,5% pela quarta vez consecutiva faz o Brasil alcançar a taxa básica de juros mais baixa de sua história.

A taxa Selic é a taxa de juros básica da economia, ela é usada no mercado dos bancos para financiar suas operações de um dia, que são lastreadas em títulos públicos do governo. Mas seu impacto é muito forte, posto que acaba sendo um regulador da economia.

No caso da inflação, por exemplo, se a Selic cai, esse movimento nos preços também se acentua, o poder de compra aumenta, há mais dinheiro circulando, e o comércio se mantém aquecido.

Já ao contrário, quando a Selic está em patamar elevado, há menor disposição do mercado em comprar, já que há uma influência direta nos preços. Isso faz com que o mercado recue, com o consumidor gastando muito menos. Se a Selic sobe, a inflação também segue pelo mesmo caminho, o que prejudica os valores de produtos no mercado e também aumenta as taxas de parcelamento, por exemplo.

Mas nem sempre que há queda na Selic, significa que as taxas de juros praticadas pelo sistema bancário também caiam, e na mesma proporção. Essa é uma reclamação latente, principalmente do setor produtivo, que quer buscar crédito mais barato para poder investir e ampliar seus negócios.

A queda da Selic para 4,5% ao ano é motivo de comemoração de entidades de classe, a exemplo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que vêm esse recuo como uma injeção a mais de ânimo na economia brasileira.

Para a CNI a decisão do Copom é acertada, por tratar-se de uma medida que reduz o custo da dívida pública, mantém o Brasil no caminho de uma taxa compatível com as práticas internacionais e tem potencial para afetar toda a estrutura de juros no sistema financeiro nacional.

Na avaliação da CNI, a inflação segue em curso favorável e encerrará o ano abaixo do centro da meta de 4% ao ano. A expectativa de inflação futura também é positiva.

Por outro lado, a Fiesp vê a redução o corte da Selic como um passo na direção certa. E que se for acompanhado de medidas que aumentem a concorrência bancária e diminuam os juros ao tomador final, o país terá potencial de crescer em torno de 3% já no próximo ano.

A entidade entende que essa redução permite um ambiente de negócios favorável ao avanço dos investimentos, da geração de empregos e da renda, o que possibilitará uma maior velocidade da recuperação econômica no ano

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