Homicídio

Polícia investiga a morte de mais um índio no interior do Maranhão

O índio Durivan Soares Guajajaras, de 28 anos, e um outro homem foram atingidos por golpes de faca na Vila Industrial, em Amarante. O crime teria relação com o tráfico de drogas

Nelson Melo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h21
Populares observam os corpos das vítima do crime de Amarante
Populares observam os corpos das vítima do crime de Amarante (morte de indios)

AMARANTE - Após o duplo assassinato de dois índios em Jeninapo dos Vieiras/MA, fato ocorrido no último dia 7, mais um indígena foi morto no estado. Desta vez, o crime aconteceu na cidade de Amarante do Maranhão, na madrugada desta sexta-feira, 13, durante uma festa. Durivan Soares Guajajaras, de 28 anos, não resistiu após ser atingido por golpes de faca. Ele estava em companhia de outro homem, Roberto do Nascimento Silva, de 31 anos, que também foi esfaqueado e caiu morto no local. A polícia disse que, provavelmente, o caso tem relação com o tráfico de drogas.
Segundo o tenente-coronel Jorge Araújo Júnior, que comanda o 34º Batalhão de Polícia Militar (BPM), o crime ocorreu na Vila Industrial. As informações colhidas no local indicam que Cabeludo, como o índio era conhecido, tinha envolvimento com o tráfico de drogas na região, pois era usuário de entorpecentes. Porém, somente a Polícia Civil, durante a investigação, vai esclarecer a motivação para o duplo homicídio, que deixa o clima de insegurança entre os indígenas mais intenso, uma vez que, há poucos dias, dois caciques foram assassinados a tiros na BR-226, em Jenipapo dos Vieiras.

Morte em 2016
Em abril de 2016, o índio Isaías Guajajaras foi morto com golpes de faca em Amarante do Maranhão. O crime aconteceu também na Vila Industrial, na Rua Tiradentes. O indígena caiu morto depois de receber as facadas no abdômen. Ele era morador da Aldeia Juçaral, que fica na Terra Indígena Arariboia. A Fundação Nacional do Índio (Funai) até emitiu uma nota na época afirmando que estava acompanhando o caso por meio da Coordenação Regional do Maranhão em Imperatriz.

Ataque em Jenipapo
No sábado passado, 7, dois caciques foram mortos em Jenipapo dos Vieiras. Um grupo de índios estava às margens da BR-226, logo depois de sair da Aldeia Coquinho, onde lideranças indígenas participaram de uma reunião com representantes da Eletronorte, por volta das 12h30, de acordo com a Funai e Polícia Federal (PF). Eles trataram da compensação pela passagem do linhão de energia elétrica por seus territórios.
Firmino Silvino Guajajara e Raimundo Bernice Guajajara foram mortos. O primeiro no local e o segundo ao chegar à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Jenipapo dos Vieiras. Dois índios, Nico Alfredo Guajajara e Neucy Cabral Ribeiro Guajajara foram baleados.
Segundo informações, os índios conversavam quando foram surpreendidos com a chegada de um veículo de cor branca, cujo ocupante disparou diversas vezes contra o grupo.

Força Nacional
Diante do clima tenso na região, com a morte dos dois caciques, foi então solicitada a presença de agentes da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) para garantir a ordem e auxiliar as autoridades nas investigações.
O comboio saiu de Brasília, no Distrito Federal (DF), após portaria emitida pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), que autorizou o envio da tropa à região maranhense e os agentes já estão instalados na área de conflitos, e realizando rondas. São 20 agentes, que chegaram em seis viaturas que estão alojados no quartel da Polícia Militar de Barra do Corda e também em uma escola localizada na Terra Indígena Cana Brava.
Além de fazerem rondas dentro do território indígena, os agentes da Força Nacional também fiscalizarão a BR-226, em uma atuação conjunta com a Polícia Rodoviária Federal (PRF). A tropa permanecerá no território Guajajara por 90 dias, a contar de 10 de dezembro até o dia 8 de março de 2020. l

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