Infraestrutura

Encontro do Corredor Centro-Norte discute logística integrada

Evento promovido pela Adecon teve foco também na inserção de comunidades que vivem nas áreas de influência e no desenvolvimento de produtos de valor agregado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h22
O ministro João Carlos Parkinson de Castro faz sua exposição durante o evento no Sebrae Jaracaty
O ministro João Carlos Parkinson de Castro faz sua exposição durante o evento no Sebrae Jaracaty

No 32º Encontro do Corredor Centro-Norte, realizado ontem no auditório do Sebrae Jaracaty, ficou latente que o desenvolvimento de toda essa região perpassa muito mais que pela simples passagem de cargas básicas para exportação, como minério de ferro e grãos (milho e soja), mas que se abram caminhos para produtos de maior valor agregado e, principalmente, que as comunidades locais que vivem na região de influência sejam de fato beneficiadas.

Ou seja, que o Maranhão e os demais estados que compõem o Corredor Centro-Norte não fiquem só a ver trens e navios transportando cargas com destino ao exterior, mas que internamente haja desenvolvimento das cadeias produtivas e das comunidades. “As ferrovias podem ser ferramentas importantes para se transportar outras cargas, de maior valor agregado”, ressaltou o diretor da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Adalberto Tokarski, que ministrou palestra sobre o tema “As perspectivas do crescimento do transporte hidroviário interior com a visão de transporte intermodal e logística integrada”.

O ministro de carreira diplomática do Ministério das Relações Exteriores, João Carlos Parkinson de Castro, também defende que o Corredor Centro-Norte, que liga, por vias multimodais, os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí, Bahia Mato Grosso, Pará e Goiás, não deva ser apenas entendido como espaço de transporte de cargas.

Para ele, o Corredor deve ser visto como uma plataforma de desenvolvimento, que integre e beneficie também as comunidades locais, inserindo-as em projetos de integração produtiva e polos produtores de serviços, por exemplo. “As comunidades devem ser preparadas, treinadas para que também possam se desenvolver junto com os grandes projetos”, ressaltou.

“Estamos com muitas expectativas positivas sobre este evento que traz discussões importantes para o desenvolvimento do nosso estado e deste importante corredor de negócios brasileiro que faz o escoamento da produção agrícola do Centro-Norte, principalmente a produção de grãos, tendo o Terminal Portuário de São Luís como destino convergente das vias multimodais que se integram neste ramal. A nossa expectativa se torna maior, porque o desenvolvimento do Corredor Centro-Norte significa, também, grandes oportunidades para o fomento e crescimento dos pequenos negócios no seu entorno, um fator que gerará trabalho, renda e melhoria da qualidade de vida da população, garantindo sustentabilidade para milhares de famílias”, destacou o presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae no Maranhão, Raimundo Coelho.

Contêiner

Já falando mais num aspecto de produtos, o vice-presidente da Câmara Brasileira de Contêineres, Transporte Ferroviário e Multimodal, Aluísio de Sousa Sobreira, ressaltou o potencial do Maranhão, sobretudo de seu porto, com localização privilegiada, calado profundo, além de uma infraestrutura de três ferrovias, mas que ainda predomina a exportação de cargas básicas.

Ele lembrou que grandes portos em todo o mundo estão movimentando cargas de maior valor agregado por contêineres, enquanto no Maranhão ainda isso acontece de forma incipiente, apesar de todo a infraestrutura existente no Porto do Itaqui. Aluísio de Sousa Sobreira disse que para o estado chegar a esse patamar é necessário que haja uma política de agregação de valor aos produtos, no sentido de se ter escala para atrair empresas que atuam com cargas conteinerizadas.

Em 2015, o Maranhão perdeu a única linha de contêiner. Há dois, meses, porém, houve a retomada desse tipo de transporte de cabotagem no Porto do Itaqui. O presidente da Empresa Maranhense de Administração Portuária, Ted Lago, informou que a armadora Aliança está fazendo esse transporte com cargas originárias do sul e sudeste do país. “Daqui a 60, 90 dias, estaremos também com linha de contêiner de longo curso”, assegurou Ted Lago.

Mais

Objetivo

O presidente Agência de Desenvolvimento Sustentável do Corredor Centro-Norte (Adecon), Renato Guimarães, disse que o 32º Encontro do Corredor Centro-Norte tem o objetivo de fomentar o desenvolvimento da região, por meio da integração multimodal – portos, hidrovias, ferrovias, em consonâncias com as estradas.

O Corredor Centro-Norte viabiliza projetos para o transporte de combustíveis, celulose e minerais. Uma solução de logística que conta com os Terminais Integradores Porto Nacional e Palmeirante, no Tocantins; os Terminais de Carregamento de Porto Franco e Açailândia, no Maranhão e a Ferrovia Norte Sul (FNS), essencial para a região da nova fronteira agrícola do Brasil.

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