LEMBRANÇA DE NATAL

Garoto que sonha ser policial revive encontro com a PM

Primeira experiência foi vivida há sete anos, resultado de um pedido feito ao Papai Noel

MONALISA BENAVENUTO / O ESTADO

Atualizada em 11/10/2022 às 12h22

É na infância que os sonhos tomam forma, e incentivá-los é um passo fundamental para que sejam concretizados. Foi pensando assim que, em 2012, a autônoma Alesilma Ferreira escreveu, em nome do filho, uma cartinha para o projeto Papai Noel dos Correios. À época, Kaick Gustavo Ferreira tinha quatro anos e sonhava viver a experiência de ser policial, por um dia. O pedido incomum foi realizado pela equipe responsável pelo projeto em parceria com o Comando-Geral da Polícia Militar do Maranhão (PMMA) e, sete anos depois, pôde ser revivido, na manhã desta sexta-feira, 6, com direito a reencontro e novos incentivos ao pequeno, que segue firme com a pretensão de seguir a carreira militar.

O Papai Noel dos Correios se destaca por levar alegria a crianças de todo o Brasil no período do Natal, uma das épocas mais simbólicas do ano. Em 2012, no entanto, um pedido surpreendeu os funcionários responsáveis pelo projeto pois, em vez de brinquedos, roupas ou outros bens materiais, na cartinha constava o sonho de Kaick Gustavo, que era conhecer de perto o trabalho daqueles que desempenham a profissão almejada por ele, os policiais.

Além da visita, Kaick pôde vivenciar a experiência de ser um comandante da polícia, recepcionado com o tratamento digno de um militar de alto escalão, proporcionado pela corporação. No Comando-Geral, interagiu com os militares, recebeu continência da tropa como a maior autoridade presente, conheceu o canil onde são adestrados os cães do policiamento de choque, andou a cavalo no Batalhão de Polícia Montada, conheceu um pouco da rotina de um policial militar e, para fechar o dia, pegou carona na ronda de rotina em um dos helicópteros do Grupo Tático Aéreo (GTA).

Ontem, após sete anos desse momento, Kaick Gustavo, acompanhado pela mãe, Alesilma Ferreira, retornou ao comando, novamente a convite do projeto Papai Noel dos Correios, que neste ano comemora 30 anos de atividades. Apesar da pouca idade na época, ele ainda guarda, aos 11 anos, as lembranças daquele dia, o qual define como “único”. “Lembro que andei a cavalo, conheci os estábulos, os policiais fizeram continência pra mim, andei de helicóptero, foi muito legal, nunca vou esquecer aquele dia. Foi único”, declarou.

Um desejo espontâneo
De acordo com a mãe, não há como explicar o encantamento de Kaick pela polícia, pois, apesar de seu avô paterno ser policial, o garoto nunca foi influenciado em casa. Apesar disso, a admiração, que começou cedo e de forma espontânea, hoje é estimulada por toda a família. “Desde pequeno, ele demonstra esse interesse pela polícia. Quando passava uma viatura com o giroflex ligado, ele sabe diferenciar se é dos bombeiros ou da polícia, ele sabe prestar continência, sabe diferenciar as patentes, entende de tudo. É como se esse desejo tivesse nascido com ele, porque tenho três filhos, mas ele é o único que quer ser militar. Como mãe, admiro muito a determinação dele e vou fazer o que puder para incentivá-lo a realizar esse sonho”, contou Alesilma Ferreira.

Na primeira visita da família Ferreira, a coronel Edilene Soares da Silva era subcomandante da Academia e recebeu Kaick com muito empenho. Desta vez, como diretora de ensino, a emoção é ainda maior e carrega mais responsabilidade, uma vez que demonstra o reconhecimento inabalável do garoto pelo trabalho desempenhado por ela e por toda a corporação.

“A carta do Kaick nos chamou muita atenção e, para recebê-lo, fizemos uma grande festa, como se estivéssemos esperando um general. Botamos os cadetes em forma, colocamos ele na frente para receber as continências, mostramos todo o quartel do Comando-Geral e demos um carrinho de polícia de presente para ele. Ficamos muito felizes por ele, aos quatro anos, pedir, como presente, conhecer a polícia militar. Para nós, isso é o reconhecimento do trabalho da Polícia Militar e, agora, revendo o Kaick e ele reafirmando que quer ser policial, percebemos que estamos no caminho certo e somos vistos com muitos bons olhos por ele”, declarou emocionada.

O reencontro foi promovido como uma forma de lembrar os melhores momentos da campanha Papai Noel dos Correios, criado em 1989. Para a coordenadora de comunicação dos Correios, Fernanda Coelho, que por sete anos esteve na coordenação da campanha, além das crianças, toda a equipe do projeto é presenteada por momentos como esse, o que reforça a importância de sua realização para meninos e meninas de todo o país.

“Quando a gente quis lembrar os melhores momentos desses 30 anos de Papai Noel dos Correios, logo de cara lembramos do Kaick, tanto pelo pedido inusitado quanto pela dedicação da polícia em realizar o sonho dele. Nos empenhamos, conseguimos encontrar a Alesilma por uma rede social e eles toparam reviver essa experiência. Hoje estamos aqui aprendendo com ela sobre o papel importante de mãe que encoraja o filho e com ele sobre a determinação. O Papai Noel dos Correios acaba sendo muito mais sobre presentear as crianças, porque nós também recebemos muito e temos muito aprendizado para a vida”, contou Coelho.

Diante de tanto incentivo, o amor de Kaick pela profissão só cresce e se reafirma. Para ele, não há alternativa que não seja seguir a carreira militar. “Eu gosto muito da polícia e hoje eu estudo para ser policial”, reforçou o garoto.

Papai Noel dos Correios
Há 30 anos, os empregados dos Correios, comovidos com as mensagens escritas em letrinhas recém-aprendidas ou transformadas em desenhos coloridos que chegavam até a empresa, decidiram começar a tirar esses sonhos do papel. Nascia aí uma das campanhas de solidariedade mais queridas pelos brasileiros: o Papai Noel dos Correios.

Com o passar dos anos, a ação ganhou força, se espalhou e, hoje, une a empresa e a população em uma grande corrente de amor e generosidade. Além das cartinhas da sociedade, desde 2010 a campanha estimula as crianças no desenvolvimento de redação de cartas. Assim, alunos de escolas públicas são convidados a também expressarem seus desejos em cartinhas. A prática permite valorizar a escrita e o interesse pelo aprendizado escolar, maior presente que uma criança pode receber, não é verdade?

Para que tudo isso possa se tornar realidade, os Correios contam com a ajuda de milhares de padrinhos e madrinhas dispostos a fazer a magia do Natal acontecer. Qualquer pessoa, em qualquer lugar do país, pode participar da campanha e fazer a alegria de uma criança.

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