Levantamento

''Deserto de notícias'' afeta 37 milhões de brasileiros

São denominados assim, lugares onde não há veículos de imprensa locais para informar a população sobre o que ocorre na cidade

Estadão Conteúdo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h21
A falta de notícias locais afeta cerca de 37 milhões de brasileiros.
A falta de notícias locais afeta cerca de 37 milhões de brasileiros. (jornais)

BRASIL - A maior parte dos municípios brasileiros, 62,6% do total, são "desertos de notícias" - onde não há veículo local de imprensa para informar a população sobre o que ocorre na cidade. Nessa situação, vivem 37,4 milhões de pessoas, de acordo com levantamento realizado pelo Atlas da Notícia - publicado nesta quarta-feira, 11. Nordeste (73,5% dos municípios) e Norte (71,8%) são as regiões com maior proporção de "desertos". Em Estados dessas regiões, a porcentagem é maior: Tocantins (89,2%), Rio Grande do Norte (85,6%), Piauí (83%) e Paraíba (81,6%).

Há ainda os "quase desertos" de notícias - 19,2% dos municípios. São localidades que têm apenas um ou dois veículos jornalísticos Ao menos 27,5 milhões de brasileiros vivem em cidades assim, segundo a pesquisa do Instituto para o Desenvolvimento do Jornalismo (Projor).

Eleição

Isso quer dizer que 64,8 milhões de pessoas - ou 31% da população nacional - podem ficar mal informadas sobre o poder público municipal para as eleições do ano que vem. "Nas eleições passadas, de 2016, não se colocava a atenção que se coloca agora sobre desinformação", afirmou o jornalista Sérgio Lüdtke, editor-chefe do projeto Comprova, coalizão para checar boatos formada por 24 veículos de comunicação, incluindo o Estado. "Agora temos grupos que abastecem as redes com conteúdo malicioso e as pessoas continuam muito suscetíveis a esse tipo de informação", afirmou.

O projeto teve apoio de 193 colaboradores e de 22 escolas de jornalismo, além da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom).

O financiamento é do Facebook Journalism Project.

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