WASHINGTON - A presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, anunciou ontem,5, que a Casa vai começar a redigir os artigos do texto que fundamentará, caso aprovado, o impeachment de Donald Trump. Isso significa que antes do Natal ele deve ser acusado de crimes graves e condutas impróprias.
Pelosi disse que ficou claro que Trump violou seu juramento ao pressionar um país estrangeiro para apoiá-lo nas eleições de 2020.
“Os fatos não podem ser contestados. O presidente abusou de seu poder para seu benefício político próprio às custas na segurança nacional ao reter ajuda militar e um encontro crucial no Salão Oval em troca do anúncio de uma investigação de seu rival político”, disse a democrata.
Pelosi se refere a negociações entre Trump e a Ucrânia, país que enfrenta uma guerra civil contra separatistas bancados pela Rússia. Os ucranianos pedem aos EUA auxílio financeiro e armas.
O governo americano suspendeu uma ajuda militar de US$ 319 milhões (R$ 1,34 bilhão, pela cotação atual).
"Toma lá dá cá"
De acordo com os democratas, houve um "toma lá dá cá" entre Trump e o governo da Ucrânia: o presidente dos EUA vinculou um financiamento em troca da abertura de uma investigação contra um de seus rivais políticos domésticos: Joe Biden, um pré-candidato nas eleições presidenciais de 2020.
O filho de Joe Biden se chama Hunter Biden. Ele foi membro do conselho de administração de uma empresa de energia ucraniana chamada Burisma.
Para os democratas, Trump queria que a promotoria da Ucrânia abrisse uma investigação sobre Hunter Biden.
Permitir que Trump continue no gabinete implicaria um risco para a República, disse Pelosi.
“Seus erros atingem o coração da nossa Constituição. Nossa democracia é o que está em risco. O presidente não nos dá escolha a não ser agir porque ele está tentando corromper, uma vez mais, as eleições em seu benefício próprio.”
Debate jurídico
Na quarta-feira (4), iniciou-se um debate no Comitê Judiciário para determinar se as ações de Trump podem ser punidas com impeachment.
Os membros do comitê — a maioria do Partido Democrata, rival de Trump — ouviram especialistas na Constituição americana para determinar se vão ou não recomendar o impeachment do presidente.
Quatro juristas -- 3 escolhidos pelos Democratas e 1 pelos Republicanos -- foram ouvidos em audiência na quarta,4: Pamela Karlan, professora da Universidade de Stanford (escolhida pelos Democratas); Noah Feldman, professor de Harvard (escolhido pelos Democratas);
Michael Gerhardt, professor da Universidade da Carolina do Norte (escolhido pelos Democratas); Jonathan Turley, professor da Universidade George Washington (escolhido pelos Republicanos).
Os três especialistas convidados pelos Democratas argumentaram, em documentos submetidos ao comitê, a favor do impeachment. O especialista levado pelos Republicanos argumentou contra o procedimento.
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