Opinião

O colunismo social antes e depois de PH

Atualizada em 11/10/2022 às 12h22
PH, assim se tornou conhecido, é o mais brilhante, o mais culto e o mais competente dos colunistas sociais, vivos ou mortos, que São Luís teve. Não é à toa que continua na atividade jornalística, sendo o mais lido e prestigiado da cidade. Benedito Buzar

Nos jornais do começo do século XX, são visíveis os espaços reservados às informações de cunho social, com registros de efemérides ou de datas relativas a nascimentos, batizados, aniversários, noivados, casamentos e de partidas e chegadas de figuras importantes da sociedade, realizadas em navios, com destino ao Rio de Janeiro ou ao exterior. A responsabilidade pela veiculação de tais informações era da direção do jornal, que assim procedia com o fito de prestigiar os anunciantes e as autoridades.

No Maranhão, esse tipo de informação jornalística, de caráter essencialmente elitista, só começa a mudar na forma e no conteúdo, a partir da década de 1950, com o aparecimento no Rio de Janeiro de uma novidade introduzida nos jornais O Globo e Última Hora, por Ibrahim Sued e Maneco Muller, este, com o pseudônimo de Jacinto de Thormes.

Foram eles que criaram um colunismo voltado para realçar eventos, nos quais pontificavam autoridades públicas, personalidades privilegiadas e figuras da alta sociedade. Por meio dessa inovadora ferramenta jornalística, se os homens de posses conquistaram notoriedade nacional e se fizeram notados e cortejados, as mulheres ganharam realce e projeção pelos dotes físicos que ostentavam e pela maneira como se apresentavam na vida social.

Com a visibilidade projetada por conta dos colunistas sociais e dos meios de comunicação, figuras de uma elite desconhecida passaram a ocupar espaços no mundo dos negócios e da política, bem como conquistar status e revelar uma nova forma de viver.

O fabuloso sucesso do colunismo social, especialmente no Rio de Janeiro, o centro polarizador do modismo nacional, fez crescer a circulação e a venda dos jornais, em cujas páginas o leitor via desfilar os ricos e poderosos e ter conhecimento de um mundo sofisticado até então enclausurado e inacessível.

Nas cidades, onde os jornais provincianos pontificavam à custa da politicalha, o advento do colunismo social, produziu modificações nas redações. Em São Luis, nos meados da década de 1950, circulavam seis periódicos: O Imparcial, Jornal do Povo, Jornal do Dia, O Combate, Jornal Pequeno e Diário Popular. Desses, apenas três - Jornal do Povo, O Imparcial e Jornal do Dia - se sensibilizaram com o colunismo social e nele viram a fórmula de alavancar as tiragens diárias e de sintonizá-los com o jornalismo praticado nos centros mais adiantados.

Salvo melhor juízo, o Jornal do Povo foi o pioneiro nessa iniciativa, a ponto de transformar o então repórter Benito Neiva em colunista social. Fã de Jacinto de Thormes, procurava imitá-lo até na maneira de se vestir: roupa de black-tie e o inseparável cachimbo. Com o fechamento do Jornal do Povo, em abril de 1964, por força do regime militar, Benito mudou-se para o Estado do Maranhão, onde não conseguiu reeditar o sucesso conquistado no matutino de Neiva Moreira.

Para se enquadrar à modernidade que imperava na imprensa nacional, O Imparcial, descobriu a jovem Maria Inês Saboya, que assumiu o posto de colunista social com o pseudônimo de Christine. Anos depois, ela assumiu a verdadeira identidade e manteve a coluna enquanto teve saúde.

O Jornal do Dia foi outro que não ficou à margem dessa inovação jornalística. Alguns jornalistas foram convocados a assumir a titularidade da coluna social do JD. Um deles, o irreverente cronista caxiense Vitor Gonçalves Neto. O perfil de colunista social passou longe dele. Pela maneira debochada de escrever e do tratamento dispensado à elite maranhense, fez o jornal perder mais leitores do que ganhar.

Para substituir Vitor Gonçalves Neto, o Jornal do Dia encontrou um jovem, inteligente, sagaz e versátil, chamado Gerd Pflueger, criador da coluna Passarela, através da qual mobilizou setores da sociedade, no que contou com a parceria da esposa Maria de Lourdes Tajra, com a qual realizou inúmeras campanhas em prol de entidades filantrópicas.

