Manifestações

Irã prendeu 8 pessoas ligadas à CIA durante protestos, diz governo

Anúncio foi feito pela mídia estatal ontem,27. As manifestações no país começaram após o anúncio do aumento no preço da gasolina

Atualizada em 11/10/2022 às 12h22
Manifestantes a favor do governo iraniano queimam bandeira americana durante protestos
Manifestantes a favor do governo iraniano queimam bandeira americana durante protestos (Reuters)

TERRÃ - O Irã prendeu 8 pessoas ligadas à CIA, a agência de inteligência americana, durante os protestos que atingem o país, anunciou o governo ontem, 27, por meio da agência estatal iraniana, a IRNA, segundo a Reuters.

"Esses elementos receberam treinamento financiado pela CIA em vários países, sob o disfarce de se tornarem jornalistas-cidadãos", afirmou o Ministério da Inteligência, segundo a IRNA.

"Seis foram presos enquanto participavam dos protestos e cumpriam ordens [da CIA] e dois enquanto tentavam enviar informações para o exterior", acrescentou a pasta.

As manifestações no país começaram em 16 de novembro, após o anúncio do aumento de pelo menos 50% no preço da gasolina.

As autoridades iranianas anunciaram a detenção de 7 mil pessoas desde então, número informado nesta quarta (27) pela Reuters. De acordo com o governo, 200 mil pessoas foram às ruas do país nas últimas duas semanas.

O consumo diário de gasolina caiu cerca de 20 milhões de litros por dia desde que os preços subiram, disse o ministro do Petróleo, Bijan Zanganeh, de acordo com a agência de notícias semi-oficial ISNA. O consumo diário era de cerca de 98 milhões de litros antes do aumento, informou a empresa estatal de distribuição na terça (26).

O governo disse que o aumento no preço da gasolina teve o objetivo de arrecadar cerca de US$ 2,55 bilhões (cerca de R$ 10,9 bilhões) por ano, para financiar subsídios extras para 18 milhões de famílias de baixa renda.

Violência

O líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei, descreveu as duas semanas de violência como o trabalho de uma "conspiração muito perigosa". Ele também disse que a agitação, provocada inicialmente pelo aumento dos preços dos combustíveis mas que depois se espalhou, foi completamente reprimida.

Na semana passada, a Anistia Internacional havia informado que a repressão das forças de segurança iranianas contra os manifestantes deixaram 106 mortos; segundo a Reuters, a organização atualizou o número para 143. Teerã nega.

O ministro do Interior, Abdolreza Rahmani Fazli, disse que cerca de 731 bancos, 70 postos de gasolina e 140 escritórios do governo foram incendiados. Mais de 50 bases usadas pelas forças de segurança foram atacadas, afirmou Fazli à IRNA.

Os detalhes da agitação têm sido difíceis de relatar fora do Irã, especialmente depois que as autoridades derrubaram a internet por uma semana.

Os iranianos comuns enfrentam uma luta para sobreviver desde o ano passado, quando Washington saiu do acordo nuclear firmado entre o Irã e as potências mundiais. Desde então, mais sanções econômicas contra o país persa foram retomadas.

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