Natureza

COP 25 se aproxima da conclusão sem consenso sobre mercado de carbono

No evento, realizado em Madri desde o início do mês, prevalecem preocupações e incertezas sobre temas centrais e a adição de metas mais ambiciosas

Atualizada em 11/10/2022 às 12h21
Globo terrestre na conferência do clima de Madri, COP 25, sexta-feira,13
Globo terrestre na conferência do clima de Madri, COP 25, sexta-feira,13 (Reuters)

ESTADOS UNIDOS - Delegados de mais de 200 países reunidos na sexta-feira,13, na conferência do clima da Organização das Nações Unidas (ONU), a COP 25, encontraram dificuldades para chegar a consensos sobre medidas práticas de combate ao aquecimento global. No evento, realizado em Madri desde o início do mês, prevalecem preocupações sobre temas centrais, como o mercado de carbono. E alguns desses temas podem acabar adiados para a conferência do ano que vem.

Entre os participantes, aumenta a noção de que será necessário permanecer em Madri por mais tempo do que o esperado, e as negociações devem entrar no fim de semana.

Neste momento final, eles revisam rascunhos e ajustam detalhes de um acordo apresentável sobre o mercado internacional de carbono, além de uma estrutura mais clara para oferecer ajuda aos países afetados pelo clima – de acordo com a agência Associated Press.

Impulso vindo da Europa

Por outro lado, na noite de quinta para sexta-feira, países da União Europeia chegaram a um acordo regional para limitar suas emissões de gases causadores do efeito estufa.

A ministra do Meio Ambiente da Alemanha, Svenja Schulze, disse à Associated Press que essa decisão de neutralizar as emissões até 2050, tomada em Bruxelas, vai dar um impulso às negociações de Madri a poucas horas de sua conclusão.

"Com isso, podemos convencer as maiores economias a se unir a nós e mostrar como elas querem reduzir as emissões de carbono", declarou.

Mais ambição

Embora chegar a novas metas, mais rígidas, sobre as emissões não esteja oficialmente na agenda da COP 25, observadores internacionais dizem que objetivos mais ambiciosos em relação aos que foram determinados no Acordo de Paris mandariam um sinal forte aos países que estão mais atrasados.

"A decisão europeia foi incrivelmente importante", afirmou Helen Mountford, do instituto ambiental de pesquisas World Resources Institute (WRI). "Isso significa que eles estão vindo para a mesa com mãos muito mais fortes e podem realmente ajudar a entregar o que precisamos, com ambição", acrescentou.

Enquanto isso, países europeus, e também outros, preferem não finalizar regras sobre mercado de carbono do que aprovar medidas que minimizariam os esforços para reduzir as emissões. Economistas dizem que permitir que empresas e países ricos possam investir em medidas como a proteção das florestas em países pobres poderia ser uma ferramenta vital, desde que os mercados sejam transparentes.

"Estamos todos buscando chegar a um acordo", afirmou Frans Timmermans, representante da Comissão Europeia para temas do clima. "Mas não há como aprovar um acordo que prejudique a integridade ambiental. Não tem jeito", disse.

Países em desenvolvimento

Países em desenvolvimento apontaram os Estados Unidos como um dos que estão criando obstáculos para as negociações sobre o envio de ajuda a países pobres, algo que foi concordado em 2013 no que ficou conhecido como Mecanismo Internacional de Varsávia (WIM, em inglês). Porém, delegados americanos se defenderam dessa acusação.

"O governo dos Estados unidos é o maior doador humanitário do mundo", afirmou um oficial do Departamento de Estado. "O mecanismo deveria ser um espaço construtivo para acelerar ações na ampla gama de perdas e danos. Conversações divisivas sobre culpa e responsabilidade não ajudam ninguém", comentou a fonte da Associated Press.

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