Também incursionaram no colunismo social maranhense, figuras da estirpe de Lucy Teixeira, Genu Moraes, Genoveva Ayres, Porfírio Serra de Castro, Mary Magalhães, Maria Bogéa, Janete Trinta, Irtes Cavanhack, Flor de Liz, Mário Lincoln, Ribamar Silva. Nem todos conseguiram firmar-se nessa atividade jornalística.

Depois daquela fase áurea, o colunismo social em São Luis só voltou a ganhar relevo e prestígio no final dos anos 1960, com o aparecimento de um jovem interiorano de Presidente Dutra, que com perseverança e talento, engajou-se no jornalismo maranhense, no qual projetou-se e conquistou rapidamente um lugar ao sol numa área que já parecia decadente, mas por ele transformada e renovada. Consolidou-se de tal forma na profissão que até hoje brilha no jornal que abraçou. Seu nome: Pergentino Holanda.

Começou no colunismo social, algumas vezes, substituindo interinamente Maria Inês, em o Imparcial; em outras oportunidades, no lugar de Gerd Pflueger, em Passarela, no Jornal do Dia. De tanto substituí-lo, acabou ficando definitivamente no posto.

PH, assim se tornou conhecido, é o mais brilhante, o mais culto e o mais competente dos colunistas sociais, vivos ou mortos, que São Luís teve. Não é à toa que continua na atividade jornalística, sendo o mais lido e prestigiado da cidade. Ao longo desse tempo, impôs-se de tal modo no colunismo que virou figura nacional. Como um Rei Midas, de modo competente e talentoso, transforma eventos em alegres, majestosas e inigualáveis festas sociais.

PH, nos dias correntes, não tem mais o charme de colunista social. Os anos o transformaram num jornalista polivalente. Em atividade, é o mais longevo da imprensa maranhense. Que essa longevidade biológica e profissional seja infinita enquanto durar.

Ano José Sarney

O escritor José Sarney ingressou na Academia Maranhense de Letras em 1952, com a idade de 22 anos, por isso é o decano da instituição, que presidiu no período de 1966 a 1969.

Em homenagem ao intelectual, que ocupa a Cadeira 22, patroneada por Humberto de Campos, e por completar 90 anos em abril vindouro, a diretoria da AML determinou que 2020 será o Ano Cultural José Sarney.

O Beija-Mão

Em passado não tão remoto, o governador do Maranhão reservava um dia do fim do ano para uma solenidade especial.

Era um evento chamado de Beija-mão, em que o chefe do Executivo maranhense abria as portas do Palácio dos Leões para receber os cumprimentos das figuras representativas da sociedade.

Esse gesto de cordialidade, para com o governador do Estado, saiu inexplicavelmente de cena.

Torcida por Kátia

É inegável a positiva contribuição que Kátia Bogéa, como diretora do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, tem dado ao Brasil.

Ao longo de sua empreendedora gestão, o que fez pelo Maranhão, no que diz respeito à liberação de recursos, para a recuperação do nosso patrimônio histórico, é algo extraordinário.

Por isso, eu e outras pessoas de bom senso, torcemos para ela não ser inexplicavelmente exonerada do IPHAN, à frente do qual realiza uma administração irretocável do ponto de vista da honestidade e da competência.

Festa dos Maristas

O evento que reuniu, no sábado passado, ex-alunos dos Maristas, foi significativamente sensacional, quanto à participação e animação.

Da minha faixa etária, apenas eu, Paulo Abreu, Jorge Cateb, Mário Leal e Lourenço Vieira da Silva, este, veio de Brasília especialmente para marcar presença na inesquecível festa.

Mais um amigo

Um grande amigo, um homem de caráter, um profissional competente, dessa maneira, o advogado Antônio Austregésilo Moreira Fonseca, na intimidade Teté, se fez presente ao longo da vida na sociedade maranhense.

Para tristeza dos familiares e amigos, ele partiu para a eternidade, mas deixou um legado de boa conduta moral e de exemplar cidadão.

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