Editorial

Para conter o avanço da Aids

Atualizada em 11/10/2022 às 12h22

O dado é alarmante. No Maranhão, houve aumento de 41,7% dos casos de Aids, no período de 2008 a 2018. Com esse percentual, informado em reportagem de O Estado, edição do dia 30 de novembro, o Maranhão ocupa a quarta colocação no país, perdendo apenas para Rio Grande do Norte, Tocantins e Amapá, com índices de 81,7%, 47,1% e 46,2%, respectivamente. O Ministério da Saúde alerta que, no Maranhão em 2008, a taxa de detecção de Aids por 100 mil habitantes, foi de 13,9%, enquanto em 2018, esse percentual aumentou para 19,7%. O dado preocupante é que esses números podem ser ainda maiores, por contabilizarem apenas os casos detectados e por haver pessoas que foram infectadas pelo vírus, mas não sabem disso.
Um total de 37.761 mil pessoas no Brasil, no ano passado, foram detectadas com a doença, segundo boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde. Quanto a faixas etárias, o boletim informa que a maioria dos casos de infecção por HIV foi registrada na faixa de 20 a 34 anos, representando um percentual de 52,7%. Com relação à escolaridade informada, a maior parte possuía ensino médio completo, representando 20,7% do total. Em seguida, observam-se 12,1% de casos com escolaridade entre a 5ª e a 8ª série incompletas.
Vale destacar que conviver com o vírus HIV é diferente de viver com Aids. O HIV ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. As mais atingidas são as células brancas de defesa, os leucócitos. O vírus se insere dentro do DNA destas células e faz milhões de cópias de si mesmo, rompendo-a em busca de outras para continuar a infecção. Já a Aids é o estágio mais avançado desta infecção, porque o vírus, ao destruir as células de defesa, deixa o organismo mais vulnerável a diversas enfermidades.
Mas nem todo indivíduo que vive com o vírus chega a desenvolver a síndrome. Isso acontece por conta das variações dos sistemas imunológicos de cada pessoa ao combater o HIV. Em alguns casos, a infecção evoluirá mais rápido do que em outros, chegando a fase chamada de Aids.
Também segundo o Ministério da Saúde, o Brasil conseguiu evitar 2,5 mil mortes por Aids no período de 2014 e 2018. Nos últimos cinco anos, o número de mortes pela doença caiu 22,8%, de 12,5 mil em 2014 para 10,9 mil em 2018.
Os dados são positivos e fazem parte do novo quadro da infecção no Brasil. Em 2018, estima-se que 900 mil pessoas estavam vivendo com HIV no país. Destas, 135 mil pessoas tem a doença e não sabem.
Outro dado positivo é que o tratamento à doença está disponível no SUS e é capaz de tornar o vírus HIV indetectável. O desafio é conter o avanço da doença e incentivar as pessoas que não se preveniram em algum momento da vida a procurar uma unidade de saúde e realizar o teste rápido e iniciar logo o tratamento.
As campanhas estão aí para garantir mais qualidade de vida ao cidadão. Até este mês de dezembro, a previsão do Ministério da Saúde é distribuir 462 milhões de preservativos masculinos, o que representa aumento de 38% em relação ao ano passado, quando foram distribuídos 333,7 milhões de unidades. Nesse caso, o melhor sempre é prevenir.

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