Lançamento

Mariana Aydar mostra a sua "Veia Nordestina"

A cantora paulistana apresenta 12 faixas que passeiam por ritmos como xote, pagodão, arrocha, frevo, galope, kuduro e rastapé, em seu quinto álbum de estúdio

Atualizada em 11/10/2022 às 12h21
Mariana Aydar
Mariana Aydar (Mariana Aydar)

SÃO LUÍS- Com os versos "Na veia nordestina, eu tenho a minha visão / Carrego emprestada a força do sertão...", é assim que a cantora e compositora paulistana, Mariana Aydar, resgata sua história com a música nordestina, tendo como protagonista o forró, recomeçando o que nunca teve fim.

Nessa paixão pulsa “Veia Nordestina” (Natura Musical), projeto que foi lançado ao longo de 2019 dividido por EPs que formam um disco, produzido por Marcio Arantes, e um minidocumentário dividido em quatro episódios que abordam temas do universo forrozeiro, dirigido por Dellani Lima e Joaquim Castro, parceiro de Mariana na direção do documentário Dominguinhos (2014).

Com 12 faixas que misturam ritmos como xote, pagodão, arrocha, frevo, galope, kuduro e rastapé, este é o quinto álbum de estúdio de Mariana e o primeiro dedicado integralmente à cultura nordestina.

"O forró pra mim é um modo de vida. Minha primeira banda profissional foi de forró, meus primeiros vinis, meu primeiro beijo, minha filha é fruto do forró e agora, finalmente, nasce o meu primeiro disco de forró. Um forró feito do meu jeito.", diz Mariana.

Passando pelas festas populares brasileiras como o Carnaval e o São João, o disco traz experiências sensoriais que transportam quem ouve para o universo multicultural do nosso país, como acontece em "Se Pendura", "São João do Carneirinho" e "Forró do ET", essa com a participação da madrinha de Mariana no forró, Elba Ramalho.

O disco apresenta músicas que mostram a força e liberdade de escolha das mulheres, quebrando pensamentos machistas e patriarcais e elevando o empoderamento feminino como um dos temas principais. Em "Triste, Louca ou Má", regravação da banda Francisco, El Hombre, Mariana escolheu a amiga e grande inspiração ativista, Maria Gadú, para dividir os vocais e em "Condução", Mariana canta sobre a mulher que conduz na dança da vida.

Questionar o público sobre o atual momento vivido no Brasil e no mundo, contestar o retrocesso que nos rodeia, dizer sim à diversidade em todas suas formas, tons e gêneros, também são temas presentes em Veia Nordestina em músicas como "Na Boca do Povo", na mistura envolvente de samba com forró.

O sentimento mais transformado em música no mundo, a sofrência, está presente em vários momentos do disco. Ela aparece em músicas como "Represa", um xote chorado de autoria de Isabela Moraes, na regravação pop do clássico de Accioly Neto, "Espumas ao Vento", e em algumas mais animadas, que misturam o sofrer com o sorrir, como "Xilique", um forró sambeado da vertente de Jackson do Pandeiro, composta por Mariana em parceria com Jorge de Altinho e o arrocha "Venha Ver", de autoria de Anastácia, uma das maiores compositoras de forró do país, e Liane.

O disco termina com um agradecimento ao mestre e amigo Dominguinhos com a emocionante "Para Dominguinhos", onde Mariana colocou em música tudo aquilo que queria dizer para ele mas não conseguiu em vida. Um sertão inundado de saudade e gratidão. A elegante sanfona de Mestrinho dá o tom de despedida do disco.

“Quero traduzir o meu forró, a minha maneira de ver o gênero reinventando, instigando, trazendo elementos contemporâneos, guitarras psicodélicas e a eletricidade da MPC sem perder a alma pé de serra do clássico power trio forrozeiro: zabumba, triângulo e sanfona”, explica Mariana.

O projeto foi selecionado pelo Natura Musical por meio do edital 2018, com o apoio da Lei Rouanet. “A música é uma das grandes expressões da Natura desde 2005, quando criamos o Natura Musical. Acreditamos na sua força para conectar pessoas, valorizar a criatividade brasileira, reverberar a diversidade e inspirar um mundo melhor”, diz Fernanda Paiva, gerente de Marketing Institucional da Natura. “É possível identificar esses fatores no novo disco de Mariana Aydar. Nele, a artista revisita gêneros como o forró e o xote e apresenta versões que geram identificação e conexão com diferentes públicos”, completa.

"Os temas deste projeto são muito de dentro do meu sertão, todo mundo tem o seu próprio sertão: suas tristezas, seus lamentos, suas questões. Onde quer que a gente esteja, não importa a região do Brasil e do mundo, a gente se encontra nesse sertão de dentro.", conclui Mariana.

Veia Nordestina vem para ressignificar esse sertão, da mulher independente que conduz na dança e na vida e para tratar as principais questões do mundo moderno, transformando a tristeza em alegria, como o forró sabe bem fazer.

Sobre Mariana Aydar

O forró é a influência musical mais marcante no som de Mariana, que alia sofisticação e contemporaneidade às suas raízes da música nordestina. A paixão nasceu na infância, no colo de Luiz Gonzaga; percorreu a juventude como backing vocal de Daniela Mercury, passando por muitas casas de forró com sua banda Caruá. Ela sempre esteve em meio a xotes, xaxados e baiões.

A paixão pela cultura do Nordeste pautou a estreia como diretora de cinema -- ao lado de Joaquim Castro e Dudu Nazarian - no filme “Dominguinhos” (2014), documentário sobre o músico com quem teve uma relação especial.

Para difundir a música nordestina, criou o bloco “Forrozin”. O bloco fez um debut inesquecível no carnaval de São Paulo, em 2018, ao lado de Gilberto Gil. No Carnaval de 2019, mais uma vez, arrastou uma multidão de foliões para a Avenida Ipiranga com São João.

Considerada um elo entre o novo e o tradicional, a cantora lançou-se sem medo às novas experiências, retomando suas origens forrozeiras e voltando a ser uma compositora atuante. Uma voz feminina empoderada, necessária e atual em um ambiente marcado pelo conservadorismo.

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