Saúde

Passeio terapêutico promove relaxamento para pacientes

Projeto é realizado há dois anos pela Unidade de Reabilitação do Hospital Universitário (HU-UFMA); nesta edição, os pacientes puderam visitar o Viveiro Tracoá, em São José de Ribamar

Monalisa Benavenuto / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h22

A terceira edição do Passeio Terapêutico, da Unidade de Reabilitação do Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão (HU-UFMA), foi realizada nesta sexta-feira, 29, e proporcionou uma manhã diferente para 25 pacientes das mais diversas clínicas da instituição, durante uma visita ao Viveiro Tracoá, localizado na Estrada de Ribamar. Acompanhados por uma equipe multidisciplinar, pacientes participaram, entre outras coisas, de atividades de relaxamento ao ar livre, bingo e lanche coletivo. Para os especialistas projeto é fundamental para o sucesso dos tratamentos e sociabilização dos participantes.

Como forma de conciliar lazer e saúde aos pacientes do HU-UFMA para além do ambiente hospitalar, nasceu o projeto Passeio Terapêutico, em 2017, inspirado em uma atividade desenvolvida pela Universidade de São Paulo (USP). No Maranhão a iniciativa é pioneira e os pacientes participantes são selecionados conforme suas condições clínicas. De acordo com a psicóloga da Unidade de Reabilitação do hospital, Ana Cleide Carneiro Lima, o passeio é uma forma de encerrar o ciclo de terapias realizadas ao longo do ano.

“Muitas vezes, recebemos esses pacientes impossibilitados de andar, de se locomover, então o passeio vem coroar o momento da reabilitação. São pessoas que, durante todo o ano, vivenciaram conosco as sessões terapêuticas e que agora já têm uma melhora. Com tudo isso, o passeio serve para que eles sintam, verdadeiramente, que valeu a pena e encerrem o ano com vitórias”, esclareceu.

Imersos em um ambiente repleto de possibilidades e completamente diferente àquele de costume, os pacientes podem substituir a imagem de equipamentos, macas, enfermeiros e medicamentos por árvores, bancos ao ar livre, animais e lanches coletivos. Além de desfrutar da paisagem natural, o momento é oportuno para registrar fotos e, claro, interagir com velhas e novas amizades firmadas no decorrer do passeio, uma oportunidade bem aproveitada pelo aposentado Luís Carlos Figueiredo, que após sofrer uma paralisia facial, em março deste ano, tornou-se paciente no HU-UFMA, onde realiza acompanhamento fonoaudiólogo e fisioterapêutico.

“Eu vou ao hospital com muito prazer, porque sou muito bem tratado lá, mas quando saímos das paredes do hospital, socializa, interage com os outros pacientes e a própria equipe, percebemos que somos, na verdade, uma grande família. Esse é o primeiro encontro que participo e estou muito feliz por essa oportunidade que não aconteceria se não fosse o empenho de toda a equipe”, declarou o paciente.

Saindo da rotina, experimentando a natureza e confraternizando com colaboradores, os usuários tiveram a oportunidade de fazer uma terapia de corpo e de mente. Diariamente os pacientes se deslocam para a Unidade de Reabilitação em horários diferentes e, devido a isto, o passeio favoreceu um contato diferenciado com o grupo todo, fomentando a dinamicidade e solidariedade, pois ao compartilharem essa experiência acabam ajudando uns aos outros, com palavras de apoio e esperança, agregando ao desempenho social e emocional de cada um, como pontuou a fonoaudióloga Renata Silva Pinheiro, do HU-UFMA.

“Essa proposta de tirar os pacientes do ambiente hospitalar é, exatamente, para que eles contemplem as diversas coisas que existem além da doença, da dificuldade, da limitação. Quando trazemos eles para cá, eles conseguem vivenciar outras oportunidades, outros momentos que vão agregar bastante para eles, tanto na questão emocional, quanto social e no convívio com os demais colegas, então há uma construção muito grande de valores nessa atividade que os tira da rigidez, da frieza que há no ambiente hospitalar e eles conseguem vivenciar um mundo que tem aqui fora, cheio de cores, flores, de comunicação. É muito importante para os pacientes e para nós, que vivenciamos isso com eles”, ressaltou Pinheiro.

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