Fanatismo ideológico

Polícia italiana desmantela tentativa de rede neonazista

Buscas em várias cidades do país revelam tentativa de formar um partido abertamente pró-nazista, xenófobo e antissemita. Grande número de armas é apreendido, além de vasta quantidade de materiais de propaganda

Atualizada em 11/10/2022 às 12h22
Material apreendido pela polícia da Itália em operação contra neonazistas
Material apreendido pela polícia da Itália em operação contra neonazistas (Reuters)

ROMA - A polícia italiana informou ter desmantelado uma tentativa de formação de um partido neonazista, com a apreensão de um grande numero de munições em diferentes pontos do país. Operações foram realizadas em 16 cidades que vão desde a ilha da Sicília, no Mar Mediterrâneo, até os Alpes, no extremo norte do país.

As investigações, que vinham ocorrendo há dois anos, levaram à realização de buscas em cidades como Milão, Gênova, Padova, Verona, entre outras. Não foi confirmado o número de pessoas ligadas ao grupo ou quantas prisões foram efetuadas entre os envolvidos na criação da nova sigla, chamada de Partido Nacional-Socialista Italiano dos Trabalhadores.

As autoridades revelaram a existência de "uma grande e variada gama de elementos residentes em locais diferentes, unidos pelo mesmo fanatismo ideológico e com o objetivo de criar um movimento abertamente pró-nazista, xenófobo e antissemita", afirmava um comunicado emitido pela polícia. Na Itália, a "defesa do fascismo" e os esforços para reavivar partidos fascistas são considerados crimes.

O grupo possuía símbolos próprios e um manifesto que afirmava que "a defesa da integridade nacional e da raça é um valor ético" que deveria ser regulamentado por lei para "conferir vantagens aos que pertencem ao povo" italiano.

A agremiação utilizava redes sociais para recrutar novos membros. Segundo a polícia, os integrantes conversavam sobre possuir armamentos pesados e explosivos em um chat na internet com o nome de "milícia".

Conspiradores

Um membro do grupo mafioso 'Ndrangheta, ex-informante da polícia e integrante do neofascista Partido Força Nova, estaria entre os conspiradores. A imprensa italiana relata que uma mulher de 48 anos conhecida como "sargenta maior de Hitler", da cidade de Padova, era uma das líderes da organização. Em sua casa foi encontrada uma vasta quantidade de materiais nazistas.

Em 19 propriedades particulares vasculhadas pelos policiais, foram encontrados diversos objetos associados ao nazismo, como suásticas e imagens de Adolf Hiter, além de várias armas como pistolas, rifles de caça, facas e bestas. Os neonazistas italianos tinha entrado em contato com grupos semelhantes em outros países, incluindo Portugal, Reino Unido, Espanha e França.

Em julho, policiais encontraram uma enorme quantidade de armamentos adquiridos por grupos de extrema direita, incluindo um míssil. Em novembro, dois homens associados a outro grupo de neonazistas foram presos sob suspeita de planejarem um ataque a uma mesquita.

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