Retrocesso

Coreia do Norte recusa-se a falar de desnuclearização com os EUA

Diplomata afirmou que o "diálogo sustentado e substancial" procurado pelos norte-americanos foi "um truque" para efeitos de política doméstica, mais concretamente para a reeleição em 2020

Daniel Matos

Atualizada em 11/10/2022 às 12h22
Ditador Kim Jong Un alertou que poderia seguir um novo caminho no próximo ano
Ditador Kim Jong Un alertou que poderia seguir um novo caminho no próximo ano (Líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un está à frente do país desde 2011)

NOVA IORQUE - O embaixador da Coreia do Norte nas Nações Unidas disse, nesse sábado (7), que a possibilidade de desnuclearização está “fora da mesa” de negociações com os Estados Unidos (EUA). Kim Song considerou que o diálogo que Washington procurou com Pyongyang foi “um truque”, com o objetivo de se adequar à agenda de política doméstica.

“Agora não necessitamos de longas conversas com os EUA, a desnuclearização já saiu da mesa de negociações", disse o responsável em comunicado à agência Reuters.

Kim Song, embaixador da Coreia do Norte nas Nações Unidas, afirmou que o “diálogo sustentado e substancial” procurado pelos Estados Unidos foi “um truque” para efeitos de política doméstica, mais concretamente para a reeleição em 2020.

As declarações foram feitas um dia depois de Pyongyang ter voltado aos ataques verbais contra o presidente norte-american. Um representante do Ministério dos Negócios Estrangeiros se referiu a Trump como “um velhote na sua decadência”.

Não houve até agora reação por parte do Departamento de Estado às declarações do embaixador norte-coreano.

A desnuclearização tem sido a principal exigência apresentada por Washington desde que se iniciaram as negociações de alto nível entre os EUA e a Coreia do Norte, principalmente nas cúpulas de Cingapura e Hanói, em junho de 2018 e em fevereiro deste ano, respectivamente.

Além dessas duas cúpulas e das várias reuniões entre as missões de negociação, Trump e Kim estiveram reunidos em junho último na Zona Desmilitarizada, na fronteira entre as Coreias (DMZ). O presidente norte-americano fez uma visita-surpresa a Panmunjom, depois de ter participado do encontro do G20, em Osaka, no Japão.

A Coreia do Norte tem sido veemente ao exigir dos Estados Unidos que mudem a sua posição quanto à desnuclearização, bem como na exigência da suspensão de sanções. Kim Jong-un já avisou que, se Washington não mudar de ideia, Pyongyang irá seguir “um novo caminho” no próximo ano.

Anteriormente a essas tentativas de negociação, até o final de 2017, a Coreia do Norte realizou vários testes de mísseis balísticos de longo alcance.

Na última terça-feira, o Ministério norte-coreano dos Negócios Estrangeiros exigiu de Washington a mudança nas “políticas hostis” e destacou que caberia a Washington decidir que “prenda de Natal” iria receber no final deste ano.

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