Editorial

Números preocupantes

Atualizada em 11/10/2022 às 12h22

Estatísticas do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) apontam o registro de mais de 1.000 multas aplicadas a condutores flagrados dirigindo sob o efeito de bebida alcoólica no Maranhão, este ano. Os números, além de confirmarem a elevada falta de consciência no trânsito, mostram, de certa forma, quão inócuas têm sido as campanhas realizadas pelo poder público e entidades para alertar sobre o risco da mistura de álcool e direção.
Diversas ações preventivas já foram realizadas no estado, com o intuito de alertar motoristas e motociclistas sobre o perigo de beber e dirigir e de levá-los a uma mudança de mentalidade. Pessoas vestidas de anjo já foram posicionadas em pontos de intensa circulação de tráfego, na capital e no interior, como forma de estimular, entre os condutores, o hábito saudável - e que pode salvar muitas vidas - de escolher um membro da turma para não ingerir álcool e assim transportar todos em segurança em dias e noites de balada.
Até mesmo destroços de veículos acidentados já foram expostos em via pública, em logradouros de São Luís como a Avenida Beira-Mar e o retorno do São Francisco, na tentativa de impactar a sociedade, alertando-a para as consequências trágicas da má conduta ao volante, o que inclui, obviamente, o hábito de dirigir sob o efeito de bebida alcoólica. Próximo aos veículos foi exibida a seguinte mensagem: “Uma escolha pode mudar toda a sua vida. Tem sempre alguém que te ama esperando a tua volta”. Apesar do apelo, ao que tudo indica, o efeito foi nulo, pois as violações se multiplicam ano após ano, turbinadas pela imprudência e pelo afrouxamento da fiscalização nos últimos tempos.
Em meio ao grave risco que o álcool representa para o trânsito, convém abordar uma questão polêmica: a insatisfação de donos de bares, restaurantes, casas de shows e demais estabelecimentos com a rigidez com que a Lei Seca vinha sendo cumprida pelas autoridades. E tal descontentamento ganha eco entre os consumidores, que muitas vezes expõem seu desagrado agindo com pouco caso, o que acaba levando à transgressão.
O endurecimento que outrora marcou a fiscalização da Lei Seca chegou a trazer resultados positivos para São Luís. No já longínquo ano de 2012, uma pesquisa do Ministério da Saúde mostrou que a rigidez das abordagens policiais a condutores alcoolizados surtiu efeito entre os motoristas da capital do Maranhão. Segundo o levantamento, o percentual de adultos que admitiam beber e dirigir, à época, teve queda de 30,1%. Já o índice de pessoas que declararam que dirigiam após o consumo de qualquer quantidade de álcool foi de apenas 5,8%. Levando em conta o sexo, os homens da capital do Maranhão (10,7%) continuaram assumindo mais a infração do que as mulheres (1,7%).
Só para lembrar: o condutor flagrado dirigindo sob efeito de álcool está sujeito às seguintes penas: detenção de seis meses a três anos, multa de R$ 2.934,70 (em caso de reincidência, o valor dobra, chegando a R$ 5.869,40) e suspensão ou proibição de obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. Se arriscar tanto as finanças é algo que não vale a pena, imagine pôr em perigo a própria vida e a de terceiros.

